Voltz Motors: a sensação do mercado de motos
Mesmo com uma linha enxuta de apenas dois modelos elétricos, marca já vendeu em 2022 mais que em todo o ano passado
Quem duvida de que as motos elétricas vieram para ficar e vão ganhar espaço progressivamente no mercado de veículos de duas rodas precisa mesmo rever seus conceitos. Lembra da Voltz Motors, a marca de motos elétricas que já mencionamos bastante aqui e que no ano passado foi a 12ª em vendas no país? Pois neste primeiro trimestre de 2022 a marca vendeu mais do que em todo o ano passado e já subiu para a 10ª posição.
Em pouco mais de 100 dias, foram quase 1.700 unidades emplacadas, um volume que representa 75% de crescimento nas vendas - e não em relação ao mesmo período de 2021, que seria a comparação habitual, mas diante do volume de todo o ano passado, quando a Voltz registrou seus melhores resultados desde que foi criada, em 2017.
A Voltz Motors nasceu como uma startup focada em mobilidade urbana e resolveu investir em motos elétricas importadas da China. No ano passado, a empresa recebeu um aporte de R$ 100 milhões do Grupo Creditas, verba que foi investida em uma linha de montagem no Polo Industrial de Manaus (PIM). A fábrica está quase pronta, vai entrar em operação em breve e terá capacidade para fazer cerca de 15 mil unidades por mês.
A sede da Voltz fica em Recife (PE). Mas quando começar a montar as motos em Manaus, a marca passará a ter as mesmas isenções fiscais que as outras instaladas por lá - Honda, Yamaha, Suzuki, Kawasaki, Haojue, Dafra, BMW, Harley-Davidson, Ducati etc. A Voltz diz que seus produtos ficarão "mais nacionais", o que quer dizer que parte das peças passará a vir de fornecedores locais. Mas, naturalmente, componentes dos motores elétricos e as baterias continuarão a vir de fora.
Não há informações sobre uma eventual redução nos preços depois da nacionalização e nem sobre futuros novos modelos. Por enquanto, a Voltz só tem dois, a moto EVS e sua versão Worker, voltada para entregadores de aplicativos, e o scooter EV1 - este é o que vende mais, e responde por 85% dos negócios da marca (foram 1.444 unidades até a segunda semana de abril, contra 252 da EVS). Os preços começam em R$ 15.000 (EV1) e R$ 24.500 (EVS).