Se você quer amenizar a monotonia do deslocamento diário e das compras, comprar um scooter é uma ótima ideia. E, no mundo inteiro, o maior sinônimo de scooter é Vespa. Para uma empresa que nasceu como necessidade do pós-guerra, sua evolução é simplesmente... Espetacular.
Voltemos a 1884, quando a controladora Piaggio foi formada em Gênova (Itália). Inicialmente, era uma empresa especializada em equipamentos para navios de luxo. Depois, passou a fazer itens para locomotivas ferroviárias, caminhões, bondes e ônibus, até começar a produzir aviões para a 1ª Guerra Mundial.
Isso levou à produção do P.108 Bombardiere, um avião-bombardeiro que esteve em serviço durante a 2ª Guerra Mundial, tornando as fábricas da Piaggio alvos para ataques militares estratégicos.
Após a Segunda Grande Guerra, economia, estradas e infraestrutura italianas estavam em ruínas. Enrico Piaggio, então, decidiu produzir um scooter acessível e que pudesse ser conduzido em estradas danificadas por bombas.
Inspirado pelos Cushman Airborne que foram lançadas de paraquedas durante a Guerra, ele recrutou Corradino D'Asciano, um engenheiro aeronáutico (que, ironicamente, não gostava de motos). E o primeiro scooter nascia ali, em 1946.
Com motor dois tempos de 98 cm³ e linhas sinuosas, a primeira impressão de Piaggio sobre o scooter o levou a exclamar a seguinte frase: "parece uma Vespa!”. Foi desse modo que o scooter conquistou os corações dos italianos: pelo design prático e agradável. Foi uma das coisas que ajudaram a tirar a Itália da crise pós-guerra.
Seu desenho atraiu homens e mulheres, pois protegia pilotos e pilotas de ficarem sujos. Também era conveniente para quem usava saia e vestido, e não demorou muito para que as Vespas aparecessem em revistas elegantes.
Teve até participação especial no filme "Roman Holiday", de 1952, quando uma unidade foi conduzida por Gregory Peck e Audrey Hepburn pelas ruas de Roma.
Foi desse modo que a popularidade da Vespa evoluiu de um transporte acessível para um símbolo de beleza e liberdade. Em 1956, um milhão de Vespas já haviam sido vendidas - e as vendas atingiram dois milhões em 1960.
A popularidade aumentou ainda mais ao longo dos anos 1960 graças à cultura Mod britânica - a Grã-Bretanha era o segundo maior mercado de Vespas fora da Itália.
Sempre ícone, a modernização ao longo das décadas tem sido simpática, e sempre tentou manter a essência original. A gama GTS é inspirada na original "Vespone", nome dado aos scooters com carroceria e motor maiores, quase como um scooter de turismo, por assim dizer.
Em 2003, as Vespa GT 125 e 200 foram lançados, e em 2005 chegou a GTS 250.
E aqui estamos em 2023, com uma gama totalmente nova do modelo GTS, consistindo na GTS Super 150, na GTS Clássico 300 e na GTS SuperSport 300.
A GTS Super 150 baseia-se na herança de modelos esportivos como a Vespa GS 150 de 1955, a Vespa 190 SS de 1965 e a T5 "Pole Position" de 1985.
Todas têm características similares, como aros em cor grafite, assento estofado duplo com debrum e vários elementos cromados. Os punhos pretos, as palmilhas de borracha e a mola da suspensão dianteira acrescentam um toque desportivo, e é possível escolher entre três cores brilhantes – Rosso Passione, Nero Vulcano e Bianco Innocenza.
Com sua pintura metálica brilhante e cromo elegante em todas as versões (espelhos, moldura do farol, bordas da carroceria e tampa da direção), a Vespa GTS Classic 300 é o epítome da autêntica Vespa. Disponível em Beige Sabbia, Nero Vulcano ou Verde Relax, tem selim cinza com costura de tom sobre tom, que combina com os punhos cinza e inserções de borracha na palmilha.
Para quem gosta mais de um lance esportivo ou de contemporaneidade, a GTS SuperSport 300 é mais indicada. As cores incluem o fosco Nero Opaco com Verde Olivie, e o brilhante Bianco Innocente.
As bordas da carroceria são pretas, assim como os espelhos, as alças, as palmilhas de borracha e os contornos do farol e da lanterna traseira. A cobertura da direção em carbono no escudo, o selim preto com costura dupla laranja neon contrastante e as listras laranjas neon na frente e na traseira passam uma vibração competitiva e moderna.
A GTS Super 150 custa, em conversão direta, R$ 34.122; a GTS Classic 300 custa R$ 42.468; e a GTS 300 SuperSport sai por R$ 43.430. Não é barato, mas também não é irracional.
Afinal, são três modelos luxuosamente italianos, e o nome Vespa traz muito prestígio.
Para compradores com orçamento apertado, o preço da linha GTS de Vespas pode ser simplesmente muito alto. Mas provavelmente é apenas uma questão de tempo até que o custo seja justificado.
Participamos do evento de lançamento e testemunhamos um impressionante levantamento de mãos para aqueles na multidão que tinham mais de uma Vespa. Um devoto, declarado, tinha cinco! O culto que segue é inegavelmente forte.
Tanto a Classic 300 quanto a SuperSport 300 são movidas pelo motor monocilíndrico 300 HPE (de High Performance Engine), e a GTS Super 150 é movido pelo motor monocilíndrico i-get.
A 300 HPE tem o motor de maior desempenho já montado em uma Vespa, e eles têm direito extra de se gabar por melhorar a eficiência e reduzir as emissões.
Melhorar a produção termodinâmica, bem como reduzir o atrito e o ruído do motor, eram as prioridades, e os técnicos fizeram melhorias em vários componentes do motor com esse objetivo.
As válvulas levantam com mais empuxo, reduzindo o ruído gerado pela sincronização, além de melhor o enchimento da câmara de combustão. Um novo injetor multijato de alta pressão também melhora a combustão, e a vela de ignição de iridium acrescenta desempenho e durabilidade extras.
A caixa de câmbio CVT é composta por materiais projetados para reduzir o atrito e o ruído do motor, e é finalizada com uma tampa revestida com material absorvente de ruído.
Já a ECU da Magnetti Marelli, de última geração, tem melhor capacidade de cálculo, o que contribui - e muito! - para desempenho geral, partida e eficiência do motor.
Tal como acontece com todos os scooters Vespa anteriores, a carroceria da nova linha GTS é feita de aço 100% reciclável. Robusto e meticulosamente formado, tem um aspecto elegante e envolve o piloto confortavelmente.
É sabido que as Vespas têm dificuldade para manter a estabilidade em altas velocidades. As rodas de 12 polegadas tornam isso difícil de combater.
Mesmo assim, a Vespa fez um grande esforço: atualizou a estrutura da suspensão dianteira e ajustou as configurações do conjunto. Além disso, alargou o guidão.
Os punhos são novos, com pontas menores; as alavancas de freio foram reposicionadas e os controles estão agrupados em dois blocos de interruptores cromados. O assento foi trocado e isso melhorou o conforto. Por fim, as rodas também foram revisadas.
A Piaggio foi a primeira fabricante de scooters a introduzir o controle eletrônico de tração, e fez disso uma arte. Foi uma surpresa um scooter de 300 cm³ ser equipado com tal tecnologia, mas a GTS 300 SuperSport merece aplausos.
O sistema de freios a disco duplo tem novas pinças e bombas da Brembo, com segurança extra na forma de ABS - que é controlado por uma outra ECU, da Bosch.
Um novo sistema de arranque sem chave substitui a tradicional ignição por um botão preto redondo. Você o empurra e gira antes de pressionar a chave de ignição (desde que o controle remoto esteja com você). É simples e eficaz.
Além disso, o scooter vem com um novo display LCD de três polegadas como painel de instrumentos, entrada USB, luzes e indicadores de LED e o sistema de conectividade VESPA MIA, que dão à nova linha GTS boa sensação de modernidade.
Tivemos o prazer de escolher entre uma seleção de scooters dos modelos Classic 300 e SuperSport 300 GTS, e nossa escolha foi a Verde Olivio SuperSport 300.
Imediatamente notada é a posição de pilotagem sem esforço. O novo assento é extremamente confortável e as alavancas de freio reposicionadas e os punhos atualizados ajudam a melhorar a ergonomia.
A altura do banco permite que pessoas de baixa estatura toquem o chão com os pés com facilidade. E os pilotos mais altos não ficam apertados. Os novos espelhos são elegantes, fáceis de ajustar e proporcionam excelente visão.
Desde o primeiro momento fiquei impressionado com o novo motor 300 HPE. Os técnicos da Piaggio trabalharam arduamente no seu desenvolvimento, e isso fica evidente.
A resposta ao acelerador é instantânea e, com uma curva de potência soberbamente linear, a aceleração é rápida, mas também suave.
Os freios são fortes, embora não tenham força inicial. Se você está acostumado com o poder de frenagem de uma moto esportiva de alto desempenho, ficará desapontado.
Puxar uma alavanca ou outra oferece um poder de parada médio, mas aperte ambas e você irá parar onde for necessário. O ABS é de grande ajuda, com pulsação mínima nas alavancas.
Nossa jornada ofereceu oportunidade para avaliar a capacidade de manuseio da Vespa, incluindo viagens substanciais em rodovias. O GTS 300 SuperSport funciona muito bem em todas as aplicações.
O peso geral é bem distribuído e o corpo de aço faz um ótimo trabalho na distribuição de forças. As curvas são suaves e alegres, e o cruzeiro em alta velocidade é relaxante, sem sinais de instabilidade.
Qualquer pessoa que tenha tido modelos anteriores - e lutado contra problemas de instabilidade - ficará entusiasmada com razão.
O novo sistema de partida sem chave torna as coisas mais simplificadas. Não apenas ao ligar o motor, mas também ao abrir o porta-luvas e o assento. A propósito, o armazenamento sob o banco é generoso, com capacidade para um capacete aberto (ou até dois, dependendo do tamanho)
Fiz bom uso da porta de carregamento USB no porta-luvas. É um recurso bem-vindo e o espaço é suficiente para um telefone e carteira/bolsa, entre outros itens pequenos.
Ter uma Vespa mostra a qualquer pessoa que preste atenção que você tem muito bom gosto, e há várias opções de acessórios para aproveitar isso, incluindo (mas não se limitando a):
Ergonomicamente favorável para todos os tamanhos, com opções de cores legais e motor impecável, a nova linha GTS da Vespa atende a todos os requisitos.
Com raízes na ideia de um engenheiro aeronáutico, as Vespas atuais têm alto padrão e exalam grande elegância. Dê um chute na mediocridade: se tiver oportunidade, faça um teste!
Motor: Piaggio HPE quatro tempos monocilíndrico, com 278 cm³, refrigeração líquida, diâmetro e curso de 75 mm x 63 mm, injeção eletrônica com avanço variável, potência máxima de 23,8 cv a 8.250 rpm e torque de 2,65 kgf.m a 5.250 rpm. Conformidade com Euro 5
Câmbio: CVT com e embreagem seca centrífuga automática. Controle de tração.
Chassis: Corpo em chapa de aço com reforços soldados
Suspensões: dianteira com braço oscilante unilateral, mola helicoidal e controle hidráulico; traseira com amortecedor duplo com quatro ajustes de carga
Freios: dianteiro e traseiro com discos de 220 mm e acionamento hidráulico
Pneus: dianteiro 120/70 R12 e traseiro 130/70 R12, ambos sem câmara
Dimensões: altura do assento de 79 cm
Distância entre eixos: 1,38 m
Comprimento/largura: 1,98 m de comprimento, 1,38 m de entre-eixos, 77 cm de largura e banco a 79 cm do solo
Tanque: 8,5 litros (dois litros de reserva)
Consumo: 30,3 km/l
Garantia: dois anos com quilometragem ilimitada