A Bugatti caminha para abandonar a motorização tradicional e compor toda sua gama de hipercarros com propulsores elétricos. O primeiro passo nessa direção deve ser feito por modelos híbridos plug-in.
Muito se especulou sobre o substituto do Chiron ser o primeiro modelo elétrico da marca, mas fontes dentro da empresa descartaram isso no início do ano. Em entrevista recente ao site AutoBlog, o diretor de design da Bugatti, Achim Anscheidt, reforçou que a novidade (ainda sem nome) terá um powertrain híbrido.
A expectativa é que a mecânica surpreenda os colecionadores milionários acostumados com os hipercarros da Bugatti. Para isso, a marca conta com o conhecimento de mercado e de produto da Rimac — fabricante croata de supercarros elétricos.
O diretor da marca não falou sobre a parte mecânica, mas é claro que a marca vai manter a proposta de modelos superpotentes. Nessa linha, podemos ver, por exemplo, uma combinação do motor W16 8.0, mesmo do Chiron, que rende até 1.600 cv, com uma, duas ou até mais unidades elétricas.
Isso faria o híbrido chegar até essa potência, caso não seja usada a versão quadriturbo do motor central, ou até superá-la, dependendo da capacidade dos propulsores movidos a eletricidade.
Vale lembrar que a Rimac já produziu baterias de alto desempenho para marcas como Koenigsegg, Aston Martin e Volkswagen.
No aspecto visual, é esperado que esse modelo mude um pouco o conceito da própria marca. Anscheidt explica que a ideia é trazer para o modelo uma linguagem de design mais enxuta e atlética, sem perder elementos mais tradicionais que o farão ser reconhecido de cara como um Bugatti.
- Em comparação com outros carros hiperesportivos, a Bugatti sempre criou seu próprio segmento soberano. Sempre foi um pouco diferente, nunca tentando ser um carro de corrida para a estrada (...). Isso não deve mudar de um dia para o outro. Não queremos nos tornar outra marca, mas estamos abrindo um novo capítulo de tecnologia que é um desafio e uma oportunidade - disse o diretor de design da marca.
Por dentro, o visual do modelo será atualizado, mas não deve ter telas sensíveis ao toque espalhadas pela cabine. Para o diretor de design, o uso das centrais multimídia de grande porte e dos clusters digitais podem envelhecer mal em um carro.
- Essa é a tendência de design de interiores da indústria automotiva, e não queremos questionar isso. No entanto, eu me pergunto: quem ainda tem um iPhone 3? Ninguém, e você provavelmente não quer mais ter um. Provavelmente não funciona. O que acontece com esses carros quando eles têm 20 ou 30 anos? Essas telas ainda funcionam? Alguém fez todas as atualizações? - questionou Anscheidt.
Segundo informações divulgadas anteriormente, a Bugatti já finalizou o projeto de design deste carro que iniciará a era da eletrificação. A proposta estaria, inclusive, sendo apresentada a clientes em potencial. Dito isto, é esperado que as primeiras unidades estejam disponíveis somente em 2027.
Até lá, a marca segue entregando unidades do Chiron, que ainda está em produção. Além dele, a Bugatti também se prepara para começar a produzir 99 unidades do seu lançamento mais recente, o Mistral, que encerra o ciclo de modelos movidos exclusivamente a combustão.