Não é segredo que, ao longo do último ano, os preços dos combustíveis sofreram diversos reajustes – apenas a gasolina subiu 46% nos postos, de acordo com a Agencia Nacional do Petróleo (ANP). E, em meio a esse cenário, é cada vez mais comum casos de pessoas que deixam o carro parado na garagem para usar o transporte público e demais alternativas à locomoção no dia a dia.
Mas se por um lado essa atitude tende, de fato, a render alguma economia, por outro pode trazer certas dores de cabeça. Afinal, a falta de uso compromete a durabilidade de alguns itens do veículo. Pensando nisso, o WM1 dá algumas dicas de como mitigar esses problemas e evitar surpresas quando for usar o carro novamente.
Pelo menos de vez em quando é preciso levar o carro para "dar uma volta". Isso é importante por muitos motivos - movimentar as peças móveis, manter sistemas lubrificados etc -, mas principalmente para manter a bateria carregada. Afinal, rastreadores, alarmes e outros dispositivos continuam a consumir energia mesmo com o carro desligado. A central de injeção também segue ligada, em “stand by”. Diante disso, a melhor alternativa é levar seu amigo de quatro rodas para um passeio, pois isso vai garantir que a bateria seja recarregada pelo alternador.
Obviamente os pneus seguem suportando o peso do carro mesmo quando ele está parado na garagem. E pior: sem rodar e, por tabela, sem sofrer as naturais variações de calor e pressão. Assim, podem deformar, rachar, trincar nas laterais e ressecar. Depois, se forem usados nessas condições precárias, podem afetar a direção do carro e até estourar - oferecendo risco de acidentes. Nesse sentido, a recomendação é verificar semanalmente a pressão, calibrando de acordo com a necessidade. Se o carro efetivamente for ficar parado durante meses, aí outras medidas são necessárias: apoiá-lo sobre cavaletes, esvaziar o tanque de combustível e desligar a bateria.
Você sabia que os combustíveis também possuem prazo de validade? O da gasolina é de aproximadamente três meses (comum) ou seis meses (premium); o do etanol, um ano. Logo, combustível no tanque por um período superior a esses se deteriora e cria impurezas capazes de sujar e entupir linhas e filtro de combustível. Sendo assim, uma dica é abastecer o carro com alguma frequência, mas com poucos litros e com combustíveis de boa qualidade.
O tanquinho é um reservatório de gasolina próximo ao motor, presente em diversos carros flex no Brasil. O combustível que vali ali é usado nas partidas a frio quando a temperatura ambiente está abaixo dos 15ºC, porque o etanol possui aproximadamente 30% menos poder calorífico que a gasolina – ou seja libera menos energia durante a sua oxidação. Por ser um componente que muitas vezes passa despercebido pelos proprietários dos carros, é preciso redobrar a atenção em relação ao tempo em que a gasolina está nesse tanquinho. Caso permaneça além do prazo de validade, pode causar diversos problemas, como ressecamento de peças. Uma boa dica é abastecê-lo com gasolina premium, que dura duas vezes mais que a da comum, conforme mencionamos no item acima. Como o tanquinho é pequeno (dois litros, em diversos modelos), ol gasto não será muito maior por se usar a premium no lugar da comum.
Esse é um item que costuma ser esquecido não apenas quando o carro fica parado na garagem por muito tempo, mas também nas temporadas mais frias. E o resultado dessa negligência vai desde odor desagradável quando acionado (por conta do acúmulo de mofo) até o ressecamento da mangueira e de outros componentes. Mas a solução para esse problema é bastante simples: basta reservar de 15 a 20 minutos semanais para deixar o ar-condicionado ligado.
Ao deixar o carro mais parado do que em atividade, é natural que percamos um pouco do "timing" quanto à vida útil de alguns elementos. E um deles é o óleo de motor. Sua troca é feita por quilometragem ou por tempo - e no caso do carro parado, obviamente atendendo a esse segundo critério, em períodos de seis a 12 meses – dependendo do tipo de óleo, do motor e do carro. Aproveite e troque também o filtro de óleo, que pode acumular resíduos excessivos pelo tempo parado.
Temos aqui uma lógica parecida com a do óleo: ao ficar sem uso durante muito tempo, o liquido de arrefecimento sofre a ação do tempo. Então, ao retomar o uso do veículo, verifique atentamente o nível, a coloração e a presença de impurezas (inclusive de resíduos na cor marrom, que podem indicar restos de ferrugem). Isso tudo pode ser visto no reservatório de expansão do radiador - logicamente com o motor desligado e em uma superfície plana.
Mesmo que o carro esteja longe dos desgastes e da sujeira da rua, deve ser submetido a uma rotina de higienizações interna e externa. Além de aumentar o conforto de motorista e passageiros quando estiverem a bordo do veículo, essa limpeza auxilia na manutenção da estética do carro. Por exemplo, cobrir o carro com uma capa automotiva de boa qualidade ou retirar o orvalho da lataria são medidas que ajudam a evitar o "efeito lupa", que ocorre quando o veículo é exposto ao sol – e que estraga a pintura do automóvel.