A Kawasaki arrepiou no Festival Interlagos ao lançar quatro modelos por lá - Ninja 500, Z 500, Z H2 e Eliminator 500. Já falamos aqui da custom/cruiser Eliminator, e agora é a vez da Ninja 500.
A grande questão em torno da moto é se vale a pena comprá-la, já que o modelo substituirá a Ninja 400 e, no que se refere a especificações, a distância entre as duas nem é tão grande.
Para responder isso, nada melhor do que, primeiro, acelerar a nova máquina. E foi o que fizemos em Interlagos. Objetivamente, a Ninja 500 entrega o que dela se espera. Tem visual modernizado, motor um pouco maior e mais forte, e atualizações nos quitutes eletrônicos.
É fácil de pilotar, dócil, maneável, leve e prazerosa. Claro que não é um canhão, mas proporciona alguma dose de adrenalina - na medida exata do que se propõe. Quem quer esportividade com manômetro no vermelho deve partir pra irmã maior Ninja ZX-6R ou acima. Mas vai gastar bem mais, e a ZX-6R não é lá muito boa opção para uso no dia a dia.
A Ninja 500, pelo contrário, pode ser a moto da rotina. Assim como já é a Ninja 400. Na 500, a esportividade é suave. E é exatamente aí que entra o nível de recomendação de compra. Explicamos...
A Ninja 500 está um degrau acima da Ninja 400. A irmã menor - que ainda está em linha e pode ser facilmente encontrada nas lojas da Kawasaki - tem visual bonito, anda bem e já permite desfiles bacanas. A Ninja 500 vai um pouco além exatamente nesses esses aspectos. Em todos eles.
A Ninja 400 tem motor com dois cilindros em linha, 399 cm³, injetado, refrigerado a água e taxado em 11,5:1. Entrega 48 cv de potência a 10.000 rpm e torque de 3,9 kgfm a 8.000 rpm. Já o motor da Ninja 500 tem a mesma configuração, mas com 451 cm³ e taxado em 11,3:1 (na especificação lá de fora). Rende 51 cv de potência a 10.000 rpm e pico de torque de 4,4 kgf.m a 7.500 rpm.
O que vemos, então, são apenas 3 cv de potência a mais na mesma rotação e 1,5 kgf.m de torque a mais, entrando um pouco mais cedo. E vale lembrar que a Ninja 500 é quatro quilos mais pesada que a Ninja 400 - 172 quilos contra 168 quilos, ambos em ordem de marcha.
As duas têm câmbio de seis marchas, com relações absolutamente iguais. Mudam a relação de redução primária - 2,219 (71/32) na Ninja 400 e 2,029 (69/34) na Ninja 500 -, e a relação de redução final - 2,929 (41/14) na Ninja 400 e 3,071 (43/14) na Ninja 500. Algo que faz diferença, mas apenas discreta.
É assim: hoje você paga R$ 36.310 na Ninja 400, já com frete. Daqui a uns meses, pagará acima disso pela Ninja 500 - o preço ainda não foi revelado, mas estimamos em uns R$ 38 mil. Valerá a pena?
A resposta varia. Para quem já tem uma Ninja 400 na garagem, não de imediato. Sua moto ainda é nova, está na garantia e entrega praticamente o que a Ninja 500 vai te entregar.
Já quem está pensando em comprar uma Ninja 400 deve esperar até agosto e levar a Ninja 500 pra casa. A diferença no preço compensará porque você terá uma moto nova, zero-quilômetro e atualizada, cujo motor já é apto ao Promot 5 e que também está presente em outros modelos. Uma moto que, por isso tudo, não sairá de linha tão cedo.
Para quem tem uma Ninja 250 ou uma Ninja 300, por sua vez, valerá muito a pena comprara Ninja 500. Apesar de ter que pagar uma diferença razoável no valor, a Ninja 500 agregará os argumentos citados acima e o fato de ser, efetivamente, um tremendo upgrade. A Ninja 500 é muito superior às Ninjas 250 e 300.
Só para lembrar, o motor da Ninja 250 entrega 33 cv a 11.000 rpm e torque de 2,2 kgf.m a 8.200 rpm, enquanto o da Ninja 300 despeja 39 cv a 11.000 rpm e 2,8 kgfm a 10.000 rpm.
Em resumo, a Ninja 500 será uma ótima compra para quem estava cogitando comprar a Ninja 400, ou para quem tem uma Ninja 250 ou uma Ninja 300 e quer subir de cilindrada. Mas quem já tem a Ninja 400 na garagem deve esperar um pouco mais, aproveitar sua moto e pensar na troca mais adiante.
Muita gente não lembra, mas já existiu uma Ninja 500 no mercado brasileiro. Lá em meados dos anos 90, a Kawasaki - então representada no Brasil pelo importador Grupo Ava - vendia por aqui três modelos com motor de 500 cm³: a custom Vulcan 500, a naked ER-5 e a Ninja 500.
Eram as precursoras dos modelos que existem hoje - Eliminator 500, Z 500 e Ninja 500. Os motores de 498 cm³ eram bicilíndricos, carburados e refrigerados a água. Na Vulcan 500, rendiam 50 cv de potência a 8.000 rpm e robustos 4,6 kgf.m a 6.000 rpm. Hoje em dia é difícil ver uma inteira, mas na época as três arrasavam.