Como é dirigir pela primeira vez um VW ID.4?

O raro SUV é a porta de entrada da Volkswagen para o mundo eletrificado. Confira nossa experiência pelas ruas do Rio

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Lucas Cardoso
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A convivência com carros elétricos é sempre uma caixinha de surpresas, mas alguns modelos amplificam essa sensação. É o caso do Volkswagen ID.4, modelo que tive a oportunidade de dirigir durante um evento da marca no Rio.

Foram alguns quilômetros, e no percurso pude perceber muitas das suas qualidades, como o desempenho do motor e a qualidade do acabamento, e também me surpreender com outras características.

Nessa ação da Volkswagen, aliás, também tivemos a chance de conhecer de perto outros modelos, como o novo Polo Rock In Rio, cuja avaliação publicaremos em breve. Então, vamos ao ID.4.

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Volkswagen Id.4 Destaque
O SUV elétrico da Volkswagen tem detalhes em tom metálico nos para-choques e no teto
Crédito: Lucas Cardoso/WM1
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Acabamento interno de qualidade

Como ainda não tinha tido experiência com elétricos da Volkswagen, a escolha pelo SUV responsável por iniciar a "era dos IDs" no Brasil foi fácil. Chave na mão, toco na maçaneta e o carro já destrava. Entrei na cabine, o ar-condicionado liga automaticamente e o banco se ajusta sozinho. Boas credenciais.

Pé no freio, ligo o carro e, como esperado em um elétrico, tudo é silêncio. Sem ruídos de motor ou trepidações. A mansidão permite avaliar o acabamento interno mais elaborado do ID.4 que o dos primos a combustão. O painel em dois níveis tem uma espécie de couro em tom caramelo e partes em tom mais claro - mesma cor que aparece no volante em couro.

O toque nesses revestimentos é agradável, passando uma sensação de material de qualidade. Mesma impressão sentida no acabamento macio dos ombros de porta. O couro caramelo também está no apoio de braço dos painéis de porta e em partes do revestimento dos bancos.

Essa combinação de cores da cabine não seria a minha escolha caso levasse um ID.4 para casa. Ainda assim, não dá para negar que a mescla dá um toque charmoso ao SUV. O plástico também está lá, mas menos evidente, como acontece em outros modelos da marca. A variação de texturas também ajuda nesse ponto.

Volkswagen Id.4 F1
O ID.4 tem 4,58 metros de comprimento e entre-eixos de 2,77 metros
Crédito: Lucas Cardoso/WM1
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Fase de adaptação

Passado a impressão inicial com o acabamento, o "choque", com o perdão da brincadeira, agora vem da adaptação ao câmbio do ID.4. Diferentemente das manoplas convencionais, o elétrico tem um botão seletor giratório fixado ao painel de instrumentos. Ambos estão presos à coluna de direção.

A posição é incomum, mas de fácil manuseio. Pé no freio, um giro para a frente no seletor e entra a posição drive. Um giro para trás e volta ao neutro, e mais um toque e acionamos a ré. Por fim, a opção park (estacionar) fica em um botão na extremidade da peça. Alguns testes, roda para cá, gira para lá, aperta aqui, e pronto, pegamos o jeito.

Pé no acelerador e logo nos primeiros metros já sentimos os 204 cv de potência e 30,5 kgf.m de torque gerados pelo motor elétrico do SUV. O ID.4 acelera com facilidade e responde quase que de forma imediata ao movimento do pedal direito.

Volkswagen Id.4 F7
O interior do ID.4 mescla várias cores. A multimídia poderia ser mais intuitiva
Crédito: Divulgação
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Desfile pela Zona Sul do Rio

Conduzimos o elétrico em um percurso de pouco mais de 30 quilômetros de ida e volta, entre Botafogo, Aterro do Flamengo e Ipanema. Nesse trajeto, foram superadas sem dificuldades situações habituais, como saídas de sinal, ultrapassagens e outras condições. A estabilidade do SUV, que pesa mais de duas toneladas, também me impressionou.

Outra percepção tirada desse percurso diz respeito ao conforto ao rodar. As suspensões com amortecedores eletrônicos proporcionam um rodar muito suave. O que, em partes, não costuma ser o padrão nos modelos da Volkswagen, onde o habitual é ter um feedback mais “firme” do sistema.

Volkswagen Id.4 F3
O acabamento interno do ID.4 tem revestimentos em couro e soft-touch
Crédito: Divulgação
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Conforto ao rodar

Nem as enormes rodas com aros de 21 polegadas calçadas com pneus de perfil baixo, algo que costuma impactar no conforto, foram capazes de atrapalhar a sensação de suavidade no rodar do elétrico. Ainda falando da condução, o SUV da VW também surpreendeu nesse primeiro contato pelo isolamento acústico e pela precisão da direção elétrica.

Os poucos quilômetros percorridos também me deixaram surpresos com os freios do ID.4. Em algumas situações, foi preciso pisar fundo no pedal para conseguir parar o SUV. Nesse aspecto, o modelo não me transmitiu tanta segurança.

Ainda bem que estão a bordo uma série de sistemas de direção semiautônomos capazes de antecipar as situações de colisão. Da lista de funções, a única que consegui testar mesmo foi a assistência de condução em faixa, que te mantém dentro das linhas por 10 segundos antes de desarmar.

Também não avaliamos a autonomia do elétrico - que, segundo o Inmetro, é de 370 quilômetros. Para fins de comparação, os 30 quilômetros percorridos no curto tempo de condução consumiram cerca de 9% da bateria do elétrico. Se fizermos uma média, falamos de um consumo dentro do estipulado pelo programa de etiquetagem.

Volkswagen Id.4 F4
O seletor do câmbio fica em um apêndice da tela do computador de bordo
Crédito: Divulgação
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Fácil de se encaixar

A ergonomia ao volante é outro elemento elogiável no ID.4. Os bancos dianteiros têm ajustes elétricos dos mais variados, inclusive de inclinação da ponta do assento, o que evita aquele aperto na parte posterior da coxa comum em alguns carros. A posição dos comandos, do painel de instrumentos e da central multimídia também é muito amigável para o motorista.

O que não é amigável é o comando dos vidros. Quebrei a cabeça para aprender a fazer o que imaginava ser básico. Parte do “problema” vem do fato do modelo só ter dois botões de sobe e desce para o motorista, sendo necessário tocar em um botão touch para controlar os vidros traseiros. Custava muito ter os quatro botões?

Apesar de visualmente ser bonito, a falta dos botões nos comandos do sistema de ar-condicionado também não me agradou tanto.

A central multimídia de 10 polegadas do ID.4 tem tela com ótima resolução e layout minimalista, mas nesse curto espaço de tempo de uso não me pareceu tão intuitiva. Algo que certamente se resolve na experiência diária com o carro.

As rodas do ID.4 Pro são de 21 polegadas e estão calçadas com pneus de perfil fino
Crédito: Divulgação
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Espaço interno de respeito

Só andei na primeira fileira de assentos do ID.4, mas ouvi dos meus colegas de teste que o espaço era satisfatório no banco traseiro. Estávamos em quatro pessoas, todas com alturas entre 1,70 m e 1,90 m, e ninguém falou de aperto. Vale mencionar que o SUV tem 4,58 metros de comprimento e 2,77 m de entre-eixos. A sensação de amplitude do espaço interno é reforçada pelo teto solar panorâmico.

O elétrico tem saída de ar-condicionado exclusiva para os ocupantes de trás e duas portas USB-C para carregamento do celular.

Vale a pena ou não?

De maneira geral, posso dizer que me surpreendi com a experiência ao volante no ID.4. É claro que alguns aspectos demandaram um pouco de paciência, mas ainda assim a condução agradável supera esses pequenos percalços. Se fosse vendido normalmente (só está disponível para aluguel) e com preço competitivo, o modelo seria, sem dúvida, uma boa opção no segmento de elétricos.

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