Mundialmente conhecida pela produção de caminhões e ônibus movidos a bateria, a BYD anunciou oficialmente o lançamento do SUV elétrico de sete lugares Tan no Brasil - que o WM1 já tinha noticiado com antecedência. O modelo, que ainda não tem preço definido, dará início à estratégia de veículos de passeio elétricos da marca chinesa em nosso mercado.
Segundo Henrique Antunes, diretor comercial da BYD no Brasil, os interessados no Tan já podem fazer a pré-reserva do SUV no site da marca. Após esse processo, em janeiro de 2022, o cliente será direcionado à pré-venda. As primeiras unidades serão entregues em março do ano que vem.
De olho nos clientes de SUVs elétricos de marcas premium - além dos parrudos Chevrolet Trailblazer e Toyota SW4 - a BYD diz apenas que o Tan será vendido em versão única com sete lugares e na faixa de preços entre R$ 400 mil e R$ 500 mil.
O BYD Tan pode ser considerado um SUV de porte grande, pois mede 4,87 metros de comprimento, 1,72 m de altura, 1,95 m de largura e tem 2,82 m de distância entre-eixos. O porta-malas acomoda 940 litros de bagagem, mas a sua capacidade cai para apenas 235 litros quando a terceira fileira de bancos está em uso para acomodar mais dois passageiros.
O SUV é movido por dois motores elétricos, um em cada eixo (245 cv na dianteira e 272 cv na traseira), que entregam 517 cv de potência e 69,4 kgf.m de torque combinados. Segundo os dados de fábrica, o Tan acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e atinge a velocidade máxima de 186 km/h (limitada eletronicamente).
O conjunto motriz é alimentado por uma bateria de 86,4 kWh do tipo Blade (resistente a combustão instantânea, que pode ser provocada por perfurações acidentais), que demora 30 minutos para recarregar de 30% a 80% em um eletroposto rápido de 110 kW.
De acordo com o Inmetro, a autonomia combinada do SUV elétrico é de até 437 km. Em ciclo urbano, o alcance chega a 472 km, enquanto no uso rodoviário cai para 395 km.
O Tan ostenta a atual identidade visual dos últimos modelos elétricos da BYD, chamada de Dragon Face (Cara de Dragão). Combinando elementos orientais com o estilo dos carros europeus, o SUV foi desenhado pela equipe liderada pelo designer alemão Wolfgang Egger, que já trabalhou na Audi.
Ao vivo, o SUV elétrico é um carro imponente e moderno. A dianteira tem aparência invocada, provocada principalmente pelo friso cromado que atravessa a grade, formando uma espécie de “sobrancelha” acima dos faróis de LED. Visto de perfil, a terceira janela lateral cria o efeito de que a porção traseira do teto está flutuando. Já a traseira chama a atenção pelas lanternas interligadas horizontalmente, que passa a impressão de se tratar de uma peça única.
A cabine também tem uma proposta moderna, com poucos botões. A maioria dos comandos do veículo, incluindo os do ar-condicionado automático e da central multimídia, estão concentrados na enorme tela flutuante de 15,6”, que pode ser posicionada tanto na horizontal como na vertical ao toque de um botão (no volante ou na própria tela).
O acabamento interno é bastante caprichado. A cabine espaçosa mescla materiais macios ao toque com plásticos de boa qualidade, camurça e couro marrom perfurado. Os arremates são realmente dignos de um carro de luxo que vai custar cerca de meio milhão de reais.
A nossa experiência ao volante do BYD Tan ficou restrita a algumas voltas em uma pista fechada, mas foi possível notar o bom trabalho comandado por engenheiros alemães com ampla bagagem no desenvolvimento de chassis para a Mercedes-Benz. Como em todo carro elétrico, o silêncio a bordo prevalece, mas no Tan pouco se ouve o barulho dos pneus ou do vento batendo contra a carroceria devido ao cuidado com a acústica do veículo.
A posição de dirigir é parecida com a da maioria dos SUVs. No utilitário esportivo elétrico o motorista consegue encontrar facilmente o ajuste ideal, graças às regulagens elétricas, tanto no banco quanto na coluna de direção.
Apesar das quase duas toneladas e meia de peso (700 kg só de bateria), o BYD Tan desenvolve velocidade com facilidade. Os mais de 69 kgf.m de torque proporcionam acelerações vigorosas ao menor toque no acelerador. Numa aceleração cronometrada, o Tan, de fato, atingiu os 100 km/h em 4,6 segundos, de acordo com a medição do tempo mostrada no painel digital configurável de 12,3”.
A impressão, após o rápido teste, é de que o BYD Tan equilibra bem o desempenho de carro esportivo com uma dinâmica mais voltada ao conforto. A tração nas quatro rodas garantiu boa aderência nas curvas rápidas, enquanto os freios Brembo (com pinças flutuantes de seis pistões nas rodas dianteiras) trataram de conter o SUV nas frenagens mais fortes.
A BYD deixou claro que pretende concorrer com os principais SUVs premium eletrificados à venda no país. Audi e-tron Performance (R$ 609.990), Jaguar I-Pace Black SE (R$ 668.920), Mercedes-Benz EQC 400 4MATIC (R$ 629.900), Porsche Cayenne V6 Hybrid (R$ 589 mil) e Volvo XC90 T8 Inscription (R$ 559.920) são vistos como os principais rivais do BYD Tan, segundo a marca chinesa.
Na seara de preços do Tan também entram SUVs de sete lugares movidos apenas a diesel, como o Chevrolet Trailblazer Premier (R$ 361.430), Mitsubishi Pajero Sport HPE-S (R$ 379.990) e Toyota SW4 Diamond (R$ 420 mil).
Para conquistar os consumidores desses modelos, a BYD aposta num pacote de equipamentos repleto de assistências de condução e conforto. A versão única do Tan virá com tudo a que tem direito: seis airbags; controle de cruzeiro adaptativo; frenagem autônoma de emergência; sensor de ponto cego; assistente de permanência em faixa; câmera com visão 360º; reconhecimento de sinais de trânsito; ar-condicionado de duas zonas com saídas para os bancos traseiros; abertura elétrica e por gestos do porta-malas; rodas de liga leve de 22”; faróis de LED; sensor de chuva, entre outros.
Ainda sem projeção de quantas unidades do Tan pretende vender no país, a BYD destaca que já está preparando uma rede de concessionárias para atender os clientes nessa sua nova fase de veículos de passeio. A marca pretende inaugurar 35 revendas pelas cinco regiões do Brasil até o fim de 2022.