Já que hoje é o Dia Nacional do Fusca, vamos lembrar a trajetória do simpático carrinho no Brasil? Antes, no entanto, vamos falar sobre datas. Em 22 de junho de 1934, Ferdinand Porsche assinou um contrato com a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã para a fabricação de um carro popular, resistente e barato.
Era o início do governo de Adolf Hitler (1889-1945), que pretendia dar impulso à indústria alemã e ter no carro robusto e com preço popular como trunfo para alcançar os seus objetivos. Começava a concepção do Fusca. Mas os primeiros protótipos foram apresentados somente nos anos seguintes, a princípio com o nome de KdF-Wagen .
Já o primeiro Fusca fabricado no Brasil com peças nacionais saiu da linha de montagem da antiga fábrica da Volkswagen no bairro do Ipiranga, em São Paulo, no dia 3 de janeiro de 1959. Naquele ano foram vendidas 8.406 unidades do modelo, então chamado de Volkswagen Sedan.
Antes da nacionalização, entre 1953 e 1958, pouco mais de 2.200 Fuscas foram montados no Ipiranga com peças importadas da Alemanha. Na época, a escassez de fornecedores de componentes era o grande desafio da Volkswagen para atingir os 54% de grau de nacionalização exigidos por lei.
O Fusca era equipado com o conhecido motor boxer (de quatro cilindros contrapostos) refrigerado a ar, de 1.2 litro a gasolina, que entregava modestos 36 cv de potência e levava o “besouro” aos 110 km/h de velocidade máxima. O câmbio manual de quatro marchas não tinha sincronizador (a primeira marcha só podia ser engatada com o carro parado).
O primeiro exemplar nacional foi adquirido no dia 7 de janeiro de 1959, pelo empresário Eduardo Andrea Matarazzo, que comprou o carro em uma concessionária no bairro de Santo Amaro por 471.200 cruzeiros, o equivalente a mais de R$ 20 mil em valores atualizados. A abastada família Matarazzo ainda comprou mais 29 Fuscas.
Desde então, o Fusca fez parte da história de milhões de brasileiros. Foram cerca de 3,3 milhões de unidades produzidas no Brasil entre 1959 e 1986, marca que o colocou na liderança do mercado nacional durante 24 anos. O posto de carro preferido dos brasileiros foi perdido para o Gol somente em 1987.
A fabricação do Fusca em São Bernardo do Campo (SP) chegou a ser retomada, entre 1993 e 1996, a pedido do então Presidente da República Itamar Franco. Mas o “Fusca Itamar” não fez o sucesso esperado devido à concorrência de modelos mais modernos e com preços mais competitivos.
Mundialmente, o Fusca vendeu mais de 21,5 milhões de exemplares. O México foi o último país a encerrar a fabricação do modelo, na fábrica de Puebla, em 2003.
As “reencarnações” modernas do Fusca, conhecidas como New Beetle e Novo Fusca, também tiveram produção mexicana, finalizada em 2019 com uma série especial destinada aos Estados Unidos.