Exclusivo: aceleramos a nova Kawasaki Z 650 RS!

Modelo que chegará às lojas em agosto por R$ 47.530 tem belo visual retrô, condução confortável e desempenho convincente

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Roberto Dutra
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Em tempos de desenhos cada vez mais rebuscados, com linhas robóticas ou carenagens cheias de vincos e apêndices aerodinâmicos, uma "moto com cara de moto" é sempre bem-vinda para aqueles que curtem e buscam o design simples, clássico e/ou retrô. A Kawasaki Z 650 RS, apresentada pela marca japonesa durante o Festival Interlagos, há cerca de 15 dias, é uma novidade muito bem-vinda nessa seara.

O visual do modelo tem um toque purista, mas que busca encantar também a turma mais jovem com detalhes modernos e/ou práticos, e alguma tecnologia. Por um lado, exibe farol redondo, tanque gorduchinho e painel com dois relógios analógicos. Por outro, tem rodas de liga leve, rabeta proporcionalmente curta e arrebitada, luz de rodagem diurna (DRL), iluminação full-LED e display digital com computador de bordo (tem indicadores de marcha, de combustível e de temperatura do motor, hodômetros total e dois parciais, consumos instantâneo e médio, autonomia, e relógio), entre outros quitutes.

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Com alguns detalhes retrô e pitadas de modernidade, o  design da Z 650 RS é harmonioso
Crédito: Roberto Dutra
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A Z 650 RS é uma espécie de "irmã menor" da Z 900 RS. Em comum, ambas têm o visual retrô (bem mais presente na irmã maior) e a "inspiração" em modelos de outrora - a Z 900 RS veio da Z1 de 1972 e a Z 650 RS, das Z 650 feitas entre 1977 e 1983 (com motor de quatro cilindros em linha e 64 cv!). É uma boa ideia no mundo real: pegue o visual "vintage" de um modelo antigo, bote toques de modernidade e use um motor já conhecido - e reconhecido pela robustez e eficiência.

Passado e presente se misturam nas linhas da Z 650 RS, uma moto "purista" e sem adereços desnecessários
Crédito: Roberto Dutra
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Na Z 900 RS, é o mesmo da nervosa naked Z 900. Na Z 650 RS, é o dois cilindros em linha que já vemos na adventure Versys 650, na custom Vulcan 650, na esportiva Ninja 650 e na naked Z 650. Todos estes modelos são vendidos no mercado brasileiro, o que também é uma boa referência - não é de dar problemas, peças de reposição não vão faltar e já é sabido que sua manutenção é fácil.

O tanque é gordinho, mas leva apenas 12 litros. já o banco é anatômico, mas poderia ser mais macio
Crédito: Roberto Dutra
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Com 649 cm³, comando duplo, oito válvulas e refrigeração líquida, rende 68 cv de potência máxima a 8.000 rpm e torque de bons 6,7 kgf.m a 6.500 rpm. O câmbio tem seis marchas, a secundária é por corrente e a embreagem é assistida e deslizante. Um conjunto que sobra para levar seus magros 187 quilos de peso em ordem de marcha - com 13,5 quilos, o chassi contribui para a leveza. Aproveitamos o Festival Interlagos para, com exclusividade, acelerar a moto e transmitir para o caro leitor nossas primeiras impressões.

Como anda a Kawasaki Z 650 RS

Nosso test-ride com a "Kawa' Z 650 RS foi rápido e quase na surdina. Foram apenas três voltas no Autódromo de Interlagos, avisados de que os pneus Dunlop Roadsport 2 (medidas 120/70 R17 na frente e 160/60 R17 atrás) ainda tinham um pouco de "cera" - já que a moto estava praticamente zerada. Então, nada de abusos.

O motor é velho conhecido nosso: também é usado na Vulcan 650, na Versys 650, na Z 650 e na Ninja 650
Crédito: Roberto Dutra
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Mas as características mais importantes em um primeiro contato foram todas identificadas. Para começar, é uma moto que "veste" bem. Me acomodei ali no banco e imediatamente me senti à vontade - como se estivesse em uma moto que já pilotei muitas vezes. Liguei a elétrica, o bonito painel acendeu e fez o "check" e, em seguida, o motor acordou com o típico ronco baixo e não exatamente bonito de um bicilíndrico.

Experimentei os manetes, que me pareceram muito macios, engrenei a primeira no câmbio igualmente "manteiga" e saí dos boxes. A primeira volta foi bem lenta, para aquecer (e gastar) os pneus. Enquanto isso, vi que a posição de pilotagem é muito agradável: o piloto vai bem encaixado na moto e rapidamente sente sua leveza e agilidade.

O belo painel exibe dois grandes relógios analógicos separados por um display digital rico em informações
Crédito: Roberto Dutra
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Os comandos de farol, setas, buzina e afins seguem o padrão universal, e não há qualquer dificuldade para acioná-los. Os manetes de freio e especialmente o de embreagem são realmente bem macios, mas os punhos poderiam ser um pouco mais grossos e macios, para serem mais confortáveis. Da mesma forma bastam alguns minutos para ver que o banco também poderia ser mais macio e cômodo (saudades do banco da Z 900 RS...)

Assim como nas outras Kawasaki que usam esse motor, aqui as respostas são rápidas e convincentes. Logo chego na sexta e daí em diante só jogo marcha para baixo quando reduzo a velocidade significativamente. Mas não é um motor extremamente elástico: quem quiser uma tocada apimentada vai trocar marchas com certa frequência, para manter o motor realmente "cheio".

A rabeta curta e arrebitada tem lanterninha ovalada, todas as luzes com LEDs e suporte de placa destacado
Crédito: Roberto Dutra
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Falando em velocidade, a Z 650 RS é um caso típico de moto que proporciona certa emoção porque você "sente" a velocidade em que está. Não é como nas maiores, nas quais a 120 km/h a sensação é de estar a 80 km/h (ou, às vezes, quase parado). Por outro, lado não há vibração nem ruído excessivos já que também não estamos esmerilhando uma moto de baixa cilindrada - até, pelo menos, os 140 km/h.

É o encanto dos modelos de média cilindrada: fazem bem mais do que as motos menores, e apenas um pouco menos do que as motos maiores. E essa Z 650 RS tem um conjunto muito eficiente: freia sem dar sustos (disco duplo na frente e simples atrás, ambos com ABS) e faz curvas com muita suavidade - e deve fazer mais, pois não fui no limite por causa dos pneus novos. As suspensões - garfos convencionais na frente e backlink horizontal com regulagem de pré-carga atrás - dão rigidez à moto, que não rebola nada. Mas também transmitem impressão de que poderão sofrer em pisos ruins.

O escape fica embaixo da moto, em posição discreta e que não atrapalha nas curvas
Crédito: Roberto Dutra
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A segunda volta já foi mais divertida e na terceira acelerei um pouco mais. De fato, a Z 650 RS promete cumprir o que propõe: ser divertida e ter, ao mesmo tempo, leveza e agilidade para uso urbano e desempenho seguro e com certa emoção para passeios em trajetos curtos ou médios - o tanque para apenas 12 litros é um limitador de distâncias.

Vale a compra?

Há dois grandes obstáculos no caminho da Kawasaki Z 650 RS. O primeiro é o preço de R$ 47.530 - mas qual moto zero, hoje, não está cara? O segundo é a concorrência feroz: várias outras bicilíndricas disputam o segmento, como a mais fraquinha e mais barata Royal Enfield Interceptor 650 (47 cv e R$ 27.990), a mais potente mas ainda um pouco mais barata Yamaha MT-07, de 74,8 cv e R$ 45.990, a mais potente e mais cara Triumph Trident 660, de 81 cv e R$ 49.490 e, correndo por fora, a Honda CB 650R, que é uma quatro cilindros bem mais potente e pouquíssima coisa mais cara - tem 88,4 cv e custa R$ 48.440.

A Kawasaki Z 650 RS desfila no Autódromo de Interlagos: pilotagem divertida e segura, com frenagens e curvas sem sustos
Crédito: Divulgação
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De todas essas, a principal rival da Kawasaki Z 650 RS será mesmo a Triumph Trident 660, que também tem um estilo quase retrô, pilotagem muito divertida, preço apenas um pouco superior e motor bem mais forte. Mas será que tem a mesma confiabilidade das máquinas japonesas fabricadas em Akashi? Aí só o tempo dirá.

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