A Fórmula 1 não é apenas o maior esporte automobilístico do mundo. A competição também funciona como um laboratório de desenvolvimento de novas tecnologias - quase como um período luxuoso de testes -, que nascem nos carros de corrida e, se aprovadas, terminam em veículos de rua. Mas quais tecnologias de carros que nasceram na F1?
Abaixo, vamos listar cinco exemplos que hoje estão presentes em carros de passeio vendidos para o público. Lembrou de algum outro? Você já sabe: deixe no campo de comentários.
Um carro de rua tradicional costuma usar o mesmo conceito de frenagem que o da Fórmula 1 - basicamente, um disco que, pressionado por uma pastilha, reduz a velocidade das rodas. A diferença é que na F1 os discos são feitos de carbono, material que trabalha melhor em altas temperaturas, enquanto em carros tradicionais são de aço.
Atualmente, discos de fibra de carbono ainda são caros para carros populares, mas é possível notar que aos poucos já se espalham pelo portfólio de alguns modelos esportivos de luxo, em compostos de carbono-cerâmica. Além disso, o sistema ABS, que evita o travamento das rodas, também veio das pistas.
O sistema de transmissão automatizada de dupla embreagem foi criado na F1 para que os pilotos pudessem trocar as marchas sem o delay de um câmbio automático comum - e também sem a necessidade de pisar em um terceiro pedal, como é o caso das trocas manuais.
Foi dessa tecnologia das pistas que nasceu o câmbio de mesma classificação dos veículos de passeio: como diz o nome, há duas (ou até mais) embreagens, que funcionam de forma independente, cada uma responsável por determinadas marchas.
Com isso, as trocas podem ser feitas em milissegundos - e, acredite, tem superesportivo hoje em dia que tem caixa de transmissão tão rápida quanto a de um carro de F1.
Outra tecnologia nascida nas pistas e que hoje se faz presente na maioria dos automóveis de passeio, por segurança, é o controle de tração. Basicamente, trata-se de um dispositivo que evita que as rodas patinem durante a condução.
Gerenciado por um processador central do carro, o TCS é um sistema eletrônico que tem como principal objetivo monitorar a aderência dos pneus.
Outra tecnologia nascida nas pistas e que hoje vemos em diversos automóveis são os volantes multifuncionais. Nos carros de pista, eles servem para controlar ajustes do carro, trocar as marchas e para comandar o rádio que faz a comunicação com a equipe, entre outras funções.
Já em modelos de rua, os volantes multifunção podem coordenar centrais multimídia, ajustar o sistema de som, comandar funções do piloto automático (que atualmente oferece até modos de condução semi-autônomos) e também fazer as trocas de marcha por borboletas atrás do aro.
Nesse caso, vamos abrir uma exceção e explicar que os retrovisores surgiram na Fórmula Indy - lá em seu primeiro ano de competições, em 1911 - e não na F1. Você não leu errado. O espelho retrovisor também surgiu em competições. Não é o equipamento mais tecnológico de nossa lista, mas certamente é o mais comum, já que hoje se faz presente em todos os carros de passeio.
Naquela época, os pilotos utilizavam os espelhos para identificar rivais que se aproximavam durante as provas - para justamente utilizar técnicas de bloqueio e não serem ultrapassados. Desde então, o item se tornou ferramenta de segurança básica e inestimável para milhões de motoristas.