Já falamos aqui na editorias de motos do WM1 como lamentamos que a MV Agusta tenha ido embora do mercado brasileiro. A marca faz algumas das motos mais impressionantes do mundo tanto em design quanto em desempenho - a exemplo da esportiva F4, da naked Brutale e da motard Rivale, que chegaram a ser vendidas no país de 2012 a 2016, entre idas e vindas. Mas agora a italiana se superou: acaba de lançar na Europa a Rush, uma naked com design incrivelmente arrebatador e potência digna das superbikes mais fortes do mundo: até 212 cv!
Chamar a Rush de impressionante é dizer o mínimo. A moto não é nada que se pareça com algo, e sim algo que não se parece com nada. Perto dela, a maioria absoluta das naked vendidas no mundo pelas mais prestigiosas fabricantes fica alguns degraus abaixo. E, por isso, trazemos essa moto para que o caro leitor possa admirá-la.
Para começar, a Rush 2021 será uma série limitada. Apenas 300 unidades serão produzidas. Ou seja, poucos felizardos levarão para casa essa moto com corpo enxuto e curto (entre-eixos de 1,41 m para apenas 2 m de comprimento), porém musculoso e cheio de ângulos com suas linhas retas que sugerem a melhor aerodinâmica possível em uma moto particularmente forte e sem carenagem.
Repare no tanque alto, que pega 16 litros e cuja parte superior fica na mesma altura do guidom. E o que dizer do banco do piloto coadjuvado por uma almofadinha suspensa, que faz as vezes de assento para garupa e mais parece a cauda de um jatinho? Esse aspecto é reforçado pela lanterna traseira redonda posicionada logo abaixo, que mais parece uma turbina.
Vale destacar que as abas laterais, a caixa de ar, a cobertura do tanque, as entradas de ar e a cobertura do radiador são de fibra de carbono - material resistente e especialmente leve, que ajuda a reduzir o peso da moto. São apenas 186 quilos a seco.
O quadro é pintado de preto e mesmo a parte exposta, com treliças, é discreta. Na frente, o farol redondo evoca os anos 70 e 80, mas a suspensão dianteira Öhlins invertida é coisa moderna, assim como as pinças de freio Brembo, as rodas com seis pontas e os pneus Pirelli Diablo feitos especialmente para ela, com faixas amarelas. As rodas, aliás, são de alumínio, nas medidas 120/70 R17 na frente e 200/55-17 atrás.
Lá atrás, a roda tem desenho único: é quase toda "fechada", como em certas motos custom dos anos 2000. Apoiada por uma suspensão monochoque também Öhlins com balança monobraço de alumínio, a roda tem uma espécie de "calota" central na qual vão a inscrição "Rush" e a numeração da moto (por exemplo, a 001 de 300). As duas suspensões, dianteira e traseira, são totalmente ajustáveis e têm 12 cm de curso.
Nessa mistura de conceitos delicadamente equilibrada há espaço até para influências de motos cafe racer - o que vemos nos espelhos posicionados nas pontas dos punhos e no guidom baixo, com aspecto de asa, quase um Tomazelli.
Em cada lado da moto vemos duas ponteiras de escape curtas, cromadas e apontando para o alto. É dali que sai o som do trovão gerado pelo motor de quatro cilindros em linha e 998 cm³, que rende 208 cv de potência a 13.000 rpm e 11,9 kgf.m de torque a 11.000 rpm - mas que pode chegar a 212 cv a 13.600 rpm com a instalação do chamado "kit de corrida". Com ele, a promessa é de que a moto supere a barreira dos 300 km/h de velocidade máxima. Com pistões de titânio e válvulas radiais, o motor é gerenciado por um câmbio de seis marchas.
Para domar essa fera, o piloto tem à disposição o mais moderno aparato eletrônico, que inclui acelerador eletrônico, quatro mapas de injeção, controles eletrônicos de velocidade, de largada e de empinada, e ainda ABS atuante em curva. O painel de instrumentos é uma telinha de TFT colorida com 5,5 polegadas e função GPS por conexão Bluetooth a smartphone pelo aplicativo MV Ride. Na Europa, esse brinquedo de luxo para gente grande tem preço inicial de 38.800 euros - cerca de R$ 253 mil.