A Shineray completou 18 anos de operação no mercado brasileiro em junho de 2024 e iniciou uma nova fase com o scooter Urban 150, um modelo com visual que remete ao mais conhecido Honda ADV 150, mas com muitas diferenças quando analisado com mais atenção.
Como curiosidade, a sigla interna da Shineray para o Urban é XY 150-8, que aparece junto ao nome do veículo no documento.
Não é preciso uma análise profissional para entender que estamos falando de produtos distintos, apesar de, ao julgar o livro pela capa, muitos acreditarem se tratar de um "remédio genérico" com o mesmo benefício para quem o consome.
Saindo das fotos e vendo o Urban em uma concessionária Shineray, como tivemos a oportunidade, na capital paulista, já se nota que o scooter tem muitas diferenças em relação ao conhecido ADV 150 da Honda.
Ao subir no Urban, vemos um chamativo painel com display digital que oferece conectividade com o telefone via aplicativo Carbit Ride, além dos punhos iluminados. O scooter é bem completo. Partida sem chave? Alarme? Pisca-alerta? Freio a disco nas duas rodas com ABS? Controle de tração? Iluminação toda em LED? Parabrisa ajustável? Tem tudo isso!
O design do painel e dos punhos me lembrou produtos de outra fabricante: a Zontes. Só por esses componentes, se esse scooter fosse lançada pela Zontes, qualquer um que acompanha a marca acharia normal, devido à semelhança com os produtos da marca.
Voltando ao Urban: pesa 145 quilos em ordem de marcha e, sob o assento, que tem 79,5 cm de altura, tem um espaço com 15 litros de capacidade. O porém? Não cabe nem um capacete aberto, devido ao desenho interno assimétrico.
O que pode ter gerado isso – e como esse foi o primeiro contato, não consigo falar com precisão – é o fato de o tanque de combustível ser bem maior que o de produtos equivalentes nessa faixa de cilindrada.
Então, se aumentou de um lado, diminuiu de outro. Como informação para quem não vive sem espaços para guardar coisas e principalmente o capacete, o Urban vem com bagageiro de série. Então você poderá usar um bauleto normalmente.
O scooter usa pneus de uso misto da marca Cordial, tem suspensão dianteira convencional e, na traseira, dois grandes amortecedores a gás. Um fato curioso: para acabar com boatos de que o reservatório dourado do amortecedor não era a gás, mas apenas decorativo, um executivo da Shineray gravou um vídeo cortando um amortecedor para provar que é a gás.
O marketing da Shineray tem avançado rapidamente para garantir seu espaço nesse competitivo mercado e eliminar qualquer desinformação que possa ser disseminada sobre seus produtos de forma rápida.
Não preciso dizer que não tem a mesma eficiência que o par de amortecedores Showa que equipa o Honda ADV. Mas, no primeiro contato, rodando no entorno da concessionária Shineray, cumpriram bem a função de dar conforto ao condutor. E posso dizer que é melhor que o de outras scooters que já pilotei. Ponto positivo nesse quesito, e minha coluna cansada agradeceu pelo conforto.
O motor é monocilíndrico, refrigerado a líquido, com duas válvulas e 12,9 cv de potência máxima. Não é flex, mas tem injeção eletrônica – a Shineray foi a última empresa no Brasil a fazer a migração do carburador para injeção eletrônica – e as respostas são suficientes para o ir e vir na cidade.
Não responde tão bem como o do Yamaha Nmax 160, por exemplo - que tem motor mais potente e comando de válvulas variável. Mas funciona de forma bem equilibrada. Dentro dos limites das vias urbanas, é suficiente para garantir sua mobilidade no dia a dia pela cidade.
A posição de pilotagem me agradou, e sou uma pessoa considerada alta, com 1,83 m de altura. Guidão largo, banco confortável, espaço para os pés bom também no uso na cidade.
O Urban tem o sistema Start & Stop, similar ao que Honda e Yamaha oferecem em seus produtos. No Urban, quando ativado, o sistema começa a funcionar quando o motor está acima de 65°C de temperatura.
Como funciona? Ao parar em um semáforo, por exemplo, após 3 segundos e com o motor dentro da temperatura de trabalho, o sistema desliga o motor. E, ao girar o acelerador, ele volta a funcionar normalmente, sem a necessidade de acionar o botão da partida elétrica.
A iluminação é toda em LED, há uma tomada USB para recarregar seu dispositivo eletrônico e o acabamento é melhor do que os de produtos anteriormente lançados pela marca, com certeza.
Em resumo, é um produto importante, melhor que tudo que já vi antes da Shineray. Chegou fazendo barulho no mercado brasileiro, mas, ao mesmo tempo, no reajuste da tabela de preços de agosto de 2024, foi o produto com maior reajuste, subindo de R$ 16.290 para R$ 19.590 (preços sem frete). E isso já gerou reclamações de parte do público que estava interessado no produto.
Um ponto de atenção é a garantia de fábrica do Shineray Urban 150, que é de 90 dias para tudo, com 12 meses de garantia apenas para motor e transmissão. Isso foi mudado na crossover Storm 200, que tem garantia de dois anos para tudo.
Vamos acompanhar para saber como acontecerá a expansão da rede Shineray e a mudança de padrão das concessionárias para pontos com venda de motos e de peças, e com oficinas para revisões - se equiparando ao que outras fabricantes já fazem há muito tempo.