A Ducati Diavel é uma das mais belas criações da fabricante italiana nas últimas décadas. Mostrada pela primeira vez no Salão de Milão de 2010, chegou às lojas em 2011 e desde então coleciona legiões de fãs. Agora, chega à linha 2023 completamente renovada - com visual bem modificado e motorização modernizada.
Esse novo motor tem quatro cilindros em V e substitui o V2 usado até hoje. Chamado de Granturismo, é derivado do Desmosedici Stradale usado por Panigale V4 e Streetfighter V4, e é o mesmo que atualmente move a Multistrada V4 S. O V4 de 1.158 cm³ rende 168 cv de potência e 12, 8 kgf.m de torque a 7.500 rpm.
São 10 cv a mais de potência e o mesmo torque do V2 anterior, que tinha 1.260 cm³. Porém, somado a isso, a adoção do novo motor ajudou a reduzir o peso da moto em 13 quilos (5 quilos no motor e 8 no resto da moto). Agora, são 223 quilos em ordem de marcha, contra 236 de antes - comparando com a Diavel 1.260 S. Ou seja, a relação peso/potência melhorou.
Além disso, o Granturismo tem um dispositivo que desliga o cilindro traseiro não apenas quando a moto está parada, mas também quando está rodando em velocidades muito baixas e com pouca carga. Isso ajuda a reduzir o consumo.
Mas se precisar acelerar, a resposta é braba: segundo a Ducati, a moto vai de zero a 100 km/h em menos de 3 segundos. A marca também diz que sua manutenção é a mais barata entre os motores similares no mundo, com intervalos de até 60 mil quilômetros (!).
No visual, a essência musculosa de uma típica power custom de alta cilindrada ainda está lá. Assim como várias outras características que sempre foram peculiares ao modelo, como a posição de pilotagem com pernas bem esticadas sobre comandos avançados e a rabeta curta e "suspensa".
Mas o design da moto sofreu muitas alterações. Em uma rápida comparação com o modelo antecessor - que ainda é vendido no Brasil, vemos um novo conjunto ótico frontal cuja forma de losango foi amenizada e que agora exibe luzes de rodagem diurnas, lanterna e faróis em LED.
Mais acima, uma nova carenagem pequenina vem pintada na cor da moto e parece uma boina sobre a lente. Outro detalhe bacana? Os piscas dianteiros estão instalados no guidom, junto aos manetes e logo à frente dos reservatórios de fluido de freio e embreagem. Se a Diavel já era linda, agora ficou arrebatadora.
Sim, toda a iluminação da moto é full-LED. E lá atrás a lanterna surge com novo layout: é composta por dezenas de LEDs, cujo acendimento vem em novo formato. Se antes eram duas barras verticais, agora parecem dois "cês", um de frente pro outro. Apertou o freio? Acendem dezenas de microlâmpadas. Gostamos!
A aparência geral da moto ficou mais "socada" e menos esticada. Há novas entradas de ar laterais bem grandes, novas abas laterais, spoiler sob o motor e tanque mais alto. As treliças laterais expostas do quadro, tradicional característica de motos da Ducati, não estão mais lá - assim como aconteceu com a mais recente geração na naked Monster.
Outra novidade é o escape quatro-um-quatro. As quatro saídas do motor se unem em um único tubo, mas lá na ponteira voltam a ser quatro - que, abraçadas por uma mesma capa, compõem um tremendo recurso estético para reforçar a vocação agressiva da moto.
As rodas de liga leve têm o mesmo belíssimo desenho da versão XDiavel da geração anterior - a diferença é que na antiga o layout aparecia só na traseira, e agora está nas duas. E o pneuzão traseiro? Com sua medida 240/45, pode não ser a melhor coisa do mundo para fazer curvas, mas dá mais musculatura à moto.
A pilotagem, aliás, deve ter ficado melhor: a Ducati informa que o guidom foi recuado em 2 cm em direção ao condutor. Como o banco está a apenas 79 cm do solo, a Diavel é uma moto grande que pessoas de qualquer estatura conseguem conduzir.
A parte eletrônica, como sempre, é um espetáculo à parte. Além de três modos de entrega de força, a moto tem quatro modos de pilotagem - sport, touring, urban e wet (para pisos molhados) -, que interferem não só na curva de potência como também na ação dos controles antiempinamento e de tração e do ABS.
A moto ainda tem cruise control, para facilitar a vida em longos trajetos, controle de largada, para os tracks days da vida, e quickshifter - aquele dispositivo que permite a troca das marchas sem uso de embreagem e sem aliviar o acelerador.
O piloto controla isso tudo pelo novo painel de instrumentos com tela de TFT colorida de 5 polegadas. E ainda pode parear seu smartphone ao painel, via Bluetooth, para atender chamadas, ditar mensagens de texto, ouvir música e usar o GPS via aplicativo próprio.
As vendas da nova Ducati Diavel V4 começarão em janeiro de 2023 na Europa e no mês seguinte nos Estados Unidos. Inicialmente a moto só será vendida nas cores vermelha ou preta. Os preços ainda não foram revelados. No Brasil, só deve chegar lá pelo meio de 2023. Até lá, continuam por aqui os atuais modelos Diavel S e XDiavel, ambos a R$ 132.990.