Retrospectiva 2023: as motos que marcaram o ano
Ducati DesertX
Para começar essa retrospectiva 2023, um baita lançamento muito esperado no Brasil. A big trail Ducati DesertX foi apresentada no mercado brasileiro, assim como muitas dessa lista, durante o Festival Interlagos, em junho deste ano. O design é o que mais chama a atenção nessa moto. Já o motor é o mesmo Testrastetta de 937 cm³ da Monster e da Multistrada V2 S - são 110 cv a 9.250 rpm e torque de 9,3 kgf.m a 6.500 rpm. O preço sugerido é de R$97.990.
Kawasaki Ninja ZX-4R
Muita gente torceu o nariz para essa esportiva pequena, mas com motor de quatro cilindros. Mas a verdade é que a nova Kawasaki Ninja ZX-4R foi uma das novidades mais quentes do Festival Interlagos.
Apesar da baixa cilindrada, a moto é bem equipada. Tem ABS, controle de tração e embreagem assistida e deslizante. E no que se refere a tecnologias e mimos, vem de fábrica com iluminação full-LED, tomada USB e conectividade via Bluetooth no painel - que é uma belíssima tela de TFT de 4,3 polegadas, semelhante às usadas nas Ninjas de maior cilindrada. O novo motor, injetado e refrigerado a água, tem quatro cilindros em linha, 399 cm³, 16 válvulas, comando duplo no cabeçote e entrega uma potência máxima de 80 cv (com RAM air) a 14.500 rpm e torque máximo de 4 kgf.m a 13.000 rpm. Preço: R$ 57.490, com frete.
Ducati Panigale V4 S
A Ducati Panigale V4 S foi lançada em maio. A superesportiva italiana ficou mais potente, com 215,5 cv (1,5 cv a mais que antes) e 12,6 kgf.m de torque a 9.500 giros, sendo que a 6.000 rpm o motor já entrega 80% dessa força.
Além disso, a terceira geração do modelo recebeu atualizações eletrônicas e no chassi, que aprimoraram seu desempenho nas pistas. A moto custa R$ 162.990.
BMW S 1000 RR
A superesportiva alemã BMW S 1000 RR 2023 foi lançada no Brasil em março. Ainda não veio uma nova geração, mas a moto ganhou aprimoramentos relevantes em chassi, aerodinâmica, motor e muito mais. Na parte eletrônica, os upgrades são dois novos assistentes de pilotagem: o brake slide assist e o slide control.
O motor, porém, é o mesmo quatro cilindros de antes - com 999 cm³, refrigeração obviamente líquida e duplo comando de válvulas. Mas agora rende 210 cv de potência a 13.750 rpm e torque de 11,5 kgf.m a 11.000 rpm. São 3 cv a mais e o mesmo torque de antes - mas a potência vinha em 13.500 rpm. Com isso, a margem de uso entre potência e torque aumentou um pouco. Na faixa vermelha, o motor chega a incríveis 14.600 rpm. Além disso, a nova S 1000 RR ganhou um para-brisa um pouco mais alto (que gera menos turbulência no capacete do que antes), carenagens laterais redesenhadas e rabeta mais curta e com tomadinha USB. E, mais importante, asas aerodinâmicas frontais e laterais, que chegam a produzir 17,1 quilos de força aerodinâmica (downforce) sobre a frente da moto. O preço: R$ 129.900.
Triumph Street Triple 765 RS
A nova geração da nervosa naked da marca britânica foi apresentada também no Festival Interlagos. Junto com a Triumph Street Triple 765 RS chegou a versão com menos apimentada, a 765 R, que inicialmente não seria comercializada no nosso país.
Segundo a Triumph, esta é a Street Triple mais nervosa de todos os tempos. O motor tricilíndrico de 765 cm³, 12 válvulas e comando duplo no cabeçote agora entrega 130 cv a 12.000 rpm e 8 kgf.m de torque a 9.500 rpm. As especificações são um pouco superiores às da antecessora, que tinha 123 cv a 11.750rpm e 7,9 kgf.m a 9.350 rpm. A nova Street Triple 765 RS tem câmbio de seis marchas com quickshifter - dispositivo que permite trocar as marchas sem aliviar o acelerador e sem usar a embreagem -, além de embreagem assistida e deslizante, que evita travadas da roda traseira nas reduções mais severas. A versão de entrada, Street Triple 765 R, custa R$59.990, enquanto a Street Triple 765 RS parte dos R$68.990.
BMW F 900 R
O grande barato da BMW F 900 R é marcar o retorno da fabricante alemã ao segmento das naked. O modelo foi apresentada no finzinho de 2022, e as vendas começaram no início de 2023.
Visualmente, a F 900 R é uma naked autêntica. Nada de carenagens, fru-frus, alegorias e adereços. A parte mecânica está toda exposta, como deve ser, e as ousadias aparecem nas linhas esculpidas, no estilo musculoso, no farol quase vertical e no curioso suporte do painel de instrumentos. Já a mecânica é do tipo que não tenta reinventar a roda. O modelo tem motor bicilíndrico com 895 cm³, oito válvulas e refrigeração líquida. Rende 85 cv de potência a 8.500 rpm, que é um número relativamente modesto, mas o torque de 8,8 kgf.m a 6.750 rpm compensa um pouco isso. A moto tem preço sugerido de R$ 64.900.
Suzuki GSX-S 1000
Na linha 2023, a naked da Suzuki teve o visual completamente remodelado. Nessa nova linguagem visual, a Suzuki aposta em um look futurista e robótico, que abandona a estética anterior mais tradicional. Sobressai, na frente, o novo farol em forma hexagonal com três pontos de luz sobrepostos verticalmente.
O motor de quatro cilindros em linha e 999 cm³ tem especificações tradicionais - injeção, refrigeração líquida e comando duplo no cabeçote. Rende 150 cv de potência a 11.000 rpm com torque de 10,8 kgfm a 9.250rpm.
Outras especificações importantes são a suspensão dianteira Kayaba com garfos invertidos, 12 cm de curso e ajustes, e a suspensão traseira monochoque com apoio em link, 13 cm de curso e ajuste na pré-carga. A moto custa R$ 79.600.
Honda CB 300F Twister
Outro modelo que não podia ficar de fora dessa retrospectiva 2023. Sucessora da CB 250F Twister, a nova Honda CB 300F Twister foi um importantíssimo lançamento da marca em 2023 - é um modelo com desempenho forte de vendas.
A Twister, então, passou por uma evolução radical. Além de ficar com o visual mais agressivo e esportivo, que lembra bastante o da nova Honda Hornet vendida lá fora, a CB 300F Twister ganhou um motor maior, mais potente e com mais torque. Lançada em duas versões (freios ABS ou CBS), a moto é completamente nova e foi toda desenvolvida no Brasil. O motor monocilíndrico e refrigerado a ar é totalmente novo. Agora tem exatos 293,5 cm³, quatro válvulas e balancins roletados. Rende 24,7 cv de potência a 7.500 rpm e 2,6 kgf.m de torque a 5.500 rpm no etanol, e 24,5 cv c e 2,6 kgf.m na gasolina (na antecessora CB 250F Twister, eram 22,6 cv a 7.500 rpm e 2,2 kgf.m a 6.000 rpm).
Já o câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente, e a embreagem agora é assistida e deslizante. Isso que dizer que o esforço para o acionamento ficou bem menor e a roda traseira não trava nas reduções mais bruscas. Os preços sugeridos são R$ 22.370 (CBS) e R$ 23.330 (ABS).
Honda XRE 300 Sahara
O modelo recém-lançado pela Honda chegará às lojas em janeiro. Ao lado da nova Twister, a Honda XRE 300 Sahara foi o principal lançamento da marca japonesa este ano. Depois de muita especulação, a trail finalmente foi apresentada em novembro, e aposta na nostalgia que o nome Sahara remete.
A nova Sahara pode lembrar a antecessora, mas é toda nova. O motor, por exemplo, é o mesmo da CB 300F Twister, que foi lançada no início deste ano. É monocilíndrico e refrigerado a ar, mas tem comando de válvulas simples e 293,5 cm³. Entrega um pouco mais de potência e torque devido ao escape, à caixa de ar e ao filtro de ar diferentes: são 25,2 cv a 7.500 rpm e 2,7 kgf.m a 5.750 rpm - na naked, entrega 24,5 cv a 7.500 rpm com gasolina e 2,6 kgf.m 5.500 rpm (potências com etanol, torques com gasolina ou etanol). O câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente. O chassi é praticamente o mesmo da CRF 250 - uma trilheira raiz - e teve apenas algumas alterações no sub-quadro. Outras boas novidades são os sete ajustes de pré-carga na suspensão traseira monochoque (antes não havia regulagens), a embreagem agora assistida e deslizante, e o sistema ESS de frenagem de emergência - nas freadas bruscas, o pisca alerta é ligado automaticamente. Os preços são os seguintes: XRE 300 Sahara Standard (cinza metálica), R$ 27.090; XRE 300 Sahara Rally (vermelha), R$ 27.690; e XRE 300 Sahara Adventure (bege metálica), R$ 28.650.
Bajaj Dominar 160, 200 e 400
A Bajaj iniciou as operações oficias no Brasil em dezembro do ano passado, mas as vendas começaram efetivamente no início de 2023. A marca chegou com três lançamentos importantes para agitar o mercado de motos brasileiro: Dominar 160, Dominar 200 e Dominar 400.
As duas primeiras, Bajaj Dominar 160 e Dominar 200, chegaram para tentar incomodar as concorrentes da Honda e Yamaha, sendo opções com visual mais moderno, pegada mais esportiva e pacote de recursos mais completinho que os das motos rivais.
A Bajaj Dominar 400, a mais cara das três Bajaj (R$ 24.990), também foi a que mais vendeu, porque tem um custo-benefício muito atraente. Enquanto as Dominar 160 (R$ 17.420) e 200 (R$ 18.990) sofrem concorrência forte das duas principais marcas presentes no país - Honda e Yamaha -, entre outras, a Dominar 400 tem poucas rivais. Além disso, a moto junta elementos de moto naked e trail - ou crossover, como preferir - como poucas, o que também é interessante. A moto tem iluminação full-LED, para-brisa, protetores de mãos, de motor e de cárter, banco bipartido, um pequeno encosto para garupa, bagageiro com suporte para baú, freios a disco com ABS nas duas rodas e embreagem deslizante e assistida.
O motor é um monocilíndrico com quatro válvulas, comando no cabeçote e refrigeração líquida. Seus 373 cm³ entregam 40 cv de potência a 8.800 rpm e torque de 3,5 kgf.m a 6.500 rpm. São números comportados, mas que correspondem à proposta da moto: predominantemente urbana, mas com alguma força para pistas expressas e estradas. O câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente.
Zontes V 310, R 310 e T 310
A Zontes, assim como a Bajaj, é uma nova marca de motos que chegou ao mercado brasileiro neste ano. Assim como a empresa indiana, a chinesa Zontes apresentou logo de cara três modelos no Brasil: V 310 (custom que tem preço sugerido de R$ 29.990), R 310 (naked que custa R$ 28.990) e T 310 (trail que pode ser comprada por iniciais R$ 31.490).
Todas as motos têm o mesmo motor monocilíndrico de quatro válvulas, comando simples no cabeçote, refrigeração líquida e 312 cm³, que rende 35 cv de potência a 9.500 rpm e torque de 3 kgf.m a 7.500 rpm.
Yamaha YZF-R15
Mais um lançamento do Festival Interlagos que fez muito barulho: a nova Yamaha YZF-R15. É uma esportiva de baixa cilindrada, mas com especificações de alto nível e preço muito competitivo: R$ 18.990 (mais frete e seguro).
A moto é equipada com um inédito motor de 155 cm³ refrigerado a água, que gera 18,8 cv de potência de 10.000 rpm e torque de 1,5 kgf.m a 8.500 giros. O câmbio tem seis marchas e embreagem deslizante e assistida.
Segundo a Yamaha, o chassi foi desenvolvido em pista, sendo compacto na medida certa para encarar percursos urbanos. A balança traseira é em alumínio, e o peso da pequena esportiva é de 141 quilos.
Royal Enfield Hunter 350
A Royal Enfield apresentou a Hunter 350, naked retrô que chegou para complementar a família 350 da marca indiana. Como já era esperado, o motor é o mesmo das "irmãs": o monocilíndrico de 349 cm³, quatro tempos e com arrefecimento misto de ar e óleo, que entrega 20,2 cv e 2,75 kgf.m de torque, com câmbio de cinco marchas.
Porém, a nova Hunter 350 passa a sensação de ser mais forte. Isso porque é cerca de 14 quilos mais leve que a Classic 350 e a Meteor 350. Custa corretos R$ 19.990.
BMW C 400 X
A BMW voltou a investir no segmento de scooters e apresentou, também no Festival Interlagos, a nova C 400 X. Produzida na fábrica da marca em Manaus, o modelo tem muita tecnologia embarcada e motor de 350 cm³ que gera 34 cv de potência e torque máximo de 3,5 kgf.m. Custa R$ 54.900 na versão standard e R$ 59.900 na versão Sport. A scooter tem controle de estabilidade automático (ASC), ABS, iluminação full-LED, chave presencial, tomadas USB de 12 Volts e um espaço sob o banco com capacidade para até cinco quilos - cabe um capacete fechado.
Suzuki V-Strom 1050
A linha 2023 da Suzuki V-Strom 1050 foi lançada no Brasil em outubro. E veio a renovação da V-Strom de alta cilindrada, com visual bacana inspirado no das antigas DR 800. A moto chegou em duas versões: standard (R$ 82.600) e XT (R$ 86.950).
A standard é mais voltada para rodar no asfalto. Por isso, tem rodas de liga leve com 19 polegadas na frente e de 17 polegadas atrás, e um pára-brisa maior que o da XT e - e com ajuste de altura. Já a versão XT também permite aventuras em estradas de terra e off-road. Tem rodas raiadas, com 21 polegadas na frente e as mesmas 17 polegadas atrás. O motor é o mesmo nas duas: o bicilíndrico de 1.037 cm³, que entrega 107 cv e torque de 10,5 kgf.m. O câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente. Na linha 2023, as relações de marcha foram alongadas, para proporcionar uma rodagem mais suave. O tanque pega 20 litros de combustível.
Royal Enfield Scram 411
A Scram 411 foi outro lançamento da Royal Enfield este ano. É uma espécie de irmã "mais scrambler e menos trail" da Himalayan 411 - ou uma Himalayan com "roupa de surfista". As duas são basicamente a mesma moto, mas há diferenças interessantes. O visual da Scram 411, por exemplo, é bem mais harmonioso. Não há peças que pareçam foram do lugar, tudo combina e as cores disponíveis são bem legais e de bom gosto.
As soluções estéticas criadas, como a moldura do farol, o reposicionamento dos piscas e a rabetinha diferente, também ficaram bacanas. E como não tem as proteções laterais do tanque, o para-brisa e o bagageiro traseiro da Himalayan, a Scram desfila um jeito mais leve, jovial e limpo. O motor é o mesmo da Himalayan. Ou seja, um monocilíndrico injetado e refrigerado a ar, que tem 411 cm³ e rende 24,5 cv de potência a 6.500 rpm com 3,2 kg.m de torque a 4.250 rpm. A moto tem preço sugerido de R$ 22.490.
Harley-Davidson Sportster S
A tradicional marca norte-americana trouxe duas novidades este ano. A primeira delas foi a Sportster S, uma custom com visual de drag bike e desempenho à altura do aspecto agressivo e invocado. A Harley-Davidson Sportster S usa o mesmo motor da big trail Pan America - o Revolution Max com dois cilindros em V, refrigeração líquida e 1.250 cm³ -, mas com outras calibragens. A potência é de 121 cv a 7.500 rpm e o torque, de 12,9 kgf.m a 9.500 rpm - na Pan America, são 150 cv a 9.500 giros e 13 kgf.m a 6.750 rpm. O preço, porém, é um pouco salgado: R$ 125.900.
Harley-Davidson Nightster Special
A segunda moto lançada pela Harley-Davidson no Brasil este ano foi a Nightster Special. É a mais recente integrante da longeva família Sportster - embora não leve esse nome, como a Sportster S (que tem muito menos a ver com a tradicional "família"). Mas Basta botar uma Nightster Special ao lado de qualquer Sportster 883 ou 1200 para identificar as semelhanças: chassi curto, frente alta, traseira baixa, vocação urbana e desempenho forte.
O motor é o Revolution Max, o mesmo que equipa a big trail Pan America e a Sportster S, mas em versão com capacidade cúbica menor. Naquelas, são 1.250 cm³. Aqui, são 975 cm³. Mas nada de desempenho fracote: na Nightster Special, o V2 refrigerado a água entrega 90 cv de potência a 7.000 rpm e torque de 9,7 kgf.m a 5.750 rpm. O consumo prometido é de 22 km/l, em média, e o tanque pega 11,7 litros de combustível. Custa R$ 99.900, um preço um pouco alto para o conjunto da obra.
Suzuki GSX-S 1000 GT
Mais um lançamento de impacto que apareceu no Festival Interlagos: a Suzuki GSX-S 1000 GT. Com essa novidade, a marca japonesa investiu no segmento das sport-touring - e com uma moto excepcional. A GSX-S 1000 GT (no caso, a sigla é de Gran Turismo) tem motor quatro-cilindros em linha e 999 cm³, que rende 152 cv a 11.000 rpm e torque de 10,8 kgf.m a 9.250 rpm. Ou seja, acelera muito forte!
Essa Suzuki tem também controle de tração com cinco ajustes, ABS com atuação em curvas, acelerador eletrônico, quickshifter bidirecional e embreagem assistida e deslizante. Além disso, tem três modos de pilotagem - ativo, que libera potência e torque sem limitações; básica, que faz a entrega de forma um pouco amansada; e conforto, cujas respostas são bem mais lentas e dóceis. A moto tem preço sugerido de R$ 92.600. Caso você tenha sentido falta de algum lançamento na retrospectiva 2023 do mercado de motos brasileiro, é só deixar nos comentários.
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