Um dos lançamentos mais esperados deste ano finalmente está entre nós. A Royal Enfield apresentou a linha Meteor 350. "Linha" porque a moto chega nas mesmas três versões que já existem lá fora - e o que é melhor, com boas surpresas.
Para começar, os preços. A versão básica Fireball custa R$ 17.990; a intermediária Stellar, R$ 18.490; e a topo de linha Supernova, R$ 18.990 (o frete para qualquer lugar do Brasil custa R$ 1.000). Ou seja, dentro da faixa de valores que prevíamos nos últimos meses e que tornam o modelo bastante competitivo.
Essa competitividade vem não só pelos preços honestos para o que a moto proporciona, mas porque permitem à Meteor ocupar o lugar que pretendia: o extenso espaço vazio que existe entre as custom pequenas Haojue Chopper Road 150 e Dafra Horizon 150, ambas na faixa dos R$ 11.000, e a Kawasaki Vulcan 650 S, de R$ 36.000.
A Fireball, mais simples, exibe tanque em cor única sólida (vermelha ou amarela) com adesivos em preto, acabamentos na mesma cor preta em componentes como para-lamas e protetor do escape e fitas nos aros das rodas na mesma cor do tanque.
Já a Stellar também tem tanque em uma cor, mas com pintura metálica vermelha ou azul, ou ainda preta fosca, emblemas cromados, acabamentos pintados na mesma cor do tanque, sissy-bar e componentes cromados.
A Supernova, por sua vez, tem tanque e tampas laterais em duas cores - marrom ou azul, ambas mescladas com preto -, emblemas cromados, para-lamas na cor predominante, sissy-bar, mais peças cromadas, banco com acabamento mais caprichado e rodas usinadas.
As três versões têm o mesmo painel de instrumentos com pegada retrô - um relógio analógico com telinha de LCD no meio - bem completinho, e todas têm, de série, o Tripper. É um segundo mostrador com tela de TFT que funciona como um GPS, e indica com setinhas o caminho a ser seguido. Para isso, basta pareá-lo ao smartphone e utilizar um aplicativo.
Farol com luz de rodagem diurna de LED e lâmpada halógena, lanterna tipo jipe com LED e tomada USB no punho esquerdo também estão em todas as versões. Aqui, uma curiosidade: os comutadores de corta-corrente e ignição e os do farol são rotativos, não do tipo interruptor.
A Meteor 350 usa o mesmo nome de um modelo feito pela Royal Enfield em 1952. Mas, de antiga, não tem nada. Criada para substituir a Thunderbird 350, é um projeto todo novo, do chassis de berço duplo ao motor monocilíndrico refrigerado a ar e óleo com 350 cm³, que rende 20 cv de potência a 6.100 rpm e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm.
O câmbio tem cinco marchas, com secundária por corrente e algo raro de se ver em modelos desse porte: contrapedal de marcha. Outras especificações importantes são o tanque para 15 litros de combustível, os freios a disco nas duas rodas com ABS, pneus 100/90 R19 na frente e 140/70 R17 atrás, ambos sem câmara, e suspensão traseira bichoque com seis ajustes - na frente, vão garfos telescópicos tradicionais.
Para pilotos com baixa estatura, uma boa informação: o banco fica a apenas 76,5 cm de altura do solo. E uma outra boa característica da moto é a distância mínima do solo de 17 cm - o que protege suas partes baixas de quebra-molas e afins.
Em breve publicaremos uma avaliação dinâmica completa da Meteor 350 com uma análise minuciosa de seu desempenho urbano e na estrada. Por enquanto, podemos adiantar as primeiras impressões de nosso primeiro contato com a moto: encontramos um embreagem muito macia, um câmbio com engates justinhos, uma elogiável posição de pilotagem, níveis de ruídos e vibrações bem discretos, ótimo comportamento nas curvas e uma sensação geral de solidez - inclusive com ótima rigidez de chassis.
Por outro lado, o banco é mais duro que o esperado e os freios são satisfatórios, mas não impressionaram. Numa avaliação mais longa e severa, algumas destas impressões podem mudar.