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Royal Enfield lança a nova geração da Classic 350

Com motor, chassi e outras peças da Meteor 350, modelo surge em cinco versões. Veja as chances de vir para o Brasil

por Roberto Dutra

A Royal Enfield acaba de lançar, na Índia, a nova geração da Classic 350. Já havíamos publicado bastante coisa sobre a moto há poucos dias, mas há novidades e especificações que somente agora foram mostradas. Vamos a elas.

A moto surge na Índia em nada menos que cinco versões: Redditch, Halcyon, Signals, Dark e Chrome. Os preços, lá, tem valores equivalentes na faixa entre R$ 13.055 a R$ 15.232. A variedade de versões e as diferenças estéticas entre elas - leia-se opções de cores, acabamentos e rodas - indicam que a Royal Enfield quer atingir um público mais jovem para ampliar o leque de compradores e renovar a clientela. Mas nada de sustos: todas têm o mesmo visual retrô que sempre caracterizou (e fez a fama) da Royal Enfield Classic 350.
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Como antecipamos, o chassi mudou, mas não é exatamente novo: passa a ser exatamente o mesmo usado pela Meteor 350, que foi lançada na Índia em outubro do ano passado e aqui no Brasil em julho último. Não por acaso a Classic 350 também herda o motor da Meteor: o monocilíndrico refrigerado a ar e óleo com duas válvulas, comando de válvulas simples no cabeçote, 350 cm³, potência de 20 cv a 6.100 rpm e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. O câmbio também tem cinco marchas, com secundária por corrente.
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Todas as versões da Royal Enfield Classic 350 têm as mesmas medidas: 2,14m de comprimento, 1,39 m de entre-eixos, 78,5 cm de largura, 1,09 m de altura (sem espelhos), banco a 80,5 cm do solo, vão livre de 17 cm e tanque para 13 litros. Em comparação com a Meteor, a Classic 350 tem entre-eixos 1 cm mais curto, é 6 cm mais estreita, o banco é 4 cm mais baixo e o tanque comporta 2 litros a menos (13 litros contra 15 da Meteor). As outras medidas são iguais.

O pneu dianteiro da Classic é o mesmo 100/90 R19 da Meteor, mas o traseiro é diferente: 120/80 R18 na Classic e 140/70 R17 na Meteor. A Classic também é mais gordinha - pesa 195 quilos a seco, contra 191 quilos da Meteor.
À primeira vista, pode parecer que esta Classic 350 2022 "nova geração" não tem muitas diferenças em relação à antiga. Mas é só impressão, devido ao estilo retrô. É uma moto toda nova. Além de chassi e motor, também mudaram banco, escape, rodas, freios, para-lamas e suspensões (garfos na frente com 13 cm de curso e bichoque atrás, com seis ajustes na pré-carga).

As novidades mais visíveis, porém, são mesmo as opções de acabamentos e detalhes como o novo painel de instrumentos, que permanece em cima da cuba do farol - no melhor estilo vintage -, mas agora tem visual um pouco mais moderninho e uma telinha de LCD embaixo do mostrador analógico do velocímetro e das luzes-espia. Na telinha, são exibidos os hodômetros total e parcial, o nível de combustível e informações como a marcha engatada.

À esquerda do painel fica a ignição da moto. À direita, outra novidade herdada da trail Himalayan e da própria Meteor: o Tripper Navigation, sistema indicador de direção que funciona quando pareado ao GPS do smartphone do piloto. Os comutadores de luz e ignição, nos punhos, são os mesmos da Meteor - com aqueles botõezinhos giratórios.

Mas as modernidades da moto são relativamente limitadas, e dependem da versão. Em todas, por exemplo, a iluminação ainda é com lâmpadas halógenas tradicionais - portanto, nada de LEDs.

As versões da Royal Enfield Classic 350

Na versão básica Redditch, as rodas são raiadas, a pintura marrom ou verde é apenas no tanque, os para-lamas e as laterais são na cor preta e o freio a disco com ABS só vem na roda dianteira - atrás é tambor. Já a Halcyon terá as cores preta, azul e verde também nos para-lamas e as mesmas rodas raiadas, mas o freio é a disco com ABS nas duas rodas (diâmetros de 30 cm na frente e de 27 cm  atrás).

A versão Signals será oferecida nos tons marrom e areia militares, como as extintas Classic 500, mas aros e motor são pintados na cor preta. Tem ABS nas duas rodas, que também são raiadas. A Dark se sobressai não só pela pintura totalmente na cor preta fosca, mas também pelas rodas de liga leve com laterais dos aros na cor vermelha. Também tem ABS de dois canais e será a versão que tentará atrair um público novo para a marca.

A Chrome, por fim, é a mais clássica de todas e aposta justamente no inverso: os compradores tradicionais, que têm, já tiveram ou quiseram ter a Classic 350 na geração anterior ou a própria Classic 500. Tem pintura laranja ou vermelha mesclada com partes cromadas no tanque e nos para-lamas, rodas raiadas e um aspecto não só mais vintage, mas também mais sofisticado - embora, no fim das contas, seja a mesmíssima moto. Se vier para o Brasil, é essa que me fará quebrar o cofrinho...

As chances de vir para o Brasil

Obviamente é muito cedo para a Royal Enfield revelar se a Classic 350 virá para o Brasil. Mas se analisarmos os últimos movimentos da marca, podemos pensar que isso não deve ser descartado - e vamos longe: apostamos que virá já no ano que vem, pelas razões abaixo descritas:
1. Quando do lançamento das "twins" 650 Interceptor e Continental GT, em janeiro de 2020, um executivo me falou em off que a marca tinha, sim, planos a médio e longo prazo de entrar com força no então vazio segmento das custom de média cilindrada no Brasil.
2. A Royal Enfield efetivamente fez isso ao lançar aqui a Meteor 350, em julho último.
3. A Royal Enfield permanece sozinha neste nicho, tem fila nas concessionárias e um modelo apenas não dá conta da demanda.
4. A Classic 350 seria uma opção no mesmo nicho, porém com preço ligeiramente mais baixo. Se a Meteor 350 já vende bem, uma moto com o mesmo motor, uma pegada ainda mais retrô e um pouco mais barata teria boas chances de fazer sucesso.
5. Com chassi e motor iguais aos da Meteor 350, a logística de pós-venda da Classic 350 seria fácil para os concessionários.
6. A Royal Enfield já manifestou planos de montar motos em Manaus. E fazer dois modelos que usam chassi e motor iguais facilita muito também essa logística.
7. A Classic 350 nunca foi vendida no Brasil. A Classic 500 foi, mas já saiu de linha. Com isso, os fãs de motos bem vintage ficaram órfãos e a 350 poderia ocupar esse espaço.
8. Expandir operações e vendas em vários países do mundo tem sido uma das prioridades da Royal Enfield nos últimos anos. O Brasil já foi o quinto mercado de motos do mundo e agora é apenas o oitavo - mas, ainda assim, os números locais não podem ser desprezados.
Confira abaixo um vídeo bem completo sobre a Classic 350, inclusive sua história e suas origens, bem como o desenvolvimento da nova geração e sua montagem em Chennai, na Índia. E, claro, imagens da moto em ação!


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