Citroën Basalt Shine: primeiras impressões

O novato da marca francesa é o SUV mais barato do mercado brasileiro. Mas os seus encantos vão além do preço baixo

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Evandro Enoshita
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Quem não se lembra de modelos como o C3 "bolinha" ou a minivan Xsara Picasso? Pois esses modelos são resquícios de uma outra era da Citroën. Com o lançamento do C3 de terceira geração, em 2022, a marca entrou em uma fase de produtos mais populares e voltados para mercados em desenvolvimento. Posto isso, acaba de chegar por aqui o Basalt.

O SUV-cupê é o terceiro e último membro da família C-Cubed, que além do hatch C3 inclui também o SUV Aircross. Em comum, os três automóveis compartilham a plataforma CMP e a proposta de serem carros robustos e confortáveis, mas ao mesmo tempo bem acessíveis.

E bota acessível nisso. Custando entre R$ 89.990 e R$ 107.390, o Basalt roubou do Fiat Pulse o posto de SUV mais barato do Brasil. Mas o preço baixo não é o único fator de atração desse SUV-cupê da Citroën. Saiba mais nas linhas a seguir.

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    O Citroën Basalt é maior que o SUV de sete lugares Aircross
    Crédito: Divulgação
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    Citroën Basalt Shine

    Grande e barato

    O Basalt não chega a ter a beleza dos primos argentinos Peugeot 208 e 2008. Mas ouso dizer que é mais bonito que os irmãos C3 e Aircross. A carroceria alta dos C-Cubed caiu bem para o modelo, que tem linhas mais inspiradas que as do restante da família.

    Nesse primeiro contato com o Basalt, só pudemos conhecer de perto a versão Shine, que é a mais completa do modelo e sai por R$ 104.990. Topo de linha, mas não a mais cara. É que a Citroën criou uma série especial de lançamento, chamada First Edition, que sai por R$ 107.390 e é, basicamente, um Basalt Shine com elementos estéticos exclusivos e pintura em dois tons.

    Mesmo nessa versão Shine, o Basalt é R$ 15 mil mais barato que Fiat Fastback e VW Nivus
    Crédito: Divulgação
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    Mesmo assim, são preços bem baixos para um carro do segmento. O Fiat Fastback, até então o SUV-cupê mais barato dessas bandas, parte de R$ 119.990. Mesmo valor, aliás, de outro concorrente: o Volkswagen Nivus Sense.

    E o Basalt não é um carro pequeno: tem 4,34 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,59 m de altura e 2,65 m de entre-eixos. É o maior dos três modelos da linha C-Cubed. Apesar do entre-eixos ligeiramente mais longo do Aircross (2,68 m), o Basalt é 2 cm mais comprido.

    São dimensões bem generosas para um SUV-cupê compacto. Só para comparação, o Volkswagen Nivus tem 4,27 m de comprimento, enquanto o "grandalhão" Fiat Fastback mede 4,43 m.

    Além da lista de equipamentos mais recheada que as das versões mais baratas, o Basalt Shine tem ainda alguns diferenciais estéticos, como os apliques na cor cinza nos para-choques e as rodas de 16 polegadas com o mesmo desenho do restante da linha, porém com acabamento diamantado.

    Como é o Basalt Shine por dentro?

    Por dentro, o Basalt é praticamente um espelho dos irmãos C3 e Aircross. Diferentemente do carro produzido na Índia, que ficou mais sofisticado, o SUV-cupê feito em Porto Real (RJ) aproveita praticamente todo o interior dos outros C-Cubed brasileiros.

    Isso é parte da mágica feita pela Citroën para manter o carro barato. O acabamento do Basalt é bastante simples mesmo para os padrões dos compactos brasileiros. Não há apliques de tecido ou materiais macios ao toque nem mesmo nas laterais de porta.

      O painel é o mesmo usado em outros modelos da família C-Cubed
      Crédito: Divulgação
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      Outras economias são a ausência da regulagem de altura do cinto de segurança e também a coluna de direção regulável apenas em altura. E é daquele tipo em que o volante cai no seu colo quando você solta a trava da coluna de direção.

      O Basalt é um carro feito para agradar aos que curtem uma posição de guiar alta. O banco do motorista - com revestimento em couro - até tem regulagem de altura, mas que permite variar o acerto entre as opções alta e muita alta.

      Apesar do acabamento simples, o Basalt é um carro espaçoso e confortável
      Crédito: Divulgação
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      Mesmo assim - e se você tiver menos de 1,70 m - quase não dá para reclamar da ergonomia. O painel digital, configurável e com tela colorida, é de fácil visualização e a multimídia com tela de 10 polegadas é simples, porém muito intuitiva. E boa parte dos comandos está bem posicionada.

      As exceções são os botões dos vidros traseiros, que ficam no console central. Como no C3 e no Aircross. E o interruptor do controlador automático de velocidade, posicionado no lado esquerdo do painel, numa área que parece reservada a comandos aleatórios.

        A multimídia com tela de dez polegadas é simples, mas fácil de usar e com espelhamento sem fio
        Crédito: Divulgação
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        Explico: no mesmo espaço estão os comandos dos retrovisores externos, do bloqueio dos vidros elétricos traseiros, da trava das portas e do modo Sport do câmbio. Funções relacionadas. Só que não.

        Por outro lado, o Basalt tem uma cabine bastante espaçosa. O espaço para a cabeça surpreende para um SUV-cupê, assim como a área para os joelhos no banco traseiro. Dá para levar quatro adultos com conforto. Já um quinto passageiro vai sofrer, pois o formato do túnel central exige que o (azarado) passageiro do meio do banco traseiro fique com as pernas bem abertas e os pés curvados.

        O porta-malas tem 490 litros de capacidade no padrão VDA, que simula uma condição de uso mais próxima do mundo real. É enorme, embora menor que o do Fastback (516 litros). Por outro lado, é mais cômodo de usar que o do carro da Fiat, pois tem piso mais plano.

        O porta-malas do Basalt é grande e tem piso plano
        Crédito: Divulgação
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        Mecânica do Basalt Shine

        O Basalt Shine é equipado com o motor 1.0 turbo flex de três cilindros, que desenvolve até 130 cv de potência e 20,4 kgf.m de torque a 1.750 rpm. Esse motor é combinado com um câmbio automático CVT com sete marchas simuladas.

        Com este motor, o Basalt acelera de zero a 100 km/h em 9,7 segundos e atinge 199 km/h de velocidade máxima. Bons números para um SUV compacto.

        Já o consumo fica na média do segmento. Com gasolina, o Basalt faz 13,7 km/l (estrada) e 9,6 km/l (cidade). É possível rodar até 644 quilômetros até esgotar o tanque de 47 litros.

        O Basalt tem freios a disco ventilados na dianteira e a tambor na traseira. A suspensão, que recebeu um acerto exclusivo para o modelo, é do tipo McPherson na dianteira e por eixo de torção na traseira.

        O motor 1.0 turbo é um dos pontos fortes do Basalt
        Crédito: Divulgação
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        Equipamentos do Basalt Shine

        O Basalt Shine sai de fábrica com painel digital de sete polegadas, vidros, travas e retrovisores elétricos, multimídia com tela de dez polegadas, bancos de couro, ar-condicionado automático digital, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 16 polegadas com acabamento diamantado, faróis de neblina, bancos de couro e skidplate dianteiro e traseiro.

        Uma lista correta para um carro que custa R$ 105 mil. Mas não faria mal se o modelo da Citroën fosse um pouco mais equipado. Os únicos itens tecnológicos e de segurança adicionais do Basalt - mesmo nessa versão topo de linha - são o controlador automático de velocidade e os airbags laterais.

        Outros itens já comuns entre os SUVs compactos, como os airbags de cortina e a chave presencial, não são oferecidos nem como opcionais para o modelo. O mesmo acontece com o pacote ADAS.

        As rodas de liga leve com acabamento diamantado são item de série apenas na versão Shine
        Crédito: Divulgação
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        Impressões do Basalt Shine

        Rodei cerca de 200 quilômetros com o Basalt, em um percurso que incluiu vias urbanas, rodovias e estradinhas de terra entre a capital paulista e a cidade de Itú, no interior de São Paulo.

        Já elogiei o motor 1.0 turbo e o câmbio CVT dos carros da Stellantis em outras ocasiões. Mas nunca é demais falar bem daquilo que é bem feito.

        Esse conjunto motriz - que também é usado nos modelos C3 e Aircross - é um dos pontos altos do Basalt. Tem excelente torque mesmo abaixo de 2.000 rpm e responde com muita agilidade ao comando no acelerador.

        O painel digital é configurável e tem tela colorida: bem melhor que o do C3
        Crédito: Divulgação
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        Você nem sente falta de acionar o modo Sport do câmbio. Acho que até mesmo a Citroën se esqueceu dele, já que a única sinalização de que ele está ativado é uma luzinha no próprio botão, posicionado no painel, à esquerda do motorista e ao lado do interruptor de bloqueio dos vidros traseiros.

        Ajuda nessa sensação de agilidade o fato de o Basalt ser um carro relativamente leve: 1.191 quilos nessa versão Shine. Justamente por sobrar, o motor trabalha a maior parte do tempo girando abaixo de 2.500 rpm, o que contribui bastante para o silêncio a bordo.

        O Citroën Basalt tem acerto mais voltado para o conforto
        Crédito: Divulgação
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        Até porque o isolamento acústico do Basalt está longe de ter o capricho de carros mais caros e sofisticados. E isso fica claro em velocidades acima de 110 km/h, quando é possível ouvir um ruído de vento vindo da região dos retrovisores externos. é um barulho "herdado" do Aircross.

        Falando agora do ajuste de suspensão e direção, fica bem claro que a prioridade da Citroën foi o conforto em rodagem. A direção é bastante leve mesmo em altas velocidades e a suspensão é bem macia. Na estrada, o Basalt oscila mesmo ao passar por ondulações leves. Não é algo muito agradável, mas está longe de transmitir insegurança.

        Esse acerto é mais adequado no uso urbano e principalmente em pisos irregulares, onde o conjunto filtra muito bem as imperfeições do piso. No final das contas, é um acerto que lembra bem mais os Fiat que os carros franceses.

        Com comando automático, o ar-condicionado é eficiente para gelar rápido a cabine
        Crédito: Divulgação
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        Vale a pena comprar o Basalt?

        Sem dúvidas, o preço é o grande fator de atração do Basalt. A estratégia da Citroën foi tão bem feita que, mesmo nessa versão topo de linha, o SUV-cupê tem um ótimo custo-benefício.

        Mas o preço não é o único ponto positivo do Basalt. Espaçoso para passageiros e bagagem e com um motor potente, o SUV-cupê é uma opção interessante de carro familiar acessível.

        Eu gostaria de um acerto esportivo, mais próximo ao do Peugeot 208, nesse carro aqui. Mas tenho certeza de que um ajuste mais voltado para o conforto agrada a muita gente.

        O que me incomoda mais são o acabamento simples e os deslizes de ergonomia, além da ausência dos airbags de cortina e de um pacote de auxílios tecnológicos de condução. Pelo preço, eu consigo perdoar. Mas vai ter gente torcendo o nariz.

        Com motor potente e ótimo espaço interno, o Basalt é uma opção acessível de carro familiar
        Crédito: Divulgação
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