Os carros chineses ultrapassaram o rótulo de cópias. Embora elas ainda existam, conforme observamos no Salão de Xangai, são raras. O padrão do mercado como um todo evoluiu, mas algumas montadoras estão destacando-se e viraram referência para as demais. Changan, Great Wall e Roewe subiram de patamar e viraram referência dentro da China.
De acordo com o vice-presidente do Lifan Group, Shen Haojie, estas fabricantes estão posicionadas no que ele considera o terceiro nível de qualidade mundial. Isso quer dizer que estas marcas produzem veículos com a mesma qualidade das coreanas. Segundo o executivo, o segundo nível seria ocupado pelas montadoras norte-americanas, francesas e britânicas, enquanto os modelos superiores são feitos pelas marcas alemãs e japonesas.
A estimativa de Haojie é de que a Lifan faça parte do grupo de elite em oito anos. Mas já em 2019, com o lançamento da primeira plataforma modular da marca (ainda sem nome definido), ela consiga equipar-se a Hyundai e Kia. O representante desta evolução será um SUV que tem nome de projeto chamado de AS161. O WM1 teve acesso às imagens do projeto, mas não pode divulga-las.
A impressão é de que o modelo teve design inspirado no Maserati Levante, mas a referência de todo o carro, segundo Haojie, está nos modelos da Roewe. A fabricante desenvolve apenas produtos de luxo e foi criada em 2005. Ela pertence a SAIC, uma estatal sediada em Xangai. Ela é uma das maiores montadoras da China e faz parceria com diversas marcas como Volkswagen e General Motors.
O maior lançamento da marca no Salão foi o sedã ei6, um híbrido com autonomia de até 705 quilômetros com bateria e tanque totalmente abastecidos. O motor 1.6 turbo aliado ao elétrico pode entregar 231 cv e 63,4 kgf.m de torque máximo.
Também foi destaque do estande da Roewe o conceito Vision-E, previsto para ganhar forma para as ruas em 2018. O interior abriga uma grande tela de 14 polegadas para gerenciamento do sistema de entretenimento e tem acesso à internet. Mas o protótipo também tem foco na esportividade e abriga dois motores elétricos com capacidade para leva-lo de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos.
Outro conceito de destaque foi apresentado pela Haval, montadora que produz exclusivamente SUVs, uma paixão na China. O HB-03 Hybrid é um SUV cupê que serve mais para ditar as linhas de design dos futuros utilitários esportivos da marca. O destaque é o conjunto entre a grade hexagonal e os faróis de formato fino.
A Haval pertence a Great Wall, uma empresa estatal controlada pelo Ministério da Indústria Aeroespacial e pela CASC, companhia que presta serviços desta seara para o governo. A fabricante é a líder do mercado chinês.
Outra marca que virou referência dos chineses não é estranha aos brasileiros. A Changan entrou no País em 2006 ainda com o nome de Chana e concentra suas operações em comerciais leves por meio de uma representante.
O maior lançamento no Salão de Xangai 2017 foi o SUV CS55. Considerado intermediário na gama da fabricante na China, ele tem 4,50 metros de comprimento, sendo que 2,65 m ficam reservados para o entre-eixos. O motor é um 1.5 turbo de 156 cv.
Entre os itens de destaque há teto-solar panorâmico, bancos com aquecimento, auxiliar de estacionamento automático e até ACC (piloto automático adaptativo).
Viagem à China a convite da Lifan Motors do Brasil