A Renault anunciou ontem a chegada do Sandero Stepway com motor 1.0, conforme mostramos aqui. Isso poderia dar a entender que a marca francesa pretende manter o carro em linha por um bom tempo ainda, mas na prática é exatamente o contrário. Sim, o Renault Sandero está perto do fim. Até porque a nova versão é chamadoa apenas de "Stepway" - ou seja, nem usa usa o nome "Sandero".
O Sandero, na verdade, está prestes a pendurar suas chuteiras no mercado brasileiro. O Stepway 1.0 será a única versão em linha, e substituirá a S Edition, que ocupava este posto: todas as outras versões serão descontinuadas progressivamente.
A versão S Edition, no entanto, ainda consta no site da marca porque há estoques remanescentes nas concessionárias. Mais adiante, restará apenas o Stepway 1.0 - provavelmente apenas por alguns meses.
Vale ressalvar, porém, que o Sandero deve continuar valorizado no mercado de usados: afinal, tem desempenho honesto, bom espaço interno, fama de robustez e manutenção fácil e barata.
A S Edition ainda pode ser comprada por iniciais R$ 83.190. É vendido nas cores prata, cinza, vermelha, branca e preta. Apenas a vermelha está nesse preço - as outras acrescentam de R$ 700 a R$ 1.500.
Seus principais equipamentos são vidros dianteiros e travas elétricas, ar-condicionado, direção eletro-hidráulica, abertura elétrica do porta-malas, airbags frontais e laterais, travamento automático das portas a 6 km/h, ABS, alarme, Isofix e computador de bordo.
O carro ainda tem luzes de rodagem diurnas em LED (DRLs), lanternas também com LEDs e rodas de ferro com aros de 15 polegadas cobertas por calotas. Ou seja, nada revolucionário, mas o suficiente para um mínimo de conforto e segurança.
Um mimo interessante é a central multimídia com CarPlay e Android Auto, comando satélite no volante e sensor de estacionamento traseiro. Não há opcionais no configurador do carro.
O motor é o manjado e eficiente tricilíndrico flex 1.0 12v, que rende até 82 cv e 10,5 kgf.m de torque a 3.500 rpm, com câmbio manual de cinco marchas.
Já o Stepway ainda aparece no site da Renault em três configurações - a recém-lançada Zen 1.0 com câmbio manual, de R$ 77.990; a Zen 1.6 também manual, de R$ 98.090; e a topo de linha Iconic 1.6 com câmbio CVT, que começa em R$ 109.490.
A básica tem o mesmo motor da S Edition, enquanto nas outras duas vai o 1.6 16v de até 118 cv e 16 kgf.m de torque, a 4.000 rpm.
O recém-lançado Stepway 1.0 tem praticamente os mesmos equipamentos e configurações do S Edition. A exceção é a "pinta" aventureira, reforçada pelo para-choque dianteiro mais robusto, alargadores de para-lamas, barras no teto e faróis de neblina. Como custa mais barato, é uma compra melhor que o S Edition.
Até 2020, esperava-se que o Sandero - assim como o sedã Logan - fossem ganhar uma nova geração, com plataforma compartilhada com algum modelo da Nissan.
Mas tudo mudou em 2021, quando a francesa anunciou a nova estratégia "Renaulution" durante a fase de "reposicionamento" de marca na América Latina - apostando em modelos mais sofisticados, caros e lucrativos (e muitas vezes também eletrificados).
Um dos projetos é um SUV compacto, que terá porte de um Fiat Pulse e estreará um novo motor 1.0 turbo. Mas ainda não há data nem estimada para esse lançamento, embora já tenhamos falado dele por aqui.
O Sandero foi apresentado ao mundo no Salão de Frankfurt (Alemanha) de 2007 pelo então chefão da marca, o polêmico Carlos Ghosn. Na prática era um modelo da Dacia, marca romena que pertence à Renault e que é dedicada a modelos de baixo custo.
Usava a plataforma B0 da terceira geração do Clio e foi lançado no Brasil no final daquele mesmo ano. Barato, simples e eficiente, logo fez sucesso.
Não por acaso, acabou compondo o trio de modelos da Renault mais vendidos no país ao lado de outros dois projetos da Dacia: Logan e Duster.
A chegada da segunda geração demorou um pouco mais: estreou lá fora em 2012 e, aqui, só em 2014. Já versão aventureira Stepway existe desde 2008.
Ao longo de seu tempo, teve várias séries limitadas - Nokia, Vibe, GT Line, Rip Curl, Tech Run, Tweed - e até uma versão realmente, a RS.
Segundo a própria Renault, em 2018 a marca atingiu a produção da unidade de número 1 milhão do automóvel. Ou seja, já perto da virada de 2022 para 2023, no fim da bela vida do carro em nosso país, um dos maiores modelos da história da empresa no Brasil já deve estar perto da casa de 1,2 milhão de unidades produzidas. E possivelmente com mais de 1 milhão de carros vendidos.