Vale a pena comprar a Bajaj Dominar 400? Testamos!

Aceleramos a indiana no Autódromo de Interlagos para ver se é mesmo uma interessante opção de moto média. Confira aqui!

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Roberto Dutra
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A Bajaj Dominar é um dos modelos que mais despertam a curiosidade dos compradores de motos no Brasil, atualmente. Então, é hora de conhecer melhor essa indiana. Mas, antes, vamos lembrar como essa moto chegou ao mercado brasileiro.

Desde que começou suas operações no país, efetivamente no início deste ano, a Bajaj parece mostrar que veio para ficar. O principal sinal disso é a abertura lenta e gradual de concessionárias - a mais recente, no Rio de Janeiro - e essa primeira fase de operações com um enxuto lineup de apenas três motos: as Dominar 160, 200 e 400.

Bajaj Dominar 400 Festival Interlagos 2023 Ricardo Rollo (1)
Em ação no Autódromo de Interlagos, a Bajaj Dominar 400 exibiu uma performance honesta
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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Curiosamente, a maior é a que mais tem vendido. Mas nada é por acaso: enquanto as Dominar 160 e 200 sofrem concorrência forte das duas principais marcas presentes no país - Honda e Yamaha -, entre outras, a Dominar 400 tem poucas rivais. Além disso, a moto junta elementos de moto naked e trail - ou crossover, como preferir - como poucas, o que também é interessante.

Outros aspectos a favor da Dominar 400 são o porte e a cilindrada atualmente pouco comuns no país, e o preço com relação custo/benefício bem interessante: enquanto a Dominar 160 custa R$ 17.420 e a Dominar 200 sai por R$ 18.990, preços até razoáveis, a Dominar 400 vale R$ 24.990.

A Dominar 400 custa R$ 24.990 e tem sido a mais vendida da linha, que ainda tem modelos de 160 cm³ e 200 cm³
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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O conjunto é vistoso

Por esse valor, leva-se para casa uma moto com visual bacana e conjunto honestíssimo. A moto tem iluminação full-LED, para-brisa, protetores de mãos, de motor e de cárter, banco bipartido, um pequeno encosto para garupa, bagageiro com suporte para baú, freios a disco com ABS nas duas rodas e embreagem deslizante e assistida.

O motor é um monocilíndrico com quatro válvulas e comando no cabeçote, com refrigeração líquida e três velas (!). Seus 373 cm³ entregam 40 cv de potência a 8.800 rpm e torque de 3,5 kgf.m a 6.500 rpm. São números comportados, mas que correspondem à proposta da moto: predominantemente urbana, mas com alguma força para pistas expressas e estradas. O câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente.

De maneira gral, o visual da Dominar 400 é interessante: mistura conceitos mas não destoa
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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Outras especificações importantes são as rodas de liga leve, os pneus sem câmara nas medidas 110/70 R17 na frente e 150/60 R17 atrás, as suspensões com garfos invertidos na frente e monochoque atrás, e o peso de 192 quilos em ordem de marcha.

Com 2,15 m de comprimento, a Dominar 400 tem ainda 1,45 m de entre-eixos, 86,3 cm de largura e 1,24 m de altura máxima. A distância do solo é de bons 1,57 cm e o tanque leva apenas razoáveis 13 litros de combustível.

A traseira arrebitada contrasta com a frente mais "socada". Detalhe para o escape com duas ponteiras conectadas
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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Hora de acelerar

Feitas as apresentações, é hora de contarmos como é acelerar essa moto. Demos três voltas no Autódromo de Interlagos e a sensação foi curiosa: a Dominar 400 não impressionou, mas também não decepcionou. Ou seja, é uma moto comportada, mas que transmite a impressão de atender bastante bem no uso diário e também em passeios mais longos, nos fins de semana, sem sofrer.

A posição de pilotagem é muito cômoda: quase de moto touring, com corpo apenas levemente inclinado à frente e pernas discretamente dobradas para trás. "Vesti" a moto como se já estivesse acostumado com essa Bajaj há tempos. O banco, inclusive, é bem confortável. Comandos e botões estão em posições habituais, sem surpresas, e o painel, embora seja de LCD em tempos de TFT, é agradável de ver e fácil de consultar.

O motor monocilíndrico de 373 cm³ rende 40 cv de potência a 8.800 rpm
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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Aliás, são dois. Lá à frente do guidão vai o maior e principal, com velocímetro, conta-giros em barra, nível de combustível e consumo médio. Mais abaixo, na extremidade do tanque, um segundo, com indicador de marcha engatada, relógio e hodômetros total e parciais.

Saí com a moto dos boxes e logo veio a primeira sequência de curvas - à esquerda, à direta e à esquerda novamente -, que fiz em baixa velocidade, entre segunda e terceira marchas, para me habituar ao peso e às respostas da moto. E foi muito fácil: a Dominar 400 não é "levinha", mas você também não sente o peso te jogando pros lados.

De frente, a Dominar 400 mistura elementos estéticos de motos naked, trail e até touring
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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Aí veio a primeira reta e fui dando gás e subindo marcha. Pois bem: você não sente o peso da moto, mas o motor sente. O ronco é um pouco sofrido, de um monocilíndrico que parece estar fazendo força para levar a moto adiante. Mas ganhamos velocidade progressivamente e logo superamos os 100 km/h.

Mais adiante, nova sequência de curvas, reduções de marcha e inclinações cada vez mais fortes. A embreagem é muitíssimo macia e não pede esforço em seu acionamento. O câmbio, por outro lado, poderia ser mais macio e preciso. Não incomoda, mas não tem aquele "clic-clic" justinho de alguns modelos "made in Japan".

Os dois painéis de LCD são mais legais esteticamente do que na prática. Mas são fáceis de consultar
Crédito: Divulgação
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Já as suspensões exibiram comportamento honestíssimo - pelo menos no asfalto liso do autódromo. Mesmo nas curvas mais fechadas, nada de instabilidades ou reboladas. E os freios, que fiz questão de testar exaustivamente, com acionamento severo seguidas vezes, mantiveram sua eficácia mesmo depois de "quentes" - sem , no entanto, decepcionar ou impressionar.

Nas duas voltas restantes apenas apertei o ritmo e a Dominar 400 repetiu essas características. Ou seja, mostrou a mesma performance comportada e segura em baixos e altos giros, em baixas e altas velocidades. Curti!

Conclusão: vale a pena comprar a Bajaj Dominar 400?

Analisando especificamente a moto: sim, vale a pena. É um conjunto honesto por um preço idem. Ainda que os R$ 24.990 cheguem a R$ 26 mil para que a moto chegue emplacada na sua garagem, nunca é demais lembrar que os modelos básicos do mercado brasileiro, com 150 cm³ ou 160 cm³, raramente custam menos de R$ 20 mil no final das contas.

A embreagem é assistida e deslizante. Ou seja, exige pouca força e não trava a roda traseira
Crédito: Divulgação
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Aqui você paga uns 30% a mais e leva para casa uma moto maior, mais completa, mais versátil - e, dependendo do seu gosto, mais bonita.

Nessa faixa de preço de R$ 26 mil, aparecem a Yamaha XTZ 250 Lander, com metade da potência e ABS apenas na frente, e Honda XRE 300, com pouco mais da metade da potência e também ABS só na frente - ambas com motores mono refrigerados a ar.

A Kawasaki Versys X-300 tem a mesma potência em seu motor, que é bicilíndrico, refrigerado a água e que até gira mais alto. E também é bem equipada. Mas custa R$ 10 mil a mais. Em todas estas motos citadas, ainda é preciso somar frete, seguro e emplacamento. Ou seja, bote aí pelo menos uns R$ 2 mil a mais...

NO detalhe, o banco dividido em duas seções com bom espaço para garupa, e o bagageiro
Crédito: Ricardo Rollo / Webmotors
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No fim das contas, a rival da Dominar é mesmo a dupla Himalayan / Scram 411, da conterrânea Royal Enfield. Ambas têm o mesmo motor monocilíndrico de 411 cm³, que rende mais modestos 24,5 cv de potência a 6.500 rpm com 3,2 kgf.m de torque a 4.500 rpm. A Scram foi lançada este ano e custa R$ 22.490 na largada. Já a Himalayan parte de R$ 24.290 - nos dois casos, também sem frete, seguro e afins.

Em resumo, no critério custo/benefício a Bajaj Dominar 400 leva vantagem inquestionável.

Então, escolha entre as cores verde Savanna ou preta Charcoal e aposte. Como a Dominar 400 está há pouco tempo no mercado, ainda não podemos avaliar aspectos como resistência, robustez, durabilidade e certos custos de manutenção.

A rabeta é bacana: duas lanternas de LED, bagageiro e um pequeno encosto para garupa (removível)
Crédito: Divulgação
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A Bajaj veio para ficar?

Como toda marca recém-chegada, a Bajaj ainda é motivo de dúvidas para o sempre desconfiado comprador brasileiro de motocicletas. Quantas marcas já vimos chegar aqui no país apenas para ficar pouco tempo e ir embora? Bem, mais recentemente isso foi dito de Royal Enfield e Haojue, e ambas estão aí, presentes no país, em crescimento saudável e sem chances de partir.

Tudo leva a crer que a Bajaj seguirá pelo mesmo caminho. Chegou com linha enxuta, abre concessionárias progressivamente em parceria com grupos economicamente sólidos, está montando suas motos em Manaus (na fábrica da Dafra) e já anunciou que terá linha de montagem própria por lá em 2024, para fazer pelo menos 20 mil motos por ano.

Você compraria a Bajaj Dominar 400?  Pelo custo/benefício, a moto é atraente
Crédito: Divulgação
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Por fim, é importante lembrar que a Bajaj está no Brasil com operação própria - nada de representantes ou importadores - e é uma empresa gigantesca. Conforme já dissemos aqui, é uma das maiores fabricantes de motocicletas do mundo, a maior exportadora de veículos de duas ou três rodas da Índia e está presente em cerca de 90 países.

É bem diferente do que vimos ao longo dos anos 2000, quando Traxx, Iros, Regal Raptor, Jialing, Sachs, Miza e outras estranhezas apareceram por aqui, quase todas via importadores ou representantes trazendo motos de qualidade duvidosa da China. Isso sem falar em marcas nacionais que também encerraram as atividades, como Sundown e Kasinski. Se não aparecer pela frente mais uma forte recessão econômica ou algum evento muito inesperado e grande, apostamos que em poucos anos a Bajaj será uma das maiores marcas presentes no mercado brasileiro.

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