Os carros equipados com transmissão automática já representam mais da metade dos emplacamentos de veículos novos no Brasil. Embora essa demanda aumente a cada ano, muitos consumidores ainda pensam que câmbio automático é tudo igual.
Geralmente escolhidos pelo conforto e praticidade, os câmbios automáticos podem ter diferentes concepções, apesar de a finalidade ser sempre a de dispensar a ação do motorista na hora de trocar as marchas.
A mais comum é a transmissão epicíclica, também conhecida como conversor de torque. Mas no mercado também há carros equipados com o câmbio automático de variação contínua (popularmente chamado de CVT) e caixas automatizadas. A seguir explicaremos como funciona, as vantagens e as desvantagens desse tipo de transmissão cada vez mais desejada pelos motoristas brasileiros.
Esse tipo de câmbio automático é composto por um complexo arranjo de engrenagens planetárias e um conversor de torque hidráulico. Esse componente executa função semelhante à da embreagem de um câmbio manual para enviar a força do motor à transmissão. Uma central eletrônica define as trocas de marchas de acordo com a rotação do motor, aceleração e a velocidade do veículo.
As transmissões com conversor de torque têm funcionamento mais suave, voltado ao conforto. As trocas de marchas são mais lentas que as das caixas automatizadas de dupla embreagem, mas os câmbios epicíclicos mais modernos já são consideravelmente mais rápidos que os antigos.
Em alguns modelos há até a função sequencial, que permite trocar as marchas manualmente na alavanca ou em aletas no volante do carro.
Conforto: por não exigir o acionamento da embreagem e nem trocar as marchas na alavanca, pois executa essas tarefas sozinho, o câmbio automático torna mais confortável a condução do veículo. Isso contribui para reduzir o cansaço do motorista, principalmente em engarrafamentos.
Funcionamento mais suave: diferentemente dos carros com câmbio manual ou automatizados, que estão sujeitos a trancos a cada troca de marchas, os automáticos a transmissão realizam as mudanças de maneira mais suave e precisa, o que favorece o conforto do motorista e dos passageiros.
Robustez: os câmbios automáticos são desenvolvidos para operar da maneira mais eficiente possível, o que contribui para a durabilidade dos componentes. Também costumam ser mais duráveis que uma caixa automatizada, além de suportar mais torque que as transmissões CVT. Por isso, esse tipo de transmissão é frequentemente utilizado em picapes, utilitários e carros mais potentes. O câmbio com conversor de torque tem vida útil de, pelo menos, 100 mil quilômetros, mas esse prazo pode ser estendido e alcançar uma quilometragem bem maior se o proprietário do veículo tomar os devidos cuidados com a manutenção (revisões, troca de fluido) especificados pelo fabricante.
Maior valor de compra: apesar de ter se popularizado nos últimos anos no mercado brasileiro, o câmbio automático ainda é consideravelmente mais caro. A diferença em relação ao mesmo modelo equipado com caixa manual chega a superar os R$ 5 mil. E também costuma ser mais caro que as transmissões CVT e automatizadas.
Maior consumo de combustível: mais pesada, a transmissão epicíclica exige maior esforço do motor que os câmbios manual e CVT, o que compromete o consumo do veículo. No entanto, as caixas mais modernas, combinadas a motores mais eficientes, têm contribuído para marcas de consumo parecidas com as dos carros manuais.
Maior custo de manutenção: apesar de serem confiáveis e não exigirem a troca periódica de componentes por desgaste natural, como os câmbios manuais, as caixas automáticas têm manutenção consideravelmente mais cara, quando é necessário realizar algum reparo.
Por ser construído com tecnologias mais complexas, o câmbio automático com conversor de torque demanda profissionais preparados e oficinas bem equipadas com ferramental específico. Isso acaba por elevar os custos da manutenção.