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Royal Enfield: o que vem e o que não vem por aí

Nova geração da Classic 350 está pronta, Hunter 350 e Cruiser 650 seguem em desenvolvimento e Himalayan 650 é descartada

por Roberto Dutra

A Royal Enfield segue firme em seus planos de expansão mundial e para manter a proposta de lançar uma nova moto a cada trimestre - meta normalmente difícil de cumprir, e mais ainda em tempos de pandemia mundial. A bola da vez é um novo modelo que usará o mesmo motor de 350 cm³ da Meteor, a custom que foi lançada na Índia no fim do ano passado e há cerca de dois meses aqui no Brasil - em ambos os países, com sucesso.

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Rumores dão conta de que a moto será batizada de Hunter. Com esse modelo, a Royal Enfield terá uma moto para brigar de igual para igual com a CB 350 H´Ness, a naked discretamente retrô lançada recentemente pela Honda. Criada inicialmente apenas para o mercado indiano, a H´Ness fez tanto sucesso que a marca japonesa estuda vendê-la também em outros países.

A Classic 350, por sua vez, não entraria nessa briga, principalmente devido ao visual bem mais vintage. A atual ainda está em linha e também tem motor de 350 cm³, porém mais antigo - é basicamente o mesmo da extinta Classic 500, mas com capacidade cúbica menor. Como o nome Classic é muito forte na Índia, a marca já anunciou que lançará uma "nova geração" no próximo dia 27 de agosto.

A nova Classic 350 terá o mesmo motor da Meteor 350 e outros aprimoramentos, como painel redesenhado e até uma série especial batizada de "Signals". Sendo assim, o mais provável é que Classic 350 e Hunter 350 convivam harmoniosamente, e compartilhem o mesmo propulsor da custom.
A princípio, as chances da Hunter 350 e da Classic 350 nova geração serem vendidas no Brasil são pequenas, sob o risco de concorrer com a própria Meteor 350 nas concessionárias da marca. Mas não é algo impossível, já que teriam preços acessíveis e, por isso, seriam capazes de fazer bons volumes - o que poderia melhorar substancialmente a rentabilidade das lojas e da própria marca.

Se a Honda lançasse a CB 350 H´Ness no Brasil - algo já especulado, mas não confirmado - as chances da Hunter 250 ganhar passaporte nacional aumentariam exponencialmente, já que seria uma concorrente mais direta do que a própria Meteor 350.

Além da Hunter em desenvolvimento e da nova Classic 350 prestes a sair do forno, a Royal Enfield prepara uma cruiser que herdará chassi e motor das "twins" Interceptor e Continental GT 650. A moto, inclusive, já foi flagrada em testes de rodagem na Índia e tudo leva crer que seu lançamento é apenas questão de tempo.

Ao contrário de Hunter ou Classic 350, essa Cruiser 650 teria boas chances de ser vendida no Brasil por vários motivos.
Primeiro, porque Interceptor e Continental GT registram números sólidos desde que chegaram ao país. Segundo, porque os dois modelos têm se mostrado confiáveis, sem histórico de problemas. E terceiro, porque o compartilhamento de componentes como chassi, motor, freios, chicote, eletrônico e rodas, entre outros, facilita a logística de pós-venda, inclusive treinamento de pessoal e estocagem de peças, entre outros aspectos.
Para completar, essa Cruiser 650 teria, no Brasil, o tamanho e o preço exatos para ocupar o espaço que permanece vazio no segmento das custom. A "escadinha" começa com os modelos de 150 cm³, que custam de R$ 12 mil a R$ 15 mil, sobe para as Meteor 350, que vão de R$ 20 mil a R$ 22 mil, e depois pulam para a Kawasaki Vulcan 650 S, que está nos R$ 40 mil.
Falta, então, algum modelo na faixa dos R$ 30 mil. Como as twins custam, aqui, entre R$ 25 mil e R$ 27 mil (sem frete), a "irmã" Cruiser ficaria por aí, entre R$ 27 mil e R$ 30 mil.

Por fim, mas não menos importante, uma nova versão "crescida" da Himalayan, com o mesmo motor de 650 cm³ das twins, parece estar descartada. A moto deverá ganhar, num futuro breve, apenas um pouco mais de capacidade cúbica no atual motor de 411 cm³ - e, por consequência, mais potência e torque. Uma pena, pois, na projeção de computador, a moto ficou interessantíssima.

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