A Zontes chegou discretamente ao mercado brasileiro no ano passado, e logo deu uma derrapada. Lançou três modelos - a R310, a T310 e a V310 -, vendeu um primeiro lote e, quando tudo parecia caminhar normalmente, o segundo lote não veio. Houve problemas logísticos lá na China, envolvendo o transporte marítimo dos contêineres.
Aí consumidores que queriam comprar as motos ficaram a ver navios - com trocadilho - e, como se não bastasse, pouco depois as motos sofreram modificações lá fora.
Mas isso tudo são águas já navegadas. A Zontes brasileira, aqui representada pela JTZ Motos - a mesma de Haojue, Kymco e Hisun -, sob controle da J. Toledo da Amazônia, que também representa a Suzuki, reorganizou as operações e renovou seu lineup.
Porém, foi mais longe: não só renovou como ampliou consideravelmente. Agora, a enxuta linha de três modelos foi substituída por uma gama com sete modelos. E quatro são inéditos: chegam a R350, a T350 e a V350, e ainda os modelos T350 X, S350, GK350 e 350E.
Como se pode ver, o "número" na sigla aumentou. E essa é a principal novidade nos três modelos que já existiam: a capacidade cúbica dos motores monocilíndricos, injetados e com refrigeração líquida aumentou de 310 cm³ para 350 cm³. E, assim como nestes, os novos modelos compartilham o mesmo motor.
Desta forma, a Zontes passa a ter sete modelos que usam a mesma motorização, o que facilita aspectos logísticos de importação de peças para a montagem em Manaus (AM), as peças de reposição para pós-venda e até mesmo o treinamento de mecânicos e os serviços em oficinas. Uma estratégia bem inteligente.
Vale dizer que a Zontes se esforçou para ressaltar - mais de uma vez - que a marca "tem compromisso de longo prazo com o mercado brasileiro" - palavras da Fernanda Toledo, diretora de marketing da Zontes e do grupo J. Toledo.
Falando em estratégia, a ampliação do lineup também foi bem sacada. Se antes era composta por uma naked, uma crossover e uma cruiser, agora tem a mais uma segunda crossover com um pouco mais de aptidão off-road, uma custom, uma cafe racer e um scooter de médio porte. Desta forma, a Zontes consegue ampliar seu leque de potenciais clientes, fazer mais volumes e também dar mais rentabilidade a seus concessionários.
Então, vamos à linha 2024 da Zontes. Antes de tudo, as especificações básicas: todas usam o mesmo motor, que com seus exatos 348 cm³ rende 41 cv de potência a 8.300 rpm e torque de 3,3 kgf.m a 7.300 rpm. São monocilíndricos, com comando duplo, quatro válvulas e refrigeração a água.
A Zontes disse que é um "motor completamente novo". Mas, de fato, é o motor anterior com capacidade cúbica, recalibragens e radiador de óleo. Vale lembrar que, nos modelos com motor de 310 cm³, a potência era de 35 cv a 9.500 rpm e o torque, de 3 kgf.m a 7500 rpm. Como antes, porém, o câmbio é sempre de seis marchas, com secundária por corrente.
A exceção é o scooter 350E, claro. Neste modelo, a transmissão é do tipo CVT. Além disso, potência e torque são diferentes - 39 cv a 7.500 rpm e 3,9 kgf.m a 6.000 rpm.
Todos os modelos têm iluminação full-LED, chave presencial, painel de instrumentos de TFT, manetes ajustáveis, modos de condução econômico e sport, monitoramento de pressão dos pneus, bateria de gel, tomadinhas USB e abertura por botão do bocal do tanque e do banco. Também em todas os freios são a disco, com 320 mm de diâmetro na frente e 265 mm atrás, com ABS.
O scooter de porte imponente e recheado de tecnologias tem preço à altura de sua especificações.
Com banco a 77 cm do solo, 1,56 m de entre-eixos, vão livre de 15,5 cm, 211 quilos de peso em ordem de marcha e tanque para 16 litros, o modelo ainda tem iluminação full-LED com piscas traseiros sequenciais, freios com ABS, pneus 120/70 R15 na frente e 140/70 R14 atrás, rodas de liga leve, para-brisa ajustável, aquecimento de punhos e controle de tração. Cores branca, verde, prata, preta ou vermelha.
É uma crossover com design exótico. Apesar da aparência quase trail, é feita mesmo para o uso em piso asfaltado. Suas principais especificações são o banco a 79,5 cm do solo, o entre-eixos de 1,42 m o vão livre de 15 cm, o peso em ordem de marcha de 196 quilos e o taque para 19 litros.
Ainda tem suspensões dianteira invertida e traseira monochoque, freios com ABS e pneus nas medidas 120/70 R17 na frente e 160/60 R17 atrás, ambos calçando rodas de liga leve. Uma particularidade bacana é o para-brisa ajustável. Cores preta ou laranja.
É apenas uma segunda versão da T 350. A diferença está nas rodas, que são raiadas - mas usam pneus sem câmara - e em algumas medidas: peso em ordem de marcha de 198 quilos, vão livre de 17m3 cm e banco a 83 do solo. Cores preta ou laranja.
A naked da turma tem design muito agressivo e de bom gosto. Exibe farol com bonita moldura triangular, tanque musculoso, escape curto com ponteiras apontadas para cima, rabeta curta e arrebitada e para-barro traseiro, compondo um visual geral realmente impressionante.
O banco fica a 79,5 cm do solo, o entre-eixos é de 1,38 m, o vão livre é de 15,2 cm e o peso em ordem de marcha é de 179 quilos. O tanque pega bons 15 litros e os pneus têm medidas 120/70 R17 mna frente e 160/60 R17 atrás, com rodas de liga leve. Cores preta ou azul.
A cruiser da marca tem bonito design, claramente inspirado no da impressionante Ducati Diavel italiana. Já foi até apelidada de "mini-Diavel", algo muito justo Tem corpo esguio longilíneo e o banco do garupa, apesar de pequeno, pelo menos tem atrás de si um sissy-bar (encosto). Exibe belas rodas de liga leve, moldura no farol e um charme muito especial.
O banco está a 76,5 cm do solo, a distância entre-eixos é de 1,42 m, o vão livre é de ótimos 17,9 cm e o peso em ordem de marcha é de 188 quilos. O tanque leva apenas 13,5 litros e as rodas de liga leve calçam pneus nas medidas 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás - este, coisa de gente grande! Cores preta ou branca.
Uma das novidades da Zontes nesta nova linha, a S350 pretende se diferenciar da V 350 com uma aparência mais custom do que cruiser. Isso é determinado principalmente pelo tanque mais gorducho e pelo farol redondo envolto por uma moldura grande, que lembra as "cabeças de touro" de algumas Harley-Davidson clássicas.
Fora isso, não há tantas diferenças assim. Mas é uma moto bonita, que certamente encontrará público. O banco está a 75 cm do solo, o entre-eixos mede 1,43 m, o vão livre tem 17,9 cm, o peso em ordem de marcha é de 202 quilos e o tanque pega bons 16 litros. Tem os mesmos pneus da V 350, 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás, em rodas de liga leve. Cores preta ou verde.
A GK 350 tem o mesmo preço da S 350, mas é bem diferente. Se aquela é uma custom, esta aqui é uma naked com pegada de cafe racer. Muito bonita e estilosa, exibe tanque largo e quitutes como espelhos nas pontas dos punhos e uma exótica cobertura do disco de freio dianteiro.
A moto tem banco a 79,5 cm de solo, 1,39 m de entre-eixos, 17 cm de vão livre, 188 quilos em ordem de marcha, tanque para 16,5 litros e pneus 120/70 R17 na frente e 160/60 R17 atrás, calçando bonitas rodas raiadas com aros dourados. Cores preta com dourado ou prata.