A Ducati Diavel V4 foi apresentada em outubro do ano passado e agora já começa a chegar aos mercados europeu e americano. É a nova geração da power custom italiana, cuja primeira encarnação surgiu em 2010, chegou às lojas em 2011 e desde então coleciona uma multidão de fãs - inclusive eu!
Nos EUA, a moto parte de US$ 26.695 - uns R$ 137 mil na conversão direta. Na Itália, parte de 26.390 euros - cerca de R$ 143 mil. No Brasil, a moto só deve chegar lá pelo meio deste ano - e estimamos um preço na casa dos R$ 150 mil. Por enquanto, continuam à venda por aqui os atuais modelos Diavel S e XDiavel, ambos a R$ 132.990.
A Diavel V4 tem uma série de mudanças e aprimoramentos. A principal novidade, claro, está no motor. Sai o V2 usado desde sempre e entra o furioso V4 Granturismo, derivado do Desmosedici Stradale usado por Panigale V4 e Streetfighter V4.
É o mesmo que atualmente move a Multistrada V4 S. Tem 1.158 cm³ e rende 168 cv de potência com 12, 8 kgf.m de torque a 7.500 rpm. São 10 cv a mais de potência e o mesmo torque do V2 anterior, que tinha 1.260 cm³.
Porém, somado a isso, a adoção do novo motor ajudou a reduzir o peso da moto em 13 quilos (cinco quilos no motor e oito no resto da moto). Agora, são 223 quilos em ordem de marcha, contra 236 de antes - comparando com a Diavel 1.260 S. Ou seja, a relação peso/potência melhorou.
Além disso, o Granturismo tem um dispositivo que desliga o cilindro traseiro não apenas quando a moto está parada, mas também quando está rodando em velocidades muito baixas e com pouca carga. Isso ajuda a reduzir o consumo.
Mas se precisar acelerar, a resposta é braba: segundo a Ducati, a moto vai de zero a 100 km/h em menos de 3 segundos. A marca também diz que sua manutenção é a mais barata entre os motores similares no mundo, com intervalos de até 60 mil quilômetros (!).
A conferir: normalmente "manutenção barata" e "Ducati" não estão na mesma frase...
No visual, a essência musculosa de uma típica power custom de alta cilindrada ainda está lá. Assim como várias outras características que sempre foram peculiares ao modelo, como a posição de pilotagem com pernas bem esticadas sobre comandos avançados e a rabeta curta e "suspensa".
Mas o design da moto sofreu muitas alterações. Em uma rápida comparação com o modelo antecessor, vemos um novo conjunto ótico frontal cuja forma de losango foi amenizada e que agora exibe luzes de rodagem diurnas, lanterna e faróis em LED.
Mais acima, uma nova carenagem pequenina vem pintada na cor da moto e parece uma boina sobre a lente. Outro detalhe bacana? Os piscas dianteiros estão instalados no guidom, junto aos manetes e logo à frente dos reservatórios de fluido de freio e embreagem. Se a Diavel já era linda, agora ficou arrebatadora.
Sim, toda a iluminação da moto é full-LED. E lá atrás a lanterna surge com novo layout: é composta por dezenas de LEDs, cujo acendimento vem em novo formato. Se antes eram duas barras verticais, agora parecem dois "cês", um de frente pro outro. Apertou o freio? Acendem dezenas de microlâmpadas. Bonito!
A aparência geral da moto ficou mais "socada" e menos esticada. Há novas entradas de ar laterais bem grandes, novas abas laterais, spoiler sob o motor e tanque mais alto. As treliças laterais expostas do quadro, tradicional característica de motos da Ducati, não estão mais lá - assim como aconteceu com a mais recente geração na naked Monster.
Outra novidade é o escape quatro-um-quatro. As quatro saídas do motor se unem em um único tubo, mas lá na ponteira voltam a ser quatro - que, abraçadas por uma mesma capa, compõem um tremendo recurso estético para reforçar a vocação agressiva da moto.
As rodas de liga leve têm o mesmo belíssimo desenho da versão XDiavel da geração anterior - a diferença é que na antiga o layout aparecia só na traseira, e agora está nas duas. E o pneuzão traseiro? Com sua medida 240/45, pode não ser a melhor coisa do mundo para fazer curvas, mas dá mais musculatura à moto.
Na nova Diavel V4 o guidom foi ficou 2 cm mais próximo do piloto. Como o banco está a apenas 79 cm do solo, a Diavel é uma moto grande que pessoas de qualquer estatura conseguem conduzir.
A parte eletrônica, como sempre, é um espetáculo à parte. Além de três modos de entrega de força, a moto tem quatro modos de pilotagem - sport, touring, urban e wet (para pisos molhados) -, que interferem não só na curva de potência como também na ação dos controles antiempinamento e de tração e do ABS.
A moto ainda tem cruise control, para facilitar a vida em longos trajetos, controle de largada, para os tracks days da vida, e quickshifter - aquele dispositivo que permite a troca das marchas sem uso de embreagem e sem aliviar o acelerador.
O piloto controla isso tudo pelo novo painel de instrumentos com tela de TFT colorida de 5 polegadas. E ainda pode parear seu smartphone ao painel, via Bluetooth, para atender chamadas, ditar mensagens de texto, ouvir música e usar o GPS via aplicativo próprio.