A nova Honda XRE 300 Sahara - ou apenas Sahara 300, nome comercial - já está nas lojas. A espera foi longa: os primeiros rumores sobre a moto começaram ainda no início do segundo semestre do ano passado. A XRE 300 anterior ainda existia, mas em certo momento teve a produção suspensa, o que na época só reforçou as especulações de que uma nova geração viria.
A Honda, naquele primeiro momento, negou assertivamente. Mas fazia parte do show, pois era verdade: a nova Sahara 300 já estava em desenvolvimento e seu lançamento, marcado para o fim de 2023 com chegada às lojas no início de 2024.
Acompanhamos cada capítulo dessa novela, até que finalmente pudemos pilotar a nova moto, há cerca de duas semanas - confira nossa avaliação aqui. E agora é hora de lembrarmos das três versões disponíveis, as opções de cores, os preços e - sempre importante - comparar com as concorrentes.
A nova Sahara 300 é vendida em três versões. A standard só existe na cor cinza metálica e tem preço sugerido de R$ 27.090. A Rally só é vendida na cor vermelha e custa R$ 27.690. A diferença entre as duas está apenas na pintura.
Já a Adventure é a mais cara e refinada do trio. Oferecida apenas na cor bege metálica, tem adesivos com grafismos mais elaborados, para-brisa mais alto e protetor das carenagens laterais. Custa R$ 28.650. Os valores são sem frete nem seguro - então, bote aí na conta mais, pelo menos, uns R$ 1.500.
Isso sem contar o sobrepreço praticado por muitas concessionárias, já que a moto é novidade e, como de hábito nessa fase inicial, tem mais demanda do que oferta. Com o tempo as lojas voltam a praticar o "preço sugerido" - não são obrigadas a isso, mas o próprio mercado se autorregula nesse sentido.
As três usam o mesmo motor: o monocilíndrico flex e refrigerado a ar, que também está na naked CB 300F Twister, lançada no Brasil em janeiro de 2023. A potência é de 24,8 cv com gasolina e 25,2 cv com etanol, sempre nas 7.500 rpm, enquanto o torque é de 2,7 kgf.m a 5.750 rpm.
A moto tem baratos que a antecessora não tinha. Caso da suspensão traseira monochoque agora com sete ajustes na pré-carga, da iluminação full-LED, dos freios com ABS nas duas rodas, das luzes de frenagem de emergência, da embreagem assistida e deslizante, do ajustador de corrente arredondado e da balança traseira de alumínio.
Também sobressai no projeto a nova carenagem frontal, que é composta por apenas três peças - a antecessora tinha o dobro. Sua retirada para manutenções é mais fácil e rápida, o que faz com que fique menos tempo numa concessionária para serviços, por exemplo. Por outro lado, em caso de queda certamente o conserto ou a troca serão mais custosa do que antes - na XRE 300, as peças eram em maior número, porém menores.
Outras especificações importantes são o câmbio de seis marchas, o tanque para 13,8 litros de combustível, as suspensões com 22,1 cm de curso na frente e 22,5 cm de curso atrás, o vão livre de 26,9 cm, o banco a 85,9 cm do solo e o peso de 147 quilos (standard e Rally) ou 149 quilos (Adventure).
Por fim, vale a pena ressaltar que a Sahara 300 já é homologada para o Promot 5, a próxima fase do programa de controle de emissões - que só entrará em vigor no início de 2025. Isso quer dizer que não será necessário mexer nesse motor por muito anos à frente. Então terá vida longa, o que é sempre uma segurança para o comprador.
A Sahara 300 tem basicamente uma concorrente na alça de mira: a tradicional rival Yamaha XTZ 250 Lander, que inclusive acabou de ganhar linha 2024. Só que... não mudou nada. É um modelo muito admirado e eficiente, mas que já pede alguma mudança visual e aprimoramentos mecânicos para não perder o bonde da história.
O motor também é mono, flex e refrigerado a ar, porém um pouco mais fraco. Rende 20,7/20,9 cv a 8.000 rpm e 2,1 kgf.m a 6.500 rpm. Além disso, o câmbio tem apenas cinco marchas, o ABS só está na roda dianteira, as suspensões têm cursos de 22 cm (frente) e 20,4 cm (atrás), o tanque leva 14 litros, o vão livre é de 27 cm, o banco está a 87,5 cm do solo e a moto pesa 153 quilos. O preço? Na mesma faixa dos pedidos pela Sahara R$ 25.790 (mas acrescente R$ 1.230 de frete e seguro).
Além da Lander, a outra concorrente da Sahara 300 é a BMW G 310 GS. Mas será que é mesmo? Bem, o motor mono e refrigerado a água é mais forte - são 34 cv a 9.250 rpm e 2,9 kgfm a 7.250 rpm.
Além disso, a G 310 GS tem tanque para 11 litros, ABS nas duas rodas (freios Bybre, segunda linha da grife Brembo), suspensões com cursos de 18 cm, banco a 82 cm/85 cm do solo e 175 quilos de peso (!). Um diferencial? Só a GS tem e manetes de freio e embreagem ajustáveis.
A alemã fabricada na Índia e montada no Brasil, em Manaus (AM), tem seus predicados, mas o problema é o preço: na tabela, custa R$ 38.500. Há uma promoção temporária de R$ 33.500 já com frete, mas ainda assim está um degrau acima.
Outra que joga no mesmo segmento é a Dafra NH 300. Mas, apesar das especificações técnicas satisfatórias (e da dirigibilidade bem interessante), é um modelo de menor expressão devido ao pequeno número de concessionários da marca no país. A NH 300 é originariamente produzida pela SYM Sanyang de Taiwan, e depois montada em Manaus (AM).
O motor também é mono, porém refrigerado a água. Entrega 25,2 cv de potência a 7.500 rpm e torque de 2,4 kgf.m a 6.000 rpm. Tem câmbio de seis marchas, iluminação full-LED, carregador USB e freios com ABS nas duas rodas, mas seu tanque só leva 11 litros, as suspas têm cursos curtos de 13,5 cm na frente e 14,5 cm atrás - o que limita seu uso "off" e vão livre de 18 cm. A altura do banco não foi divulgada. A moto pesa 154,3 quilos e tem preço inferior ao do cobrado pelas versões da Sahara 300: R$ 23.990 mais frete (valor não divulgado).
Por fim, existe a Zontes T310. A moto de origem chinesa também é montada em Manaus (AM), em operação capitaneada pelo Grupo J. Toledo, que também representa as marcas Suzuki, Kymco e Haojue. Foi lançada no ano passado, veio um primeiro lote e, depois disso, meio que sumiu de cena - um segundo lote estava previsto para chegar entre o fim do passado e o início deste ano.
Tem motor monocilíndrico refrigerado a água, que rende 35,3 cv a 8,600 rpm e torque de 3 kgf.m a 7.500 rpm. O tancão impressiona: leva 19 litros. A moto ainda freios a disco nas duas rodas, suspensões com cursos de 13,5 cm na frente (invertida) e 14 cm atrás (com nitrogênio), iluminação full-LED, painel de TFT (no segmento, só a T310 tem), vão livre de 16,8 cm, banco a 79,5 cm do solo e 159 quilos.
As especificações até impressionam, mas o preço não é lá muito competitivo: R$ 31.490, ou apenas pouca coisa a menos que o pedido pela BMW G 310 GS. Ou seja, é uma escolha bem particular.
A Royal Enfield Himalayan 411 foi lançada em 2019 e, desde então, não mudou praticamente nada. Conquistou um número razoável de fãs com seu visual algo exótico e fama de confiável - ainda que, nesse segundo aspecto, não tenha sido sempre assim.
Mesmo assim, a Himalayan tem seus "seguidores", que inclusive mal podem esperar pela chegada da nova geração, prevista para este ano - o que, eventualmente, poderá decretar o fim do modelo atual no mercado brasileiro. Enquanto isso, o custo/benefício continua sendo o maior atrativo do modelo, que vem da Índia para ser montado em Manaus (AM).
A Himalayan tem motor mono refrigerado a ar, que rende 24,5 cv de potência a 6.500 rpm e torque de 3,3 kgf.m a 4.500 rpm. Números na média do segmento, mas que sofrem um pouco para proporcionar um bom desempenho à moto, que pesa 185 quilos a seco.
Suas outras especificações são satisfatórias: câmbio de cinco marchas, tanque para 15 litros, 20 cm de curso na suspa dianteira e 18 cm na traseira, banco a 80 cm do solo, 22 cm de vão livre, ABS nas duas rodas, painel completinho e até leitor de GPS por aplicativo próprio, conectado ao smartphone. Custa R$ 24.290 mais frete (não divulgado), um valor competitivo.