Corolla. Um dos nomes mais conceituados da indústria automotiva mundial escreve um novo capítulo de sua história. Chegou ao mercado o Corolla Cross, primeiro SUV produzido pela Toyota no Brasil. Feito em Sorocaba (SP), está disponível em quatro versões a partir de R$ 139.990.
O utilitário esportivo tem a missão de recuperar consumidores que já tiveram carros da Toyota, mas que foram seduzidos por SUVs de marcas concorrentes. Para alcançar o objetivo, repete a receita mecânica do sedã e está disponível com motor 2.0 flex, além de uma opção híbrida, que alia o experiente 1.8 flex a uma propulsão elétrica. O WM1 rodou com o modelo na pista de testes da planta sorocabana.
Antes de detalhar o comportamento dinâmico do modelo, vamos conhecer cada uma das versões e seus equipamentos.
7 airbags, rodas de 17”, ar-condicionado digital, sensor de estacionamento traseiro, raque de teto, faróis de neblina em LED, bancos de tecido, computador de bordo digital em TFT com tela de 4,2”, central multimídia, alarme, retrovisores com rebatimento elétrico e saída de ventilação traseira com USB. Preço: R$ 139.990
Além dos itens da versão XR, traz rodas de 18”, bancos em couro, chave presencial, botão de partida, controle de cruzeiro, aletas para mudança de marcha, faróis em LED e limpador de para-brisas com sensor de chuva. Preço: R$ 149.990
Itens da versão, alerta de ponto cego, alerta de tráfego traseiro, frenagem de emergência, assistente de pré-colisão (que detecta a presença de pedestres e ciclistas), farol alto automático, sensor de estacionamento dianteiro e moldura cromada nas janelas. Preço: R$ 172.990
Equipamentos da versão anterior, além de ar-condicionado de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, teto solar, computador de bordo com tela de TFT de 7”, interior bege e rodas de 18” com design exclusivo. Preço: R$ 179.990
Como já é de praxe em diversos lançamentos do mercado brasileiro, o Toyota Corolla Cross oferece uma versão especial de lançamento. Limitada a 1.200 unidades, é chamada de Special Edition. Traz como diferenciais carregador de celular por indução, bandeja para o porta-malas, além de soleiras e estribos. Preço: 183.980
Também há oferta de 37 acessórios, além de serviço de blindagem certificada.
A estimativa da marca japonesa é de que o Toyota Corolla Cross XRE 2.0 responda por 65% do mix de vendas, enquanto o XRV Hybrid fique com 25%. XR 2.0 e XRV Hybrid ficam, cada um, com 5% dos modelos comercializados, na previsão da Toyota.
Visualmente, o SUV tem pegada robusta. Os elementos são parrudos para transmitir a sensação de força. Embora o termo cross seja associado a veículos off-road, essa não é a praia do Corolla. O modelo tem estilo urbano e moderno, muito em função do conjunto ótico espichado e de recorte ousado.
A impressão, porém, é de que a parte frontal tem mais presença do que a traseira, que tem poucos elementos chamativos.
Por dentro, o ambiente é muito semelhante ao da variante sedã do Corolla. Há sensação de bastante espaço e conforto. As peças são de boa qualidade ao toque e as telas correspondentes a painel de instrumentos e central multimídia melhoraram muito, em se tratando da gama Toyota.
É possível ver diversas informações sobre a viagem no cluster, enquanto a central pode ser pareada com Android Auto e Apple CarPlay.
Em relação ao espaço para os passageiros traseiros, a menção ao Corolla sedã continua. O SUV tem praticamente as mesmas medidas da carroceria de três volumes. O comprimento é de 4,46 metros (idêntico ao do rival Volkswagen Taos, que já teve uma pré-apresentação, mas ainda está para ser lançado).
Já o entre-eixos é de 2,64 m, enquanto a altura é de 1,62 m. O espaço é suficiente para viajar numa boa até porque o túnel central é baixo.
Ainda sobre as dimensões, o porta-malas tem 440 litros. É um pouco menor do que o Corolla Cross vendido no exterior por conta do estepe. Lá fora, há um sistema de reparo rápido que dispensa o pneu reserva.
Para encerrar a sequência de menções ao sedã, hora de falar sobre a dinâmica do Corolla Cross. Como dito antes, há duas opções de conjunto mecânico. Mas o câmbio automático CVT é comum a ambas - simula 10 velocidades e pode ser gerenciado manualmente por aletas (a partir da versão XRE).
Então, dá para dizer que guiar o Corolla Cross seria como dirigir o Corolla Sedan, só que em uma posição mais alta? É quase isso. Tanto o motor 2.0 flex de 177 cv, quanto o conjunto híbrido de 122 cv cumprem com a tarefa de proporcionar um rodar linear e confortável. Embora seja alto, o SUV oferece suspensão muito competente em relação à estabilidade e firmeza.
Nenhum dos motores, no entanto, promove diversão. O foco é em uma viagem amena com a família e o objetivo é cumprido. O único incômodo mais proeminente é sonoro. O ronco alto do motor se faz presente em retomadas e acelerações bruscas, o que é característica de carros com câmbio CVT.
O fato é que a opção 2.0 é um pouco mais ligeira pela boa entrega de potência, enquanto o híbrido concentra-se no consumo de combustível que salta aos olhos. Com tanque cheio, a autonomia do SUV é superior a 900 quilômetros. Com gasolina, na cidade, o desempenho é de 17 km/l, segundo o Inmetro. Com o mesmo combustível, na estrada, a relação é de 13,9 km/l.
Se em termos de eficiência energética o Corolla Cross sobra em relação à concorrência pelo sistema híbrido, quando o assunto é desempenho, o modelo fica para trás. Os principais concorrentes usarão motores turbo. É o caso de Jeep Compass e Volkswagen Taos.
O líder de vendas no segmento de SUV médios vai abandonar o motor 2.0 aspirado de 166 cv para utilizar o 1.3 turbo, que pode render 186 cv e torque superior aos 28 kgf.m. Já o novato da Volks carrega o famoso motor 1.4 de 150 cv e 25,5 kgf.m.
Isso quer dizer que o Corolla Cross continuará competitivo em termos de potência, com 177 cv no caso da opção 2.0 flex, mas ficará atrás em termos de torque, uma vez que entrega 21,4 kgf.m.
De qualquer forma, a Toyota alega que o conjunto mecânico do Corolla é bem avaliado pelos clientes, especialmente por ter baixo custo de manutenção, além de boa relação de consumo de combustível.