Que moto o caro leitor gostaria de ter ou ver nas ruas, mas que infelizmente não é vendida no Brasil? Naturalmente há centenas de respostas diferentes, já que sonhar ainda é de graça. E é claro que toda e qualquer moto de baixa cilindrada e com boa qualidade teria espaço por aqui. Mas, no caso dos modelos de média e alta cilindrada, é preciso peneirar mais e pensar em critérios como espaço no mercado e rentabilidade - mesmo que sejam endereçados a segmentos.
Elaboramos, então, uma divertida lista com modelos que certamente teriam procura por aqui. Incluímos motos de marcas conhecidas, presentes ou não no Brasil, e também algumas excepcionalmente exclusivas, daquelas que venderiam bem pouco - mas que os milionários adoram ter para não rodar.
De uma forma ou de outra, são motos que adoraríamos ver nas ruas do Brasil ou em algum evento motociclístico, só para admirar. Para sermos justos, separamos por categorias. Publicamos hoje a primeira parte de nossa lista, e convidamos o caro leitor a conferir a segunda parte amanhã:
Com banco em duas seções e guidom levemente elevado, essa linda "clássica quase custom" oferece mais conforto do que as Bonneville T100 e T120, os modelos mais retrô da marca inglesa. O motor é o mesmo da T120, mas remapeado: são 77 cv de potência a 6.100 rpm e torque de 10,7 kgf.m, sendo que 90% dessa força já está disponível nas 3.850 rpm.
Ou seja, é moto para desfilar bonito e fazer agradáveis passeios sem compromisso com o tempo aqui no Brasil. Também tem dois modos de pilotagem - "estrada" e "chuva" -, ABS, controle de tração e garfos dianteiros com 47 mm de diâmetro, contra média de 41 mm nas outras Bonneville. Atrás, suspensão monochoque em vez de bichoque. Na Inglaterra, custa o equivalente a R$ 88.600.
Quem gosta de moto custom tem toda razão ao reclamar que o Brasil tem poucas opções nesse segmento. A Bolt é uma espécie de "Harley-Davidson Sportster" da Yamaha. Feita para o mercado norte-americano, tem visual "bandido" de muito bom gosto e motor V2 de 942 cm³ refrigerado a ar, que rende cerca de 51 cv de potência a 5.350 rpm e torque de 8 kgf.m a 2.900 rpm.
Ou seja, é uma legítima custom voltada para um público jovem e ávido por subir de cilindrada. Com câmbio de cinco marchas e secundária por correia (como nas Harley), custa o equivalente a R$ 42 mil nos Estados Unidos.
Quem gosta de moto com pegada esportiva e, principalmente, tempero italiano, dificilmente não cobiçaria a Superveloce - modelo mais recente da MV Agusta. Que outro modelo no mundo consegue juntar quadro de treliça parcialmente exposto, carenagem frontal que remete ao visual de um torpedo, espelhos redondos estilo cafe racer na ponta dos punhos e aspecto geral musculoso com tanto bom gosto e harmonia?
A rabeta curtinha, o escape com três ponteiras na lateral e a balança traseira monobraço que deixa a ainda roda de liga leve exposta são outros detalhes bonitos. O desempenho corresponde às expectativas: o motor tricilíndrico de 798 cm³ rende 147 cv de potência a 13.000 rpm e torque de 8,9 kgf.m a 10.100 rpm (isso mesmo!). Com ele, a moto chega à velocidade máxima de 240 km/h. Vendida na Itália em três versões - 800, S e Alpine Limited Edition - seu preço por lá, em euros, começa em R$ 133.500.
Agora partimos para algo parece ter vindo de outro planeta, mas é uma moto que deixaria muita gente boquiaberta aqui no Brasil A Vyrus é uma pequena fabricante italiana com sede em Coriano, que faz motos em esquema quase artesanal. Começou suas operações em parceria com a conterrânea Bimota e, depois alçou voo solo.
O visual de suas motos é sempre inusitado, e o destaque permanente é o sistema de esterço da roda dianteira - em vez garfos inclinados como nas outras motos, há uma espécie de balança frontal que se move a partir dos movimentos de uma caixa de direção que conecta o guidom à balança.
A Vyrus 984 2v tem tudo isso e mais um pouco, sendo um daqueles modelos que roubam a cena em absolutamente qualquer lugar. O motor é fornecido pela Ducati: um L2 com 1.078 cm³ que rende 100 cv de potência, ótimo número para seus 158 quilos (a seco). Preço do brinquedo no velho Continente: o equivalente a R$ 355 mil!
No Brasil, a marca alemã só vende duas roadsters: a quase esportiva S 1.000 R e a pequena G 310 R. No meio do caminho, falta a bela F 900 R, uma naked agressiva, leve e ágil que brigaria, por exemplo, com a Yamaha MT-09 e a Honda CB 1.000 R - ambas bem-sucedidas por aqui.
A F 900 R faz tanto sucesso na Europa que, na França até ganhou há pouco tempo uma versão especial, a Force, que só terá 300 unidades produzidas e é pintada nas cores azul e amarelo "fluorescente" - segundo a BMW, inspirada em aviões de combate.
Bem equipada - tem quickshifter (aquele dispositivo que permite trocas de marcha sem uso da embreagem nem alívio do acelerador), iluminação toda com LEDs, painel de TFT de 6,5 polegadas, modos pilotagem "road" e "rain" e controle de estabilidade, entre outros recursos -, tem motor bicilíndrico em linha refrigerado a água com 895 cm³, 105 cv de potência a 8.500 rpm e 9,8 kgf.m de torque a 6.500 rpm. Com ele, chega a 216 km/h. Na Europa, custa em média o equivalente a R$ 57 mil.
Essa é para aqueles que curtem motocicletas trail raiz, como as antigas Yamaha XT 600E e Suzuki DR 650, por exemplo - modelos sem penduricalhos nem mundos de acessórios, e que são capazes de enfrentar qualquer terreno de verdade!
Pois a XR 650L é uma dessas motos, e continua em linha e à venda nos Estados Unidos - pelo equivalente a R$ 37 mil. A frente com farol quadrado, os para-lamas altos, os pneus cravudos, o vão livre de 33 cm e as suspensões com nada menos que 28 cm de curso não deixam dúvidas de que se tata de um divertido "trator". O motor é um monocilíndrico de 649 cm³ que rende 40 cv de potência e 6,5 kgf.m de torque.