A Watts, empresa de mobilidade elétrica criada em 2018 e adquirida pelo grupo Multi em 2022, inicia a venda da WS120, uma scooter elétrica. Ainda este mês o segunda modelo elétrico da empresa estará disponível na rede de concessionárias. A scooter WS120 tem motor elétrico com pico de 3.500 Watts de potência e autonomia de até 60 quilômetros por bateria. Pode usar duas baterias simultaneamente, o dobra essa estimativa de autonomia.
Pensada para uso urbano, a WS120 tem velocidade máxima declarada de 70 km/h, capacidade de carga (piloto, garupa e bagagens) de até 150 quilos e compartimentos para guardar itens pessoais.
Sob o assento, onde fica o alojamento das baterias cabe um capacete grande. Abaixo do painel digital de LCD, a scooter tem gancho retrátil para pendurar uma sacola ou bolsa, e do lado esquerdo há um porta-luvas com uma tomada USB padrão, uma tomada USB-C e o plugue de carregamento das baterias.
A iluminação da WS120 é toda em LED. O modelo ainda vem de fábrica com alarme antifurto e chave presencial. Como curiosidade, também tem piloto automático.
Como toda moto elétrica, a WS120 é automática. Outras especificações importantes são a suspensão dianteira telescópica convencional e a suspensão traseira com duplo amortecedor e ajuste na pré-carga da mola.
Nos freios, há um disco em cada roda, com sistema de freio combinado CBS. Com design atual e bom acabamento, a WS120 chega em três opções de cores: preta, branca ou chumbo. O preço? A WS120 custa R$ 16.990 com uma bateria e R$ 20.990 com duas baterias. A Watts oferece revisões gratuitas quando a scooter completar mil e 5 mil quilômetros rodados.
Nosso primeiro contato com a scooter elétrica aconteceu em circuito fechado. A W120 tem um conjunto com boa ergonomia – mesmo para quem tem 1,83 m de altura como eu – e bom equilíbrio entre desempenho do motor, suspensões e freios.
É confortável, e parece suficiente para deslocamentos diários de casa para trabalho e vice-versa. Fatores como o peso do condutor, presença de garupa e tamanho da subida a percorrer vão influenciar no desempenho e, principalmente, na autonomia.
As motos da Watts têm três modos de pilotagem, que limitam ou não a velocidade máxima. A posição "3" é a mais forte, e permite o uso total do motor. Já a posição "1" é a mais limitada.
A própria marca afirma que a WS120 não é pensada para uso no motofrete, pois sua autonomia de bateria é a menor entre as três motos da marca. A marca diz que o modelo atende de forma mais coerente o perfil de quem usa a moto para mobilidade ou para o lazer, no ir e vir na cidade. No kartódromo, me surpreendi com o conforto e bom comportamento do conjunto.
A Watts também nos revelou duas novidades importantes: está prestes a inaugurar uma concessionária na capital paulista, na Avenida Rebouças nº 2387, e também vai lançar mais uma moto elétrica - a W160S, que terá motor com 10.000 Watts de pico e velocidade máxima de 120 km/h.
Mais robusta que a W125 - moto que já é vendido no país desde o ano passado -, a W160 oferecerá conjunto compatível com o maior desempenho. Tive a oportunidade de experimentá-la no evento e me surpreendi com o poder de aceleração, com o comportamento das suspensões e dos freios (disco duplo na frente e disco simples na traseira, com assistência CBS).
Apenas a altura do banco – que é bem confortável – me chamou a atenção no primeiro contato: é mais alto que o ideal para uma moto naked como a W160S. Mas só notei isso parado.
O preço da W160S não foi divulgado, mas pelas especificações técnicas superiores, deverá ficar entre R$ 20 mil e R$ 30 mil reais, com variação para uma ou duas baterias.
A Watts também já está trabalhando no desenvolvimento de uma motocicleta elétrica de estilo trail, mais potente que os três modelos que conhecemos. Mas essa ainda não tem previsão de lançamento.
Analisando o mercado brasileiro de motos elétricas em 2023, temos como concorrentes diretas da empresa do grupo Multi as marcas Voltz e Shineray, que inclusive tem modelos elétricos similares aos da Watts.
Esse crescimento de empresas mais estruturadas e focadas em motos elétricas no Brasil representa um novo capitulo na história do mercado brasileiro. Continuaremos acompanhando a evolução.