Confira ofertas de Yamaha novas e usadas na Webmotors!
Esse sucesso se deve a alguns fatores bem óbvios, como o fato de o segmento em que se insere - o das trail de baixa cilindrada -, ter preço acessível e manutenção relativamente barata. Some-se a isso o tempo já razoável no mercado, durante o qual provou ser extremamente confiável, e um fator relativamente recente: a turma que rala de moto (entregadores e motoboys em geral) tem descoberto na Crosser uma ótima parceira de trabalho.
No Rio de Janeiro, por exemplo, muitos trabalhadores dessa área trocaram suas street (Honda CG e Yamaha Factor/Fazer) pela Crosser. Ela ainda vende bem menos que a best-seller Honda NXR 160 Bros, mas curiosamente o que se vê é que a rival é mais destinada ao lazer e a Crosser, à labuta.
As características e especificações da moto ajudam: a Crosser é simples, robusta, bonita e prática. O design bem resolvido exibe frente bicudinha sem exageros, um pequeno para-brisa que protege o painel, tanque alto, banco bem anatômico, escape bacana (alto e apontando para cima) e bagageiro de série - pronto para receber um baú de boas dimensões.
A parte mecânica a torna extremamente apta à ralação diária, com evidentes vantagens sobre as street - que sofrem com a buraqueira nas ruas das grandes cidades. Aqui temos, por exemplo, ótimos pneus de uso misto Metzeler Tourance nas medidas 90/90 R19 na frente e 110/90 R17 atrás com rodas raiadas, e ainda suspensões com 18 cm de curso na frente e 16 cm atrás, vão livre de 23,5 cm. Ou seja, dá para esquecer buracos, lombadas e valetas. Se você pode ralar em cima de uma moto sem sacrificar a coluna, por que não?
O motor monocilíndrico de 149 cm³ é flex e rende potência de até 12,4 cv a 7.500 rpm e torque de 1,3 kgf.m a 6.000 rpm. Mais que suficiente para o âmbito urbano, com eficiência e economia - o consumo médio é de 35km/l. Como o tanque leva 12 litros, temos uma autonomia de cerca de 420 quilômetros.
Para completar, a Crosser tem freios a disco nas duas rodas com ABS, câmbio de cinco marchas e secundária por corrente. Ou seja, o necessário e tudo um tanto à prova de problemas, devido à simplicidade.
Os senões do modelo são o painel de instrumentos, ainda com layout de conta-giros analógico grandão e display de LCD pequenino, e o acabamento geral que poderia ser melhor - principalmente nas peças metálicas e fundidas, como balança traseira. Pelo menos a pintura das partes plásticas sugere boa qualidade.
Vamos acelerar?
Aproveitei uma visita a São Paulo para passar uns dias "rolezando" de Crosser e lembrar como é agradável pilotar essa moto. Leve e particularmente enxuta na distância entre-eixos, é uma moto extremamente ágil e fácil de pilotar.O peso de apenas 134 quilos também ajuda, e o banco a 84,5 cm do solo pode não parecer amigável para pilotos como eu - com meus 1,70m -, mas não é problema: você se acomoda no banco e a suspensão traseira macia faz a moto "sentar" um bocado. Aí, não ficamos na ponta dos pés.
O banco é anatômico, mas deveria ser mais macio. Para quem vai ralar ali em cima por horas a fio, pode ser um desafio dolorido. Já a posição de condução da moto é ótima: reta e descansada.
Mas não esqueça que é uma 150. E, mais ainda, uma trail - portanto, com relações discretamente curtas. A Crosser pede pilotagem tranquila e serena para oferecer o que tem de melhor: respostas ao acelerador comportadas, mas convincentes, motor sempre cheio, mas não a ponto de comprometer o consumo, frenagens muito seguras e curvas divertidas como só as trail podem oferecer. E aproveite sua principal vantagem sobre as street, seja no lazer ou no trabalho: não sofra nos buracos, lombadas e valetas.
A Crosser custa, atualmente, R$ 14.919 na versão Z (essa que avaliamos, com para-lama dianteiro alto), e R$ 14.720 na versão S, que é mais urbana e menos "off" com seu para-lama dianteiro baixo. A principal rival, a Bros ESDD, custa um pouco menos - R$ 14.600 -, mas não tem o ABS, apenas CBS. Por fora corre a Dafra NH 190, de R$ 15.990, que também só tem CBS. Assim, a Crosser tem o melhor custo-benefício no segmento.
Comentários