Foram muitos meses de mistério, especulações, vazamentos de imagens e poucas certezas. Mas agora isso tudo acabou: a Royal Enfield Himalayan 450 foi apresentada na Índia e já sabemos quase todas as especificações da substituta da Himalayan 411.
Então, vamos ao que interessa. A moto é toda nova e nada tem a ver com a Hima 411 que conhecemos e é vendida aqui no Brasil. Do chassi ao motor, a Hima 450 é inédita. E isso se traduz em especificações bem superiores aos da irmã mais antiga.
Para começar, o motor ainda é monocilíndrico, mas um pouco maior, com quatro válvulas, comando duplo no cabeçote e - o principal - refrigeração líquida. Batizado de Sherpa, entrega 40 cv de potência a 8.000 rpm e torque de 4 kgf.m a 5.500 rpm.
Isso quer dizer que a moto tem quase duas vezes mais potência que a Hima 411, cujo monocilíndico refrigerado a ar rende 24,5 cv a 6.500 rpm. E girado mais alto. O torque já não é tão superior: a Hima 411 entrega 3,2 kgf.m a 4.500 rpm.
Desta forma, a Hima 450 promete resolver um dos aspectos mais criticados na Hima 411 - a falta de potência em giros altos e, consequentemente, o desempenho fraco e com velocidade relativamente limitada.
Se a Hima 411 sofre para passar dos 120 km/h, a Hima 450, segundo a Royal Enfield, chega aos 150 km/h. Já a pequena diferença no torque não será tão sentida, pois a própria Hima 411 exibe boa força para uso em baixos giros.
Importante destacar que a nova Hima 450 pesa 198 quilos em ordem de marcha, um a menos que a Hima 411. Então, é uma moto superior na relação peso/potência. Isso também contribui para um consumo razoável - segundo a fabricante, a Hima 450 faz 28,1 km/l de média.
Com tanque para 17 litros, tem autonomia teórica de 477 quilômetros. Já a Hima 411 faz uma média de 27 km/l, mas como seu tanque leva menos combustível - 15,5 litros -, a autonomia fica ali na casa dos 400 quilômetros.
Como podemos ver, a Himalayan 450 é, de fato, uma evolução da Himalayan 411. E não para por aí: a nova Hima 450 tem recursos que a Hima 411 jamais teve, como acelerador eletrônico, embreagem assistida e deslizante, iluminação full-LED e dois modos de pilotagem (econômico e performance). O ABS está presente nas duas rodas, mas o traseiro pode ser desligado.
Outro quitute da nova Himalayan 450 são as suspensões dianteiras, agora invertidas, com sistema SFF de funções (óleo de um lado, mola do outro) e fornecidas pela japonesa Showa. Antes, eram garfos convencionais e da própria Royal Enfield.
O que não mudou foram as rodas, que continuam com aros de 21 polegadas na frente e 17 polegadas atrás, sempre raiadas, calçadas com pneus da marca CEAT nas medidas 90/90 e 140/80.
À frente do piloto, a Himalayan 450 também exibe um novo painel de instrumentos. Enquanto a Hima 411 tem vários mostradores analógicos, a nova moto tem apenas um instrumento redondo, que é 100% digital - TFT com quatro polegadas.
Esse mostrador é manuseado por um botão no punho direito, tem três modos de visualização e inclui a função do famoso Tripper - aquele GPS nativo, que mostra o caminho por setinhas. Na Hima 411, o Tripper tinha um mostrador separado.
Lá na Índia, a Himalayan 450 chegará às lojas com cinco opções de cores: preta com courado, branco com cinza, cinza com rosa, cinza com azul e branca. Os preços para o próprio mercado indiano ainda na foram divulgados - deverão ser revelados na apresentação mundial da moto, que acontecerá no Salão de Milão, este mês. A moto só deve chegar ao mercado brasileiro no segundo semestre do ano que vem
Por fim, vale analisar o design da moto. Ok, a beleza sempre está nos olhos de quem vê, mas é inegável que a Himalayan 450 é mais harmoniosa do que a Himalayan 411. A irmã menor e mais antiga era mais curta e alta, e tinha excentricidades como o farol em posição excessivamente alta. Na nova moto, que é mais "espichada", tudo parece estar no lugar certo.
Para comparação, a Himalayan 450 tem 2.24 m de comprimento, 1,51 m de distância entre-eixos e 1,31 m de altura, com vão livre de 23 cm. Na Hima 411, são 2,19 m de comprimento, 1,46 m de entre-eixos, 1,36 m de altura e 22 cm de vão livre.