Na coluna deste mês vamos falar sobre a decisão da Dodge de eletrificar os seus atuais muscle cars - na verdade falamos de apenas de um, o Challenger, já que o Charger é mais sedã do que muscle, embora também seja classificado dessa maneira por muita gente pela história do esportivo ao longo de mais de 50 anos. Gostou? Não curtiu? Deixe sua opinião no campo de comentários!
"Muscle Culture" é a coluna de André Deliberato (@andredeliberato no Twitter e no Instagram) no WM1, portal de notícias da Webmotors, que traz curiosidades, notícias e informações sobre uma das mais tradicionais filosofias de carro norte-americanas dos anos 1960 e 1970, mundialmente conhecida e representada pelos muscle cars.
Já é fato que os muscle cars que ainda existem - e aqui falamos de Dodge Challenger, Chevrolet Camaro e Ford Mustang, embora algumas publicações também considerem o Dodge Charger - já têm data marcada para deixarem de existir. Afinal, não foi possível encontrar uma solução para os "beberrões" motores V8 até agora e as novas leis de emissões estreiam nos próximos anos.
Mas a Dodge vê futuro para seus modelos. E a solução é reinventá-los, de modo que a dupla possa entrar de vez na era dos carros elétricos. Amantes mais puristas, como eu, devem se contorcer ao ouvir algo do tipo - acredite, já ouvi de um amigo a expressão "Mas o quê? Um Challenger elétrico?" -, mas essa deve ser a tendência para que os carros consigam acompanhar as novas leis ambientais.
Matt McAlear, chefe de operações e vendas da marca, é o executivo mais otimista da empresa em relação ao futuro dos muscle cars. Em entrevista ao site Muscle Car & Trucks, ele garantiu que a ideia é preservar a história da dupla, embora não tenha dito a partir de quando isso deverá começar a acontecer. Em suas palavras, agora é o momento de fazer a "despedida de solteiro" dos motores V8.
"Ainda não há uma data desenhada dizendo que não poderemos mais comprar um carro com motor Hemi com bloco de ferro, mas todos sabemos que isso está chegando e devemos aproveitar”. Ainda nas palavras do executivo, no entanto, os substitutos serão "mais emocionantes”.
A reinvenção de um muscle car não será tarefa fácil, até porque existe uma filosofia aplicada no conceito - para muitos fãs, se esse tipo de carro deixa de ter um motor V8 grandão lá na frente, automaticamente deixa de ser muscle. Mas para outros, é possível substituir o "V8tão" por um propulsor elétrico que consiga entregar muita - até mais - potência sem fugir da filosofia.
Antes de continuarmos, vamos lembrar o que um carro precisa para ser muscle car:
Muscle car [também chamado em alguns lugares de pony car] - é o conceito de "carro musculoso", na tradução direta do inglês - usado para definir uma categoria de carros esportivos com potência, tamanho e desempenho elevados, nascidos e fabricados originalmente entre os anos 1960 e 1970. Normalmente, ele é definido e representado por um cupê (carroceria com três volumes e duas portas), com motor V8, tração traseira e lugar para dois.
Isso posto, é fato que o Challenger eletrificado precisará seguir esse conceito, ainda que perca o V8 para um motor elétrico - ou para um sistema híbrido composto por um motor menor a combustão e um elétrico. Se isso for "aceito" (entre aspas, mesmo), a coisa fica mais simples, já que muitos elétricos de hoje têm potência ainda maior que os 808 cv do Challenger Hellcat - a mais forte de todas as versões - além do torque instantâneo, entre outras vantagens.
Outro ponto que também pode ser contornado, embora este já não seja tão necessário, é o ronco do motor. Para os puristas mais extremos, o ruído do V8 soa igual música, e por isso o possível Challenger elétrico teria que apelar a sistemas que simulem o barulho.
"Todo mundo sabe que a eletrificação está chegando e vamos reinventar o muscle car na Dodge", prometeu o executivo. Será?