A Triumph anunciou, na última sexta (10/11), os preços de suas primeiras motos de média cilindrada, que serão vendidas no mercado brasileiro. A Speed 400 vai custar R$ 29.990 e a Scrambler 400 X, R$ 33.990. As duas motos vão acirrar a briga no segmento de modelos de média cilindrada por aqui - na faixa de 350 cm³ a 500 cm³.
Décadas atrás, o segmento de média cilindrada foi bem forte no país. Porém, até recentemente, não tinha mais muitas opções. Aí veio a Royal Enfield com a Meteor 350 e tudo começou a mudar.
A pequena custom ocupou um espaço então vazio no mercado e vendeu que nem pão quente. Aí a própria marca anglo-indiana reforçou seu line-up ali, e outras marcas começaram a dar mais atenção.
Tudo isso quer dizer que a Speed 400 e a Scrambler 400 X não terão vida fácil no mercado brasileiro. E quais serão as concorrentes das duas novidades? A naked Speed 400 vai encarar Honda CB 300F Twister, Yamaha MT-03, Kawasaki Z 400 e Royal Enfield Hunter 350. Já Scrambler 400 X terá pela frente a dupla Meteor e Classic, da Royal Enfield, ambas 350, e ainda a Bajaj Dominar 400. Confira abaixo os detalhes de cada uma:
A primeira é uma naked estilosa e a segunda - como diz o próprio nome -, uma Scrambler. As naked têm espaço garantido no mercado brasileiro e a Scrambler, que deve vender menos (até pelo preço mais alto), é moto para um público mais específico. Mas o design bem transado certamente ajudará nas vendas.
Ambas tem o mesmo motor monocilínrico refrigerado a água de 398 cm³, que rende 40 cv de potência a 8.000 rpm com 3,8 kgfm de torque a 6.500 rpm. O câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente.
Lançada no início do ano, a Honda CB 300F Twister substituiu a muito bem-sucedida CB 250F Twister à altura. É uma moto bonita, moderna e com bom desempenho, embora seu motor monocilíndrico, flex e refrigerado a ar entregue, com seus 293 cm³, 24,7 cv de potência a 7.500 rpm e 2,6 kgf.m de torque (com etanol). Bem menos que a Speed...
Vendida com CBS ou ABS nos freios, tem a seu favor a confiabilidade habitual dos produtos da marca japonesa, a tradição do nome "Twister" e as mais de mil concessionárias Honda no país. Contra, o fato de ser uma moto visada em roubos e furtos e os preços praticados no mundo real, eventualmente bem mais altos que os de tabela (mas ainda assim mais baixos que o da Triumph Speed 400).
A Yamaha MT-03 é um projeto extremamente bem-sucedido. O visual é moderno e imponente, e com sua frente robótica e o corpo robusto e agressivo, a MT-03 parece uma moto maior.
O desempenho é acima de qualquer suspeita: com de refrigeração líquida e 321 cm³, o motor bicilíndrico rende 42 cv de potência a 10.750 rpm e 3 kgf.m de toque a 9.000 rpm. O preço é mais alto que o da Triumph Speed 400, mas ainda assim é competitivo.
A Kawasaki Z 400 é um produto mais "premium" que as rivais, e praticamente corre por fora nessa briga. Mas como tem um conjunto de respeito, é sempre bom levá-a em consideração.
O preço é mais alto que o da Speed, mas a Z 400 tem moto bicilíndrico de 399 cm³ com refrigeração líquida, que rende 48 cv a 10.000 rpm e 3,9 kgf.m de torque a 8.000 rpm. Além disso, tem ABS nas duas rodas, embreagem assistida e deslizante, indicador de pilotagem econômica e uma ciclística ótima.
O preço da Hunter 350 varia apenas de acordo com a pintura - todas as Hunter são absolutamente iguais na mecânica, que inclui aquele modesto motor que já conhecemos das "irmãs" Meteor e Classic.
O monocilíndrico refrigerado a ar tem 349 cm³ e entrega 20,2 cv de potência máxima a 4.000 rpm com torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. O câmbio tem cinco marchas com secundária por corrente, e há ABS nas duas rodas. Apesar das especificações modestas, a Hunter dá plena conta do recado em ambiente urbano e tem design bacana. Os preços são um aspecto especialmente atraente.
A interessantíssima Bajaj Dominar 400 tem design bacana, que une elementos de naked e de crossover. O motor de 373 cm³ refrigerado a água rende 40 cv de potência a 8.800 rpm e 3,5 kgf.m de torque a 6.500 rpm. Tem suspensão dianteira com garfos invertidos, ABS nas duas rodas, câmbio com seis marchas e pneus sem câmara.
O preço competitivo confere ao modelo uma ótima relação custo/benefício. Jogam contra o modelo - pelo menos por enquanto - o reduzido número de concessionários Bajaj no país e o pouco tempo de mercado. Mas fama de robusta essa indiana já tem.
Classic e Meteor usam o mesmo motor da Hunter 350, e também compartilha outros componentes e especificações. A diferença está no design - a Meteor é uma custom e a Classic é bem retrô - e no peso: as duas são, em média, 14 quilos mais pesadas que a Hunter.
Isso faz muita diferença na agilidade e no desempenho. Mas Meteor e Classic também resolvem tudo em ambiente urbano e a Meteor até permite passeios e viagens sem compromisso com o horário com bom nível de conforto. Além disso, são duas motos pouco visadas para roubo e furto, o que hoje em dia é um aspecto importantíssimo.
Como as linhas das duas de certa forma se complementam, permitem muitas opções de cores e até rodas raiadas ou de liga leve (sempre com ABS de duplo canal). Além disso, criam uma espécie de "escadinha" de preço, o que abre opções para vários tipo de bolsos.