A possibilidade de o Brasil perder parte dos R$ 180 bilhões até o final da década, já anunciados pelo conjunto de 26 fabricantes associados à Anfavea, é real. Foi a dura afirmação de Márcio Leite, que encerrará seu mandato à frente da entidade no final deste mês.
Engana-se quem pensa em colocar a culpa exclusivamente na reviravolta que os EUA decidiram em sua política de comércio exterior, que afetará dura e amplamente o comércio mundial, todavia ainda passível de complicadas negociações. O País, aliás, é um dos menos taxados.
O executivo focou em dificuldades internas que se arrastam sem solução: atraso de um ano na regulamentação do programa de incentivos Mover do atual Governo Federal; manutenção até 2026 do cronograma de subsídio à importação de veículos elétricos e híbridos (grande maioria dos países já os cortou por inanição financeira), além da insistência deste e historicamente de outros governos em manter automóveis sob taxação extra como produto nocivo à saúde e ao meio ambiente.
Leite não falou, mas se sabe que esta “perseguição” ocorre há décadas, somente por arrecadar muito com pouco esforço. Governos adoram isso...
Há novo pleito de marcas chinesas, não citadas por Leite, do qual fabricantes já instalados discordam: reduzir imposto de importação para veículos desmontados (CKD, em inglês) ou semidesmontados (SKD). Obviamente, "superchineses" descobriram que o mal falado "custo Brasil" é bem maior do que supunham e vão muito além de ônus trabalhistas.
Cinco dias antes, Arcélio Santos Jr., presidente da Fenabrave, afirmara: "Tem espaço para todos, desde que com isonomia".
O Balanço do primeiro trimestre de 2025 manteve-se positivo, sobre igual período de 2024. Vendas, 7,2% (média diária, 7,5%); produção, 8,3%; exportações, 40,6% (graças à Argentina); importações, 25,1%. Das 37,2 unidades vendidas a mais em relação aos primeiros três meses de 2024, 22,6 mil vieram de fora do país, sobretudo Argentina e China.
Serão R$ 20 bilhões em investimentos (aumento de R$ 4 bilhões), novo valor anunciado agora e decidido antes das impactantes mudanças das taxas de importação de veículos pelos EUA, mas mantidos até 2029. A VW tem três fábricas no Brasil e uma na Argentina.
Além do Tera, o SUV compacto para o segmento de alto volume no qual a marca ainda não tinha um modelo e chega ao mercado em maio, serão lançados este ano Nivus GTS, Golf GTI e Jetta GLI. Outro destaque, para 2027, é a nova geração da picape média Amarok, produzida na Argentina.
Diferente da atual picape (base Ford Ranger), fabricada na África do Sul, será desenhada pelo Centro de Estilo América do Sul, em São Bernardo do Campo (SP). O Taos argentino será transferido para o México.
Na recém-encerrada ExpoLondrina 2025, a empresa apresentou duas novidades: retorno da versão Sense no Nivus e a estreia do T- Cross Extreme, nova opção topo de linha do SUV líder geral no País. Além da pintura em cinza fosco, pela primeira vez oferecida em um VW fabricado aqui - ao custo extra de R$ 3.500 -, há novas rodas de liga leve, detalhes em laranja no para-choque dianteiro e pacote segurança opcional ADAS 2 por R$ 4.500.
A empresa decidiu expandir presença no agronegócio ao proporcionar, em Londrina (PR), a compra do Extreme por R$ 188.990 ou 1.529 sacas de soja, na cotação do dia 3 de abril último. Essa modalidade barter (escambo) já foi utilizada no Brasil em 2021 por Fiat e Toyota, mas só esta continua a oferecer.
SUVs chamados de raiz podem apresentar vendas limitadas, porém têm poder de transferir prestígio para a marca. Essa foi a escolha da GWM e o Tank 300 alcança esse objetivo.
Uma opção de SUV 4x4 com real aptidão fora-de-estrada para motoristas de perfil aventureiro, além de suprir uma lacuna em segmento sem muitas opções. Um desenvolvimento específico para o mercado brasileiro, onde a marca chinesa pretende ampliar sua rede de concessionária de 100 para 130 casas até o final de 2025.
Manteve o tradicional e robusto chassi tipo escada, sem esconder inspiração de estilo mais no Defender do que no Wrangler. Toque diferente no estilo: luzes de rodagem diurna dividem os faróis. Comprimento, 4,76 m; entre-eixos, 2,75 m; largura, altura, 1,93 m; porta-malas, 400 litros; tanque, 70 litros.
O conjunto motriz é híbrido, quatro cilindros, gasolina, turbo 2.0 litros, com potência combinada de 394 cv e torque de 76,4 kgf·m. O câmbio é automático de nove marchas e a caixa de transferência tem opções de tração 4x2, 4x4 em gama alta e 4x4 em reduzida.
O uso de tração 4x4 é só no modo híbrido, mas no total são nove modos de condução. A bateria de 37,1 kW·h proporciona alcance de até 106 quilômetros (padrão Inmetro). Em DC (corrente direta), este híbrido plugável permite recarga de 30% a 80% em 24 min.
Em primeira avaliação, de São Paulo a Brotas (SP), mostrou desempenho muito bom com pneus de uso misto. Apesar de elevada massa total de 2.630 quilos, acelera de zero a 100 km/k em 6,8 segundos.
Também se destacou no fora-de-estrada: bons ângulos de entrada, central e de saída; e o seletor eletrônico de tração atuou bem em todas as trocas e opções (2H, 4H e 4L). Dá para encarar boas aventuras off-road com conforto e segurança. Preço: R$ 330.000 (até o final deste mês).