Vale a pena comprar a Triumph Daytona 660?

Entenda por que apesar de ser boa em vários aspectos, essa esportiva de média cilindrada ainda divide opiniões

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Marcelo Barros
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Para disputar espaço com Honda CBR 650R e Kawasaki Ninja 650R, a Triumph reviveu o nome Daytona com uma receita diferente. Buscou unir pilotagem prazerosa e preço competitivo.

O peso de um nome pode influenciar a escolha de uma motocicleta? Para os fãs de motos mais fervorosos, a resposta costuma ser sim. A nova Daytona 660 resgata o nome icônico da Triumph Daytona 675, mas com uma proposta diferente: uma moto mais democrática e usável, especialmente nas estradas sinuosas, onde é mais prazeroso pilotar qualquer moto esportiva.

Lançada no Brasil em 2024, a Daytona 660 mira em um público mais amplo, sem deixar de entregar uma boa experiência de pilotagem.

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Triumph Daytona 660 Ergonomia Wm1
A ergonomia da Daytona 660 é mais confortável que as de outras esportivas, mas ainda exige atenção no uso urbano
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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Triumph Daytona e seu legado

Ao comparar a Daytona 660 com a antiga Daytona 675, a principal diferença está na base. A 660 é derivada da Trident, com um motor mais acessível e um foco maior em usabilidade, não sendo tão esportiva como a extinta versão 675.

Isso gerou certa frustração em alguns fãs da Daytona, mas agradará a muitos motociclistas em busca de uma esportiva que oferece uma pilotagem empolgante sem exigir um domínio de pilotagem elevado, como em motos mais potentes.

O farol duplo em LED combina o baixo à direita, o alto à esquerda e luz diurna (DRL) central na parte inferior
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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O visual da Daytona 660 é bem atraente. Não há como sua autoestima ficar baixa pilotando uma moto com esse visual e ouvindo o som desse motor, um três cilindros em linha de quase 100 cv de potência.

O painel é exatamente o mesmo da Tiger Sport 660. Tudo tem boa visualização, mas o visual parece destoar do resto da moto
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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A qualidade de acabamento e as funcionalidades voltadas para o uso cotidiano também chamam atenção, como o painel digital com display TFT bem informativo, controlado por botões no punho esquerdo da moto.

Além disso, os pneus Michelin Power 6 são suficientes para aproveitar o desempenho que a Daytona oferece, e há boas alternativas no mercado quando chegar a hora da troca, dependendo do que você priorizar mais em pneus.

Os discos duplos e pinças radiais no freio dianteiro garantem segurança e precisão na pilotagem
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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Como é pilotar a Daytona 660?

Preciso deixar registrado aqui que motos esportivas não são o meu tipo favorito. Mesmo assim, a experiência de pilotagem com a Daytona 660 é empolgante e surpreende pela facilidade com que a moto responde ao acelerador. Seu motor entrega 95 cv de potência máxima, e a moto chega a velocidades acima de 200 km/h sem dificuldade.

A ciclística e os freios são dois pontos altos do modelo, com ABS nas duas rodas e controle de tração que pode ser desativado. A moto oferece três modos de pilotagem (Rain, Road e Sport), que alteram a forma como o motor entrega a potência e o torque.

O motor derivado da Trident e Tiger Sport, ganhou nova configuração que rendeu mais 14 cv de potência, tornando a pilotagem mais empolgante
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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O modo Rain suaviza a resposta do motor, enquanto o Sport oferece uma entrega mais rápida, ideal para quando queremos a nossa dose de adrenalina. Esse foi o modo que mais usei durante o teste. Os freios com disco duplo e pinças radiais e a suspensão dianteira Showa SFF-BP garantem segurança e estabilidade, mesmo em velocidades mais altas.

No entanto, algumas características da moto tornam o uso urbano menos confortável. Com semiguidões e pedaleiras recuadas, a posição de pilotagem inclinada para frente, típica das esportivas, cansa mais em trajetos curtos e engarrafados como na capital paulista. Além disso, o calor gerado pelo motor, principalmente quando o eletroventilador entra em ação, pode incomodar nos dias mais quentes no trânsito parado.

A moto tem semiguidões típicos de esportivas, e a agilidade nos corredores pode ser limitada quando os retrovisores estão abertos
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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Na estrada, porém, nada disso incomoda - o que reforça que seu ambiente ideal são as rodovias. Outro ponto a se atentar no uso urbano da Daytona são os retrovisores, que, na posição normal de uso, abertos, aumentam a largura da moto e podem prejudicar a agilidade em espaços estreitos entre os carros.

Para contornar isso, é possível fechá-los, mas lembre-se: pilotar com os retrovisores fechados (sem uso) pode te render uma multa. Melhor ser paciente nesses trechos congestionados e andar no ritmo compatível com o tamanho da moto até encontrar o caminho mais livre novamente.

A suspensão traseira tem ajuste de pré-carga da mola, ideal para aumentar a firmeza ao levar um passageiro ou a precisão ao pilotar mais rápido
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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Se você nunca pilotou uma moto com mais de 500 cm³, é importante ter cautela. A Daytona 660 exige um certo domínio das técnicas de pilotagem, até para que o condutor aproveite melhor seu potencial total com segurança.

Conclusão: não se apegue ao nome

A Daytona 660 é uma moto esportiva mais usável e "calma" do que seu nome sugere a quem provou a extinta Daytona 675, equilibrando pilotagem prazerosa com conforto e um preço mais acessível.

A parte traseira do banco não oferece conforto para o garupa, como em praticamente toda moto esportiva
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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Embora o legado da Daytona tenha gerado uma grande expectativa sobre um comportamento bem mais esportivo, a moto apresenta um excelente custo-benefício, oferecendo uma experiência empolgante nas estradas. Isso com certeza vai atrair fãs de motos esportivas para a Triumph.

Para quem busca uma moto que combina potência e usabilidade sem comprometer o prazer de pilotar, a Daytona 660 é uma opção interessante. Ela entrega mais esportividade do que a Honda CBR 650R, cujo motor de quatro cilindros rende 88,4 cv, e do que a Kawasaki Ninja 650, que tem motor de dois cilindros e 68 cv - suas concorrentes diretas.

A traseira minimalista tem lanterna LED e setas fixadas ao suporte de placa
Crédito: Marcelo Barros/WM1
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Para aqueles que desejam algo ainda mais esportivo, pronto para ir para a pista, a Triumph já tem a Street Triple 765 RS, uma moto naked com desempenho esportivo bem superior ao da Daytona 660. Só falta uma carenagem integral nela — e semiguidões — para atender ao desejo dos fãs da antiga Daytona 675.

Mas, se a Triumph criar uma Daytona 765, prepare o bolso: considerando que a Street Triple 765 RS custa hoje R$ 70 mil, uma Daytona 765 certamente custaria mais e venderia menos unidades que a Daytona 660. No fim, por mais apaixonados que sejam pela esportividade, o foco é vender motos, e, nesse sentido, oferecer uma Daytona mais acessível é coerente.

Mas há espaço para duas Daytonas na linha de motos Triumph? Com o legado da marca em competições — lembrando que o motor usado na Moto2, categoria intermediária do mundial de motovelocidade, é derivado do usado na Street Triple 765 —, minha resposta é sim. Há espaço para uma "Daytona mais Daytona". Mas isso depende da Triumph, e não do nosso desejo.

Ficha técnica – Triumph Daytona 660

Preço: R$ 56.490

Cor: preta

Motor: 3 cilindros em linha DOHC, 12 válvulas, a gasolina, injetado, refrigerado a líquido, 660 cm³, potência de 95 cv a 11.250 rpm e torque de 7,0 kgf.m a 8.250 rpm

Transmissão: câmbio de seis marchas com secundária por corrente e embreagem deslizante assistida

Suspensões: dianteira com garfo telescópico invertido de 41 mm e 11 cm de curso, e traseira monochoque com 13 cm de curso e ajuste da pré-carga

Freios: dois  discos de 31 cm na dianteira e disco de 22 cm na traseira, com ABS nas duas rodas

Pneus: Michelin Power 6 nas medidas 120/70 R17 na frente e 180/55 R17

Dimensões: 73,6 cm de largura, 1,14 m de altura e 1,42 m de entre-eixos. Banco a 81 cm do solo e 201 quilos de peso em ordem de marcha

Tanque: 14 litros

Consumo no teste: 19 km/l

Intervalo de revisões: 16.000 km ou 12 meses (o que ocorrer primeiro)

Garantia: dois anos

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