Andamos na única Ferrari F40 existente no Brasil

De um lado a mítica Ferrari F40; do outro Bob Sharp, o único jornalista brasileiro a acelerá-la. Confira os bastidores

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Redação WM1
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Dez em cada dez amantes de carros ficam sensibilizados quando colocam os olhos em um esportivo com formas de tirar o fôlego e ronco de arrepiar. Se existe um esportivo que tem essa conexão com qualquer pessoa que gosta minimamente de automóveis, ele atende pelo nome de Ferrari F40.

O modelo com suas curvas elegantes e ousadas com desempenho bruto e jamais visto em um carro de rua tornou-se um verdadeiro ícone da Ferrari e dos esportivos da época. Era literalmente um carro de corrida para as ruas.

Nossa equipe de reportagem soube da existência de uma única unidade no país e ela estava em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

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Diante de toda a exclusividade do modelo, entramos em contato com a FBF Collezione, proprietária da Ferrari F40.  E após alguns meses de negociação, o dono do cupê esportivo avaliado em nada menos que US$ 400.000 (US$ 850.000 em valores corrigidos), permitiu a nossa gravação.

Ao invés de produzirmos um vídeo apenas contando a história dessa Ferrari tão icônica, decidimos promover um encontro único. Levamos para o prédio que abriga a F40 em Ribeirão Preto, o jornalista Bob Sharp, o único a dirigir o esportivo há 25 anos.

E segundo o próprio Bob foi um reencontro memorável, principalmente porque o teste da F40 em novembro de 1992 foi extremamente marcante.

OS BASTIDORES DO ÚNICO TESTE DA F40 NO BRASIL

A Ferrari F40, foi trazida pela Fiat para o Salão do Automóvel de 1992 e nesse mesmo ano Bob Sharp teve a honra de assumir o teste promovido pela revista Quatro Rodas.

"Eu era o único jornalista que tinha autorização para dirigir a Ferrari F40 e fui eu quem testei o carro os dois dias de pista", conta Bob Sharp.

Para o teste em pista, a Fiat exigiu a contratação de um seguro. A publicação teve que pagar uma apólice no valor de US$ 14.000 (com franquia de US$ 68.000). A revista também teve que arcar com o custo do frete, que na época foi de Cr$ 23 milhões (equivalente a R$ 12.700 hoje), para transportar o esportivo de Betim até a pista de Limeira no sábado e até o aeroporto de Viracopos no domingo, onde seria a medição de velocidade máxima.

 Ferrari F40
Ferrari F40
Legenda: Ferrari F40
Crédito: Rafael Nenevê/WM1
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Bob conta, empolgado, que não foi nada fácil fechar a pista no aeroporto de Viracopos e após toda negociação ele teria apenas duas horas na pista para realizar o teste de velocidade máxima. "Mesmo literalmente correndo contra o tempo, conseguimos bater os 300 km/h e sai de lá com a sensação de missão cumprida", diz Bob.

Além do tempo escasso, Bob tinha outro desafio: "nos comprometemos a não forçar o carro desnecessariamente, sobretudo nas acelerações, que exigem muito da embreagem. Também era preciso poupar os pneus Pirelli P-Zero, pois não havia nenhum para reposição”, afirma Bob.

Ferrari F40
Crédito: Rafael Nenevê/WM1
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Ferrari F40
Crédito: Rafael Nenevê/WM1
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O fim do final de semana de testes provocou um misto de alívio e de missão cumprida a todos da equipe, em especial ao Bob. "Conseguimos realizar todos os testes e entregamos o carro pra Fiat em perfeito estado, sem único arranhão" diz Bob, orgulhoso.

A F40 precisou de 21,83 segundos para percorrer 1.000 metros. A prova de 0 a 100 km/h foi realizada em 4,81 segundos e a aceleração de 0 a 200 km/h em 13,06 segundos.

O cupê bateu 302,3 km/h no teste de velocidade máxima e Bob relata que teve que realizar vários cálculos para produzir o teste sem correr o risco de cair em um barranco de oito metros de altura. "Quando cheguei a 400 metros de distância do fim da pista comecei a frear até a imobilidade com folga graças aos meus cálculos", brinca.

Ferrari F40
Crédito: Rafael Nenevê/WM1
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Ferrari F40
Crédito: Rafael Nenevê/WM1
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Todo esse cuidado com o carro foi providencial, segundo Bob. A única unidade disponível no país voltou para a fábrica da Fiat em Betim (MG) após os testes. E na mão de um piloto de testes da marca a F40 se acidentou em uma pista após o acelerador ficar preso. "É uma falha que pode acontecer com carros que ficam parados muito tempo e podia ter acontecido comigo durante os testes", diz Bob. O modelo teve que retornar para Itália para realizar as reparações necessárias.

O REENCONTRO MEMORÁVEL

A Ferrari F40 ocupa um espaço de destaque em um prédio que abriga uma coleção de esportivos de marcas italianas, como Ferrari, Lamborghini e Maserati.

Ao chegarmos no espaço não havia ninguém da equipe que não tenha ficado paralisado e arrepiado ao ficar de frente daquela que era uma das Ferrari mais incríveis já produzidas.

 Ferrari F40
Ferrari F40
Legenda: Ferrari F40
Crédito: Rafael Nnenevê/WM1
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Bob quando chegou foi logo encontrar o modelo com o qual viveu um dos momentos mais marcantes da sua carreira de mais de 30 anos de jornalismo. Era nítida a emoção que sentiu ao tocar e sentar novamente ao volante daquele esportivo.

Mas, a emoção tomou conta de todos quando Bob girou a chave do bólido e um ronco inigualável tomou conta de todo o ambiente. Logo depois Bob aciona o portão e sai para dar uma volta para aí sim matar a saudade do carro mais incrível que já dirigiu.

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