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Vale a pena comprar a Triunph Daytona 660?

Entenda por que apesar de ser boa em vários aspectos, essa esportiva de média cilindrada ainda divide opiniões

por Roberto Dutra

Para disputar espaço com Honda CBR 650R e Kawasaki Ninja 650R, a Triumph reviveu o nome Daytona com uma receita diferente. Buscou unir pilotagem prazerosa e preço competitivo.
O peso de um nome pode influenciar a escolha de uma motocicleta? Para os fãs de motos mais fervorosos, a resposta costuma ser sim. A nova Daytona 660 resgata o nome icônico da Triumph Daytona 675, mas com uma proposta diferente: uma moto mais democrática e usável, especialmente nas estradas sinuosas, onde é mais prazeroso pilotar qualquer moto esportiva.
Lançada no Brasil em 2024, a Daytona 660 mira em um público mais amplo, sem deixar de entregar uma boa experiência de pilotagem.

Triumph Daytona e seu legado

Ao comparar a Daytona 660 com a antiga Daytona 675, a principal diferença está na base. A 660 é derivada da Trident, com um motor mais acessível e um foco maior em usabilidade, não sendo tão esportiva como a extinta versão 675.
Isso gerou certa frustração em alguns fãs da Daytona, mas agradará a muitos motociclistas em busca de uma esportiva que oferece uma pilotagem empolgante sem exigir um domínio de pilotagem elevado, como em motos mais potentes.

O visual da Daytona 660 é bem atraente. Não há como sua autoestima ficar baixa pilotando uma moto com esse visual e ouvindo o som desse motor, um três cilindros em linha de quase 100 cv de potência.

A qualidade de acabamento e as funcionalidades voltadas para o uso cotidiano também chamam atenção, como o painel digital com display TFT bem informativo, controlado por botões no punho esquerdo da moto.
Além disso, os pneus Michelin Power 6 são suficientes para aproveitar o desempenho que a Daytona oferece, e há boas alternativas no mercado quando chegar a hora da troca, dependendo do que você priorizar mais em pneus.

Como é pilotar a Daytona 660?

Preciso deixar registrado aqui que motos esportivas não são o meu tipo favorito. Mesmo assim, a experiência de pilotagem com a Daytona 660 é empolgante e surpreende pela facilidade com que a moto responde ao acelerador. Seu motor entrega 95 cv de potência máxima, e a moto chega a velocidades acima de 200 km/h sem dificuldade.
A ciclística e os freios são dois pontos altos do modelo, com ABS nas duas rodas e controle de tração que pode ser desativado. A moto oferece três modos de pilotagem (Rain, Road e Sport), que alteram a forma como o motor entrega a potência e o torque.

O modo Rain suaviza a resposta do motor, enquanto o Sport oferece uma entrega mais rápida, ideal para quando queremos a nossa dose de adrenalina. Esse foi o modo que mais usei durante o teste. Os freios com disco duplo e pinças radiais e a suspensão dianteira Showa SFF-BP garantem segurança e estabilidade, mesmo em velocidades mais altas.
No entanto, algumas características da moto tornam o uso urbano menos confortável. Com semiguidões e pedaleiras recuadas, a posição de pilotagem inclinada para frente, típica das esportivas, cansa mais em trajetos curtos e engarrafados como na capital paulista. Além disso, o calor gerado pelo motor, principalmente quando o eletroventilador entra em ação, pode incomodar nos dias mais quentes no trânsito parado.

Na estrada, porém, nada disso incomoda - o que reforça que seu ambiente ideal são as rodovias. Outro ponto a se atentar no uso urbano da Daytona são os retrovisores, que, na posição normal de uso, abertos, aumentam a largura da moto e podem prejudicar a agilidade em espaços estreitos entre os carros.
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Para contornar isso, é possível fechá-los, mas lembre-se: pilotar com os retrovisores fechados (sem uso) pode te render uma multa. Melhor ser paciente nesses trechos congestionados e andar no ritmo compatível com o tamanho da moto até encontrar o caminho mais livre novamente.

Se você nunca pilotou uma moto com mais de 500 cm³, é importante ter cautela. A Daytona 660 exige um certo domínio das técnicas de pilotagem, até para que o condutor aproveite melhor seu potencial total com segurança.

Conclusão: não se apegue ao nome

A Daytona 660 é uma moto esportiva mais usável e "calma" do que seu nome sugere a quem provou a extinta Daytona 675, equilibrando pilotagem prazerosa com conforto e um preço mais acessível.

Embora o legado da Daytona tenha gerado uma grande expectativa sobre um comportamento bem mais esportivo, a moto apresenta um excelente custo-benefício, oferecendo uma experiência empolgante nas estradas. Isso com certeza vai atrair fãs de motos esportivas para a Triumph.
Para quem busca uma moto que combina potência e usabilidade sem comprometer o prazer de pilotar, a Daytona 660 é uma opção interessante. Ela entrega mais esportividade do que a Honda CBR 650R, cujo motor de quatro cilindros rende 88,4 cv, e do que a Kawasaki Ninja 650, que tem motor de dois cilindros e 68 cv - suas concorrentes diretas.

Para aqueles que desejam algo ainda mais esportivo, pronto para ir para a pista, a Triumph já tem a Street Triple 765 RS, uma moto naked com desempenho esportivo bem superior ao da Daytona 660. Só falta uma carenagem integral nela — e semiguidões — para atender ao desejo dos fãs da antiga Daytona 675.
Mas, se a Triumph criar uma Daytona 765, prepare o bolso: considerando que a Street Triple 765 RS custa hoje R$ 70 mil, uma Daytona 765 certamente custaria mais e venderia menos unidades que a Daytona 660. No fim, por mais apaixonados que sejam pela esportividade, o foco é vender motos, e, nesse sentido, oferecer uma Daytona mais acessível é coerente.
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Mas há espaço para duas Daytonas na linha de motos Triumph? Com o legado da marca em competições — lembrando que o motor usado na Moto2, categoria intermediária do mundial de motovelocidade, é derivado do usado na Street Triple 765 —, minha resposta é sim. Há espaço para uma "Daytona mais Daytona". Mas isso depende da Triumph, e não do nosso desejo.

Ficha técnica – Triumph Daytona 660

Preço: R$ 56.490 Cor: preta Motor: 3 cilindros em linha DOHC, 12 válvulas, a gasolina, injetado, refrigerado a líquido, 660 cm³, potência de 95 cv a 11.250 rpm e torque de 7,0 kgf.m a 8.250 rpm Transmissão: câmbio de seis marchas com secundária por corrente e embreagem deslizante assistida Suspensões: dianteira com garfo telescópico invertido de 41 mm e 11 cm de curso, e traseira monochoque com 13 cm de curso e ajuste da pré-carga Freios: dois  discos de 31 cm na dianteira e disco de 22 cm na traseira, com ABS nas duas rodas Pneus: Michelin Power 6 nas medidas 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 Dimensões: 73,6 cm de largura, 1,14 m de altura e 1,42 m de entre-eixos. Banco a 81 cm do solo e 201 quilos de peso em ordem de marcha Tanque: 14 litros Consumo no teste: 19 km/l Intervalo de revisões: 16.000 km ou 12 meses (o que ocorrer primeiro) Garantia: dois anos
Oferta Relacionada: Marca:TRIUMPH Modelo:DAYTONA-660

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