A esperada Royal Enfield Classic 350 está mais perto de nós. A moto será apresentada à imprensa na segunda quinzena de setembro e deve chegar às concessionárias da marca pouco depois - provavelmente até o fim do mesmo mês. Conforme mostramos aqui, a moto foi lançada na Índia há cerca de um ano e chegou à Europa em fevereiro deste ano.
Em sua terra natal, a Classic 350 - que é uma espécie de "nova geração" da antiga Classic 500 -, existe em cinco versões: Redditch, Halcyon, Signals, Dark e Chrome. A variedade de versões e as diferenças estéticas entre elas (leia-se opções de cores, acabamentos e rodas) não compromete a proposta retrô original, mas algumas têm uma pegada mais jovem.
O chassi é exatamente o mesmo usado pela Meteor 350, que foi lançada na Índia em outubro de 2020 e, aqui no Brasil, em julho de 2021. O motor também é o mesmo da Meteor: o monocilíndrico refrigerado a ar e óleo com duas válvulas, comando de válvulas simples no cabeçote, 350 cm³, potência de 20 cv a 6.100 rpm e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. O câmbio também é o mesmo - com cinco marchas e secundária por corrente.
Todas as versões da Classic 350 têm as mesmas medidas: 2,14m de comprimento, 1,39 m de entre-eixos, 78,5 cm de largura, 1,09 m de altura (sem espelhos), banco a 80,5 cm do solo, vão livre de 17 cm e tanque para 13 litros. Em comparação com a Meteor, a Classic 350 tem entre-eixos 1 cm mais curto, é 6 cm mais estreita, tem banco 4 cm mais baixo e tanque para 13 litros (contra 15 da Meteor).
O pneu dianteiro da Classic é o mesmo 100/90 R19 da Meteor, mas o traseiro é diferente: 120/80 R18 na Classic e 140/70 R17 na Meteor. A Classic também é mais gordinha - pesa 195 quilos a seco, contra 191 quilos da Meteor.
À primeira vista, pode parecer que esta Classic 350 2022 "nova geração" não tem muitas diferenças em relação à antiga. Mas é só impressão. Apesar do mesmo visual retrô, tudo mudou: chassi, motor, banco, escape, rodas, freios, para-lamas e suspensões (garfos na frente com 13 cm de curso e bichoque atrás, com seis ajustes na pré-carga).
As novidades mais visíveis, porém, são mesmo as opções de acabamentos e detalhes como o novo painel de instrumentos, que permanece em cima da cuba do farol - no melhor estilo vintage -, mas agora tem visual um pouco mais moderninho e uma telinha de LCD embaixo do mostrador analógico do velocímetro e das luzes-espia. Na telinha, são exibidos os hodômetros total e parcial, o nível de combustível e informações como a marcha engatada.
À esquerda do painel fica a ignição da moto. À direita, o Tripper Navigation, sistema indicador de direção que funciona quando pareado ao GPS do smartphone do piloto. Os comutadores de luz e ignição, nos punhos, são os mesmos da Meteor - com aqueles botõezinhos giratórios.
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Mas as modernidades da moto são relativamente limitadas, e dependem da versão. Em todas, por exemplo, a iluminação ainda é com lâmpadas halógenas tradicionais - portanto, nada de LEDs.
Na versão básica Redditch, as rodas são raiadas, a pintura marrom ou verde é apenas no tanque, os para-lamas e as laterais são na cor preta e o freio a disco com ABS só vem na roda dianteira - atrás é tambor. Já a Halcyon terá as cores preta, azul e verde também nos para-lamas e as mesmas rodas raiadas, mas o freio é a disco com ABS nas duas rodas (diâmetros de 30 cm na frente e de 27 cm atrás).
A versão Signals tem pintura em tons marrom e areia militares, como as extintas Classic 500, mas aros e motor são pintados na cor preta. Tem ABS nas duas rodas, que também são raiadas. A Dark sobressai não só pela pintura totalmente na cor preta fosca, mas também pelas rodas de liga leve com laterais dos aros na cor vermelha. Também tem ABS de dois canais e é a versão que tenta atrair um público mais hovem para a marca.
A Chrome, por fim, é a mais clássica de todas e aposta justamente no inverso: os compradores tradicionais, que têm, já tiveram ou quiseram ter uma Classic. Tem pintura laranja ou vermelha mesclada com partes cromadas no tanque e nos para-lamas, rodas raiadas e um aspecto não só mais vintage, mas também mais sofisticado - embora, no fim das contas, seja a mesmíssima moto. Já é a dona do meu coração...
Obviamente os preços da Classic ainda são um mistério. Em teoria, os valores devem seguir o que acontece na Índia, onde custam um pouco menos que as Meteor 350 - que hoje sai por R$ 20.000 a R$ 22.000, sem frete. Assim podemos esperar algo entre R$ 19.000 e R$ 21.000.
Vale lembrar que outra pequena Royal Enfield está na fila para chegar ao mercado brasileiro: a Hunter 350, que foi lançada na Índia este mês. A moto também tem o mesmo conjunto de motor e chassi da Meteor e da Classic, mas o visual é mais moderno e "street". A Hunter 350 deve chegar ao Brasil no primeiro semestre do ano que vem e será a mais barata do trio - hoje, seria algo entre R$ 18.000 e R$ 20.000.
Em meio a tudo isso, fontes ligadas à Royal Enfield nos informaram que a linha de montagem em Manaus começará a operar entre outubro e novembro. Desde a chegada da marca ao país, em 2017, as motos têm sido importadas prontas, diretamente da Índia.
Com a montagem local, o objetivo é reduzir custos e ganhar rentabilidade - a Royal Enfield já avisou que, apesar de passar a ter as naturais isenções tributárias com a montagem manaura, os preços das motos não serão reduzidos. Todos os modelos que já são vendidos no país (Meteor, Interceptor, Continental GT e Himalayan) serão montados lá, assim como Classic e Hunter, mais adiante.