A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) confirmou nesta sexta-feira (6) que o Salão do Automóvel de fato está cancelado para este ano - e que há possibilidade de o evento acontecer somente em 2021.
De acordo com ó órgão, o adiamento não é algo isolado e faz parte de uma mudança global de tradição e costumes - assim como já aconteceu com outros salões gringos. A Anfavea chegou a convidar alguns jornalistas para Genebra - evento que foi cancelado devido ao corona vírus - e ainda estuda o que fazer para outros Salões desse ano e do próximo.
De acordo com a Anfavea, para que ele aconteça é preciso reduzir custos e "reavaliar o formato" - afinal os Salões tradicionais como conhecemos têm cada vez mais perdido lugar para eventos de tecnologia como a CES, feira que acontece anualmente em Las Vegas (EUA) e rouba cada vez mais a atenção do Salão de Detroit, que precisou mudar até de data.
Realizar um Salão custa entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões para todas as montadoras. Os principais gastos, além do alto valor para a montagem dos estandes, são com organização, agências de produção, limpeza, celebridades, shows e a CET.
É muita grana sendo que o retorno é pouco: os fabricantes recebem cerca de 750 mil visitantes e só dependem da mídia espontânea para fazer cadastros - afinal por lei nenhuma venda pode ser fechada durante o evento.
"O Salão é um evento que precisa evoluir e refletir o momento de disrupção tecnológica que nossa indústria está vivendo", justifica Luiz Carlos Moraes, atual presidente da Anfavea. “Em conjunto com a Reed, decidimos adiar para reduzir custos e termos tempo de avaliar novos formatos", completou.