A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) se pronunciou oficialmente nesta quinta-feira (11) diante do recente pleito para um aumento imediato do imposto de importação para veículos híbridos e elétricos - para 35% a partir de agora.
A entidade se diz "contrária a qualquer mudança de regras" e também afirma que apoia a previsibilidade de políticas industriais do setor automotivo, sobretudo em respeito aos clientes/consumidores que têm direito ao acesso e à escolha por tecnologias de ponta.
A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios. E ressalta que, nos anos 1990, se não fosse a abertura do mercado à importação, o Brasil não teria o parque industrial com dezenas de fabricantes que existe atualmente.
"Nos encontramos na iminência de ter um grave retrocesso", alerta Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa.
"Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são sempre ineficazes. A médio e longo prazos, são prejudiciais a toda a cadeia automotiva. As importações regulam o mercado interno por meio da competitividade de tecnologias e de preços, desafiam as montadoras a melhorarem seus produtos e a aumentar as exportações", explica o executivo.
A Abeifa também se manifestou de forma contrária à inclusão de carros elétricos no imposto seletivo da reforma tributária - em tramitação no governo -, e à exclusão desses modelos na isenção do IPVA, que no Estado de SP privilegia apenas híbridos abastecidos com hidrogênio ou etanol.
"Os carros elétricos são mundialmente reconhecidos como uma das soluções para a redução das emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade do ar e no combate às mudanças climáticas”, adverte Godoy.
"Ignorar essa categoria demonstra falta de alinhamento com tendências globais e compromissos ambientais. Além disso, a exclusão da isenção do IPVA para BEVs desestimula a adoção de uma tecnologia eficiente e dificulta seu avanço. Essa decisão contraria interesses de clientes que buscam alternativas 'verdes' e de fabricantes que investem em inovação e sustentabilidade”, conclui.
As doze marcas filiadas à Abeifa - BRP, BYD, CF Moto, JAC, Jaguar Land Rover, Kia, Polaris, Porsche, Suzuki, UK Motors (empresa que une as importações de Aston Martin e McLaren) e Volvo - registraram vendas de 7.979 unidades em junho, das quais 7.830 foram importadas e 149 foram produzidas no país.
Esses números representam alta de 3,2% nas vendas ante maio, quando foram comercializadas 7.728 unidades. Comparado a junho de 2023, o aumento é de 231,4% - 7.979 unidades contra 2.408 veículos.
No acumulado do ano, a Abeifa soma 45.766 unidades, 223,9% a mais em relação aos primeiros seis meses de 2023, quando foram emplacadas 14.131 unidades.
Mais uma vez, o destaque vai para dados de emplacamentos de veículos eletrificados no primeiro semestre: os 41.417 veículos eletrificados licenciados pelas associadas à Abeifa representaram 52,2% do mercado total de veículos eletrificados registrados pela Associação Brasileira do Veiculo Elétrico (ABVE), que teve 79.303 unidades emplacadas.
Além disso, as 45.766 unidades (considerando não só os eletrificados) emplacadas nos primeiros seis meses do ano representaram um market share de 4,25% do total de 1.077.062 unidades do mercado brasileiro.