A Royal Enfield começou a vender a Classic 350 na Europa e os primeiros países a recebê-la são Portugal e Espanha. A moto chega por lá nas versões Halcyon, que mescla a cor verde escura com detalhes dourados, Dark, toda pintada de presto fosco e com exclusivas rodas de liga leve, e Chrome, que combina elegantemente partes pintadas na cor vermelha com acabamentos cromados (claro, essa é a minha preferida!).
Os preços na terrinha ficam entre 4.989 euros e 5.189 euros, algo em torno dos R$ 29.300 e R$ 30.500, na conversão direta. Na Índia, a moto tem mais duas versões - Redditch e Signals.
A nova Classic 350 foi lançada na Índia em setembro do ano passado como mostramos aqui no WM1, e o início das vendas na Europa pode parecer algo distante e talvez pouco importante para nós. Mas revela muita coisa. A principal é que a chegada da moto ao Velho Continente parece sinalizar que a Royal Enfield está em fase de reequilíbrio de produção - como muitas marcas, a indiana foi atingida em cheio pela pandemia de covid 19, que fez fábricas e fornecedores pararem ou, pelo menos, reduzirem suas produções.
Hoje pode parecer que isso tem muito tempo, mas a recuperação de qualquer paralisação do tipo - e aquela não foi curta - sempre demora meses. Para quem não lembra, a chegada da Meteor 350 ao Brasil atrasou fundamentalmente por causa disso, e até hoje há falta de motos nas concessionárias e longas filas de espera em muitas delas.
A chegada da Classic 350 ao mercado europeu pode ser um sinal, também, de que logo os estoques da Meteor 350 serão readequados e que não haverá mais falta de motos por aqui. Além disso, é o começo da jornada da própria Classic 350 rumo ao mercado brasileiro.
A moto é cotada para o Brasil desde sua geração anterior, mas o projeto Meteor 350 entrou em seu lugar. E o sucesso desta mostrou que há espaço para modelos custom de baixa/média cilindrada com preço razoável - e a Classic 350 seria uma ótima segunda alternativa, até porque a Meteor 350 segue sem concorrentes.
Vale destacar um fator que facilitaria essa logística: ambas compartilham chassi, motor e vários outros componentes. Com isso, o trabalho das concessionárias - que lutam para rentabilizar, já que a linha Royal Enfield no país é enxuta - seria facilitado. Praticamente não seria preciso investir em novo ferramental para assistência técnica e pós-venda, por exemplo. E mais: a Royal Enfield já disse que pretende ter uma linha de montagem em Manaus. Então fazer duas motos que usam muitas peças em comum seria muito prático.
As duas motos, porém, têm suas diferencinhas. A Meteor 350 é um modelo custom mais convencional e a Classic 350 tem uma pegada bem retrô, com um visual que, de certa forma, é até parecido com o da irmã maior Interceptor 650. Aliás, esse é outro aspecto que favorece a venda da Classic 350 no Brasil: a bicilíndrica média teve boa aceitação por aqui.
O tempo, os repiques da pandemia, as variações cambiais e outros fatores dirão o que vai acontecer. Mas apostamos na vinda da Classic 350 para o mercado brasileiro como uma segunda opção tanto nas lojas da Royal Enfield quanto no próprio mercado - pelo menos por enquanto.
Para quem não lembra, já falamos bastante das especificações da Classic 350 quando de seu lançamento. O motor é o já conhecido monocilíndrico refrigerado a ar e óleo com duas válvulas, comando de válvulas simples no cabeçote, 350 cm³, potência de 20 cv a 6.100 rpm e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. O câmbio tem cinco marchas, com secundária por corrente.