Câmbio automatizado: vantagens e desvantagens

Confira como funciona e quais são os pontos positivos e negativos da transmissão automatizada com uma ou mais embreagens

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André Deliberato
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Já mostramos aqui no WM1 as vantagens e desvantagens das caixas de transmissões automáticas convencionais, por conversor de torque, e da continuamente variável (CVT), já que hoje a maioria dos carros vendidos no Brasil é equipada com câmbio que dispensa a ação do motorista.

Hoje, vamos falar sobre o câmbio automatizado. Muita gente se esquece da existência desse tipo de transmissão e outras pessoas criticam sua construção. Mas a história não é bem essa. Embora tenha a mesma finalidade das outras, esse tipo de transmissão tem concepção bastante diferente.

No lugar do conversor de torque, das engrenagens planetárias ou das polias ligadas por correia, o câmbio automatizado tem construção parecida com a de uma transmissão manual. Como assim? Acompanhe a reportagem.

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    Como funciona o câmbio automatizado?

    Na prática, o câmbio automatizado tem eixos e engrenagens que fazem a transição das marchas de acordo com a relação de giro e virabrequim do motor e das rodas do carro.

    A principal diferença é que, no lugar do pedal de embreagem, existe um sistema eletrônico ou eletro-hidráulico responsável pelo desacoplamento da transmissão do motor - a "peça" que faz justamente as trocas de marchas.

    Modelos mais antigos da Chevrolet, como Agile e Meriva, foram equipados com câmbio automatizado Easytronic
    Crédito: Divulgação
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    A transmissão automatizada com acionamento eletro-hidráulico de uma embreagem foi por muito tempo a mais comum no Brasil. Esse câmbio era produzido pela Magnetti Marelli e equipava modelos da Fiat (com as designações Dualogic e depois GSR) e da Volkswagen (i-Motion).

    Nesse equipamento, a central eletrônica determina a marcha que deve ser engrenada de acordo com os parâmetros de pressão no pedal do acelerador, rotação do motor e velocidade do carro.

    Já o eletrônico funciona com motores elétricos de corrente contínua, que executam todo o processo de troca de marchas. O sistema é controlado por módulos, que determinam qual marcha deve ser engatada, com os mesmos parâmetros analisados pelo eletro-hidráulico.

    Está em inglês, mas a imagem mostra como funciona o câmbio de dupla embreagem: note a segunda marcha engrenada (verde) e a terceira pré-engatada (vermelho)
    Crédito: Divulgação
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    Dupla embreagem

    Como o nome já diz, essa utiliza dois eixos primários acoplados a duas embreagens: uma para as marchas pares e outra para as marchas ímpares. A principal vantagem é o tempo de trocas, que acontece em milissegundos.

    Mais sofisticados que os automatizados de embreagem única, os câmbios de dupla embreagem são gerenciados por um sistema mecatrônico eletro-hidráulico composto por atuadores, bomba de óleo e sensores.

    Audi Q3 (S-Tronic), Caoa Chery Tiggo 8 (Magna) e Volkswagen Tiguan (DSG) são alguns exemplos de carros equipados com esse tipo de transmissão. Popularmente, podemos dizer que essa concepção é a do câmbio automatizado de dupla embreagem "banhado em óleo".

    O câmbio automatizado Powershift da Ford trouxe diversos problemas devido ao seu modo de construção
    Crédito: Divulgação
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    Há também automatizados de dupla embreagem com sistema mecatrônico eletroeletrônico, que usam motores elétricos e dispensam lubrificação.

    O polêmico PowerShift usado pelos modelos Ford EcoSport, Fiesta e Focus, além do Caoa Chery Tiggo 5X (sim, sua transmissão da Magna é uma evolução do PowerShift), são alguns exemplos de modelos com câmbio automatizado de caixa seca.

    Como é dirigir um carro com câmbio automatizado?

    É praticamente igual a guiar um automático convencional (na linguagem técnica, conhecido como "epicíclico"), ou mesmo um carro com câmbio CVT.

    A operação dispensa o pedal de embreagem e os comandos possuem as mesmas funções: P (de Park, ou Estacionar), R (Reverse, a marcha à ré), N (Neutral, ou neutro) e D (Drive/dirigir). Em alguns casos, há os modos S (Sport/Esportivo) e sequencial - este, para trocas feitas pela alavanca ou borboletas.

    Evolução do Dualogic da Fiat, o câmbio GSR tinha comandos por botões no console do carro
    Crédito: Divulgação
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    Ao volante de um carro automatizado com uma embreagem, o motorista pode sentir alguns trancos durante as trocas de marchas devido ao acionamento eletrônico do sistema. Acelerar o carro de forma progressiva ajuda a suavizar os "soluços".

    Já os câmbios de dupla embreagem são mais ágeis e suaves nas trocas. Isso acontece porque a marcha seguinte já fica pré-engrenada - quando o câmbio passa da segunda para a terceira, a quarta e a quinta já estarão prontas para serem engatadas, e assim sucessivamente.

    Vantagens do câmbio automatizado

    • Menor valor de compra: apesar de não existir mais carro automatizado de embreagem única zero-quilômetro à venda no Brasil (o último foi o Fiat Cronos), modelos com esse tipo de transmissão custavam menos que automáticos convencionais. Essa diferença também é percebida no mercado de usados.
    • Menor consumo de combustível: por serem menores e mais leves que os câmbios automáticos, os automatizados exigem menos esforço do motor para funcionar e, consequentemente, contribuem para reduzir o consumo de combustível.
    • Trocas mais rápidas: essa característica é observada nas transmissões de dupla embreagem, uma vez que trabalham com as marchas seguintes pré-engatadas.
    • O câmbio PDK de dupla embreagem do Porsche 911 GT3 confere mais rapidez nas trocas das marchas
      Crédito: Divulgação
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      Desvantagens do câmbio automatizado

      • Menos conforto: os automatizados de embreagem única provocam solavancos durante as trocas de marcha. Nas transmissões automáticas isso não ocorre pelo fato de o conversor de torque ou as polias do CVT terem funcionamento mais suave. Vale destacar que nos automatizados de dupla embreagem os trancos são quase imperceptíveis.
      • Menor durabilidade: diferentemente dos automáticos, que são mais robustos e raramente exigem manutenção, câmbios automatizados sofrem maior desgaste de componentes, principalmente das embreagens.
      • Custo de manutenção: no caso dos automatizados de dupla embreagem, os reparos costumam ser consideravelmente mais caros devido à complexidade do sistema. Mas são câmbios que raramente dão problemas. Os de embreagem única, por sua vez, costumam apresentar custos de manutenção mais em conta por terem peças idênticas às do câmbio manual.
      • O câmbio i-Motion usado em modelos VW tinha embreagem única e, por isso, dava trancos nas trocas de marcha
        Crédito: Divulgação
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        Tags:Carros
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