Existem algumas motos vendidas na Europa que infelizmente não são "sorteadas" para o mercado brasileiro. Com isso, só resta aos fãs tupiniquins sonhar e torcer para que a fabricante de alguns destes modelos mude de ideia. Esse é o caso da MT-10, cuja linha 2022 começa a ser vendida este mês na Europa. A MT-10 é a mais furiosa naked da Yamaha, e uma das mais desejadas motos da marca por aqui, ao lado da Ténéré 700 (sobre essa, já perdemos as esperanças...).
A Yamaha investe forte na linha MT, no Brasil - a sigla é de "master of torque", ou "mestre do torque", na tradução literal. Vende os modelos MT-03, MT-07 e MT-09, e cada uma delas é muito bem-sucedida em seu respectivo segmento. A MT-09, inclusive, é uma moto particularmente impressionante com seu visual impactante e desempenho furioso. O motor de 847 cm³ rende 115 cv a 10.000 rpm e torque de 8,9 kgf.m a 8.500 rpm.
Bom, né? Pois é, mas a MT-10 dá poeira nela. É empurrada por um motor de 998 cm³, que gera nada menos que 166 cv a 11.500 rpm e 11.4 kgf.m a 9.000 rpm. É o mesmo motor da superbike YZF-R1, mas em uma naked, sem qualquer carenagem para proteção aerodinâmica. Aqui, o talento do piloto conta muito!
A MT-10 chega às lojas europeias nas cores Cyan Storm, Icon Blue e Tech Black - no mundo real, cinza, azul ou preta. O preço médio por lá é de 14.500 euros, ou em torno dos R$ 86.000.
A moto é cheia de modernidades, como chassi de alumínio, escapamento e coletores de titânio, painel com tela de TFT de 4.2 polegadas com seleção de modos de pilotagem, cruise control, limitador de velocidade, acelerador eletrônico (sem cabos), ABS otimizado para curvas, controle de tração, quickshifter bidirecional e unidade de medição inercial de seis eixos.
Outras especificações importantes são o tanque para 17 litros de combustível, o peso em ordem de marcha de apenas de 212 quilos e os pneus Bridgestone Battlax Hypersport S22, nas medidas 120/70 R17 na frente e 190/55 R17 atrás.
O design é um caso à parte. A MT-10 2022 poderia perfeitamente co-estrelar uma sequência da franquia cinematográfica "O exterminador do futuro": tem visual robótico e, ligada e com faróis acesos, parece estar "viva" - e com cara de poucos amigos. A iluminação é full-LED e, na frente, é feita por dois canhões proporcionalmente pequenos. Logo acima de cada um deles, fileiras de LED na função DRL (luz de rodagem diurna) parecem sobrancelhas de um cara invocada.
A traseira é mais conservadora, com a tradicional rabeta arrebitada, a lanterna bicudinha e o suporte de placa destacado. Se viesse para o mercado brasileiro, a MT-10 teria que ter o preço bem posicionado pela Yamaha.
A MT-09 custa R$ 57.890 - um valor bem razoável para o canhão que é. Fica pouco acima dos R$ 56.490 da Kawasaki Z900, sua única rival direta. A MT-10 brigaria com Honda CB 1.000R, de R$ 62.750, e Suzuki GSX-S 1.000A, de R$ 71.500. Então, teria que custar em torno dos R$ 63.000 para ser competitiva e não ficar tão próxima da irmã menor. Uma articulação difícil, mas não impossível.