Hoje (05/06) é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma data importante para nos fazer refletir sobre a sustentabilidade em diversas áreas, inclusive no setor automotivo. Mas, afinal, será que há um modo de carro e meio ambiente coexistirem em perfeita harmonia?
De fato, ainda há um longo caminho a ser percorrido pelas montadoras nesse sentido. No entanto, é inquestionável que, ao longo dos últimos anos, muitas práticas no setor têm se popularizado em torno da "produção verde".
É impossível imaginar em uma lista dessas sem carros elétricos. Afinal, os motores elétricos não emitem poluentes. E os modelos híbridos, que são movidos por motores elétricos e a combustão trabalhando conjuntamente, emitem muito menos poluentes do que os movidos apenas por unidades a combustão (gasolina): cerca de um terço. Vale lembrar que o dióxido de carbono (CO2) é um dos gases que provocam o aquecimento global.
Outro aspecto positivo é a eliminação da necessidade de fluidos como óleo e da própria gasolina, líquidos que poluem bastante quando absorvidos pelo solo ou “lançados” em aquíferos ou córregos.
Não por acaso, os elétricos têm ganhado terreno, e já respondem por mais de 8,5% das vendas de veículos no mundo. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), em novembro de 2021 a frota de elétricos e híbridos estava em 30.445 unidades.
Evidentemente, isso não significa que os carros elétricos sejam a "cura" para todos os males causados pela indústria automobilística ao meio ambiente.
De fato, ainda há uma série de aspectos a serem aprimorados, como o desenvolvimento de baterias mais baratas, leves e de fácil reciclagem. Contudo, há um esforço das montadoras em prol dessas melhoras.
Quando o assunto é fonte de energia, gasolina e hidrogênio são antônimos. Afinal de contas, o hidrogênio é renovável, não poluente e inesgotável – sua presença é estimada em 75% da massa de toda a matéria e 93% dos átomos do Cosmo. Nada mal, não é mesmo?
Curiosamente, o hidrogênio está longe de ser uma novidade na indústria automotiva. Ainda na década de 1970, a Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveu um motor de combustão interna a hidrogênio.
Fabricantes como Honda, Ford, GM e Hyundai também já produziram ao menos um modelo alimentado por esse elemento. Mas coube à Toyota o papel de fabricante do primeiro carro de série movido a hidrogênio: o Mirai, em 2014.
Ganhador do Prêmio Mundial de Carro Verde de 2016, no Salão Internacional do Automóvel de Nova Iorque, o luxuoso sedã se destaca por sua autonomia. Não à toa, em agosto do ano passado, cravou o recorde mundial de distância percorrida por um carro com uma única carga. Foram 1.360 quilômetros com 5,65 quilos de hidrogênio. O Mirai ainda é produzido no Japão, e já vendeu 17.940 unidades em todo o mundo - número até o fim de 2021.
Sim, ainda há quem torça o nariz para essa tecnologia, e que a julga meramente decorativa. No entanto, não há dúvidas de que os LEDs têm revolucionado diversos segmentos, como o automotivo. Sobretudo em algo que muito nos agrada: a economia.
Quando comparadas às lâmpadas comuns, as de LED são cerca de 80% mais econômicas em carros. Sua vida útil é estimada em mais 15 anos, ou seja, cinco vezes mais que a das lâmpadas comuns.
Em outras palavras, o dono do carro ganha de duas maneiras. A primeira é por não precisar gastar tão frequentemente para repor a iluminação. Já a segunda é que essa economia se estende a outros componentes, como a boa e velha bateria. E o meio ambiente se beneficia, com itens mais duráveis e um processo fabril mais enxuto.
Vale destacar que, desde 2021, uma resolução do Contran proíbe a troca de faróis halógenos pelos de LED, que ficam restritos a veículos que já saiam de fábrica com esse componente. Mas já existem muitos carros nacionais que se enquadram nesse perfil, como Toyota Corolla, Jeep Renegade e Fiat Toro, entre outros.
O Start/Stop é um sistema prático, que automatiza o desligamento e a partida do carro em situações específicas. Funciona assim: quando o motorista para em um semáforo ou no trânsito, o motor é desligado automaticamente. E assim que o motorista tira o pé do freio e/ou os pedais da embreagem ou do acelerador são pressionados, o motor é ligado novamente.
Mas o que esse sistema traz de benefícios na prática? É simples. Além de economizar combustível, promove uma redução de aproximadamente 15% na emissão de dióxido de carbono, o CO2. Ou seja, natureza e os donos dos carros agradecem!
No mercado nacional, o start/stop está presente em diversos modelos. Entre eles, Renault Logan Zen 1.6, Jeep Renegade STD 1.8 e Hyundai HB20X Diamond Plus 1.6.
Que a reciclagem é uma das aliadas do meio ambiente, não há dúvidas. Contudo, o Brasil ainda apresenta um número muito discreto quando o assunto é reciclagem de carcaças de automóveis. Segundo um estudo feito pelo Sindicato de Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Sindinesfa) em 2019, apenas 1,5% de carcaças e peças sem uso retornam à indústria automotiva.
Mas quem são os campeões nesse quesito? Bem, a resposta não é das mais difíceis: os países desenvolvidos. Nos Estados Unidos e no Japão, a reciclagem de carcaças é superior a 80%. Já nos nórdicos Dinamarca, Suécia e Noruega, o índice é de (pasme!) 100%.
Aliás, um projeto emblemático nesse sentido é o projeto BMW iVision Circular, cuja produção pretende alcançar 100% de materiais reciclados. Ao final de seu ciclo vital, o simpático e futurista compacto poderá ser totalmente reciclado.
A previsão de chegada do primeiro carro totalmente reciclado da BMW ainda está bem distante: só em 2040. No entanto, a próxima geração dos carros da marca da Baviera já deverá ter 50% de itens reciclados. Atualmente, o índice é de aproximadamente 30%.
Essa é uma tecnologia bastante presente nos carros elétricos e híbridos atuais. Nela, a frenagem regenerativa recupera parte da energia cinética das frenagens - que de outra forma se transformaria apenas em calor - e a converte em eletricidade.
Neste sistema, o motor aciona as rodas durante a aceleração ou cruzeiro, e as rodas acionam o motor durante a desaceleração, seja por meio do acionamento do freio ou apenas ao aliviar o pé do acelerador.
Esse fluxo de energia bidirecional faz com que o motor atue como gerador, resistindo à rotação das rodas e gerando eletricidade para recarregar a bateria do veículo.
Estima-se que a energia cinética recuperada em alguns modelos seja superior a 70%, resultando em uma economia energética de 10% a 25%.
Por tudo que vimos aqui, não há dúvidas de que automóveis e meio ambiente poderão, em um futuro breve, conviver em completa harmonia!