Está chegando a hora! A Royal Enfield Classic 350 será apresentada à imprensa e aos concessionários na próxima semana, e deverá chegar às lojas até o início de outubro. A moto demorou para chegar por aqui: conforme mostramos aqui, foi lançada na Índia há exatamente um ano e chegou à Europa em fevereiro deste ano. Aqui, como lá, vai compor uma "família" com a Meteor e a Hunter.
A primeira já é vendida no mercado brasileiro desde julho do ano passado. E com absoluto sucesso: desde então, é a custom mais vendida do país. A Hunter, por sua vez, foi lançada em agosto último e está prevista para chegar por aqui no ano que vem. Esperemos que não demore um ano.
Já sabemos quase tudo sobre a moto, conforme antecipamos aqui. Mas o grande mistério persiste: quais versões serão vendidas por aqui, e quais serão os preços.
Bom, consultamos fontes ligadas à marca e nem eles sabem dizer - ou, pelo menos, disseram que não sabem. Sinal de que a marca sabe manter segredo... De toda forma, a lógica aqui deve seguir a que é praticada na Índia: a Classic custará um pouco menos que a Meteor e um pouco mais que a Hunter, quando esta chegar.
Hoje a Meteor 350 custa entre R$ 20.000 e R$ 22.000, dependendo da versão, sem frete. Assim, podemos esperar algo entre R$ 19.000 e R$ 21.000. E a Hunter, quando vier, deverá ficar ali pelos R$ 18.000 e R$ 20.000 - em valores de hoje, claro.
Em sua terra natal, a Classic 350 - que é uma espécie de "nova geração" da antiga Classic 500 -, existe em cinco versões: Redditch, Halcyon, Signals, Dark e Chrome. A variedade de versões e as diferenças estéticas entre elas (leia-se opções de cores, acabamentos e rodas) não compromete a proposta retrô original, mas algumas têm uma pegada mais jovem.
O chassi é exatamente o mesmo usado pela Meteor 350. O motor também é o mesmo da Meteor, o monocilíndrico refrigerado a ar e óleo com duas válvulas, comando simples no cabeçote, 350 cm³, potência de 20 cv a 6.100 rpm e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. O câmbio também é o mesmo, com cinco marchas e secundária por corrente.
Todas as versões da Classic 350 também têm as mesmas medidas: 2,14m de comprimento, 1,39 m de entre-eixos, 78,5 cm de largura, 1,09 m de altura (sem espelhos), banco a 80,5 cm do solo, vão livre de 17 cm e tanque para 13 litros. Em comparação com a Meteor, a Royal Enfield Classic 350 tem entre-eixos 1 cm mais curto, é 6 cm mais estreita, tem banco 4 cm mais baixo e tanque para 13 litros (contra 15 da Meteor).
O pneu dianteiro da Classic é o mesmo 100/90 R19 da Meteor, mas o traseiro é diferente: 120/80 R18 na Classic e 140/70 R17 na Meteor. A Royal Enfield Classic 350 também é mais gordinha - pesa 195 quilos a seco, contra 191 quilos da Meteor.
À primeira vista, pode parecer que esta Classic 350 2022 "nova geração" não tem muitas diferenças em relação à antiga. Mas é só impressão. Apesar do mesmo visual retrô, tudo mudou: chassi, motor, banco, escape, rodas, freios, para-lamas e suspensões (garfos na frente com 13 cm de curso e bichoque atrás, com seis ajustes na pré-carga).
As novidades mais visíveis, porém, são mesmo as opções de acabamentos e detalhes como o novo painel de instrumentos, que permanece em cima da cuba do farol - no melhor estilo vintage -, mas agora tem visual um pouco mais moderninho e uma telinha de LCD embaixo do mostrador analógico do velocímetro e das luzes-espia. Na telinha, são exibidos os hodômetros total e parcial, o nível de combustível e informações como a marcha engatada.
À esquerda do painel fica a ignição da moto. À direita, o Tripper Navigation, sistema indicador de direção que funciona quando pareado ao GPS do smartphone do piloto. Não sabemos se aqui a Classic terá o dispositivo, que tem sido suprimido pela Royal Enfield por falta de componentes. Os comutadores de luz e ignição, nos punhos, são os mesmos da Meteor - com aqueles botõezinhos giratórios.
As modernidades da moto são relativamente limitadas, e dependem da versão. Em todas, por exemplo, a iluminação ainda é com lâmpadas halógenas tradicionais - portanto, nada de LEDs.
Na versão básica Redditch, as rodas são raiadas, a pintura marrom ou verde é apenas no tanque, os para-lamas e as laterais são na cor preta e o freio a disco com ABS só vem na roda dianteira - atrás é tambor. Já a Halcyon terá as cores preta, azul e verde também nos para-lamas e as mesmas rodas raiadas, mas o freio é a disco com ABS nas duas rodas (diâmetros de 30 cm na frente e de 27 cm atrás).
A versão Signals tem pintura em tons marrom e areia militares, como as extintas Classic 500, mas aros e motor são pintados na cor preta. Tem ABS nas duas rodas, que também são raiadas. A Dark sobressai não só pela pintura totalmente na cor preta fosca, mas também pelas rodas de liga leve com laterais dos aros na cor vermelha. Também tem ABS de dois canais e é a versão que tenta atrair um público mais hovem para a marca.
A Chrome, por fim, é a mais clássica de todas e aposta justamente no inverso: os compradores tradicionais, que têm, já tiveram ou quiseram ter uma Classic. Tem pintura laranja ou vermelha mesclada com partes cromadas no tanque e nos para-lamas, rodas raiadas e um aspecto não só mais vintage, mas também mais sofisticado - embora, no fim das contas, seja a mesmíssima moto. Já é a dona do meu coração...
Obviamente os preços da Classic ainda são um mistério. Em teoria, os valores devem seguir o que acontece na Índia, onde custam um pouco menos que as Meteor 350 - que hoje sai por R$ 20.000 a R$ 22.000, sem frete. Assim podemos esperar algo entre R$ 19.000 e R$ 21.000.