Ajustada pelas mãos da preparadora oficial de carros da Fiat, a nova versão do SUV-cupê deve fazer com que o valor da variante "Powered by Abarth", a Limited, caia um pouco. Segundo estimativas dos diretores da marca, o preço deve descer para R$ 154.490 (Calma... Isso ainda deverá ser confirmado).
Com proposta esportiva - e ajustes em suspensões, câmbio, direção e programação - e o mesmo conjunto de até 185 cv de potência e 27,5 kgf.m de torque da versão Limited, mas com ronco mais encorpado e excitante, o Fiat Fastback Abarth chegará para ser a referência de esportividade nessa faixa de preços.
Detalhes técnicos do Fiat Fastback Abarth
Visualmente, alguns retoques fazem diferença no visual do carro, como saias, spoilers e detalhes que incrementam o estilo mais esportivo. O escape é diferenciado, bem como adereços estéticos alusivos à versão, adesivos e "tatuagens".Mas não há alterações no sistema de freios (que continuam a tambor na traseira). Já as suspensões estão 0,5 cm mais baixa, com molas mais rígidas e amortecedores mais estáveis.
O Fastback Abarth usa rodas de liga de 18 polegadas mais largas calçadas por pneus mais aderentes (nas medidas 215/45 R18), leves e de perfil mais esportivo.
Feito sobre a plataforma MLA, a mesma do Pulse, o Fastback sobressai pela excelente capacidade do porta-malas e pelo conjunto mecânico moderno.
Na versão Abarth, o motor 1.3 T270 gera os mesmos 185 cv de potência e 27,5 kgf.m de torque do Fastback Limited, mas não podemos deixar de citar os ajustes técnicos feitos em suspensões, câmbio e programação e na redução de peso conquistada em algumas "dietas" feitas em diversas partes do automóvel.
Vale lembrar que esse motor tem injeção direta, bloco em alumínio e a tecnologia MultiAir 3, que em resumo é um sistema que permite mais flexibilidade no gerenciamento de abertura e fechamento das válvulas de admissão do que um variador comum.
O câmbio é automático, do tipo convencional, com conversor de torque, de seis marchas.
Resultado: na comparação com o Fastback convencional - e aqui falamos da versão Limited 1.3 -, o Abarth ganha em rolagem de carroceria (8% menor); direção (4% mais direta); substerço (ou saída de frente) mais baixo e tempo de resposta do motor - que ficou, vejam só, até 49% mais rápido.
Com ajustes na aerodinâmica feitos com mudanças no aerofólio e no para-choque traseiro, o arrasto também diminuiu em 1,4%. Isso permitiu que a velocidade máxima fosse aumentada de 210 km/h para 220 km/h.
O zero a 100 km/h, por sua vez, ficou 0,5 segundo mais rápido, o que é MUITA coisa: de 8,1 s para 7,6 s.
A maioria dos recursos mais esportivos é ativada pelo modo "Poison", através de um botão no volante. Os controles de tração e de estabilidade preparam a carroceria para a nova calibração; os sistemas de freios e de frenagem de emergência ficam mais espertos e o sistema de vetorização de torque é ativado.
Além disso, o mapa do acelerador e do câmbio fica mais esportivo, assim como a carga da direção. Com isso, as trocas de marchas ficam mais rápidas e o ronco fica ainda mais gostoso de se ouvir.
Em quem a Fiat mira com o Fastback Abarth?
A ideia é conquistar "gearheads" que não se importam com a garantia do carro e o levam para track days e pessoas com lifestyle mais despojado, que buscam um modelo estiloso, esportivo e prático.Para agradar a esses dois públicos, o carro recebeu uma série de equipamentos visuais impactantes, como os badges esportivos da Abarth - note que não há logo ou símbolo da Fiat em qualquer área do SUV -, peças em fibra de carbono, spoiler dianteiro, rodas esportivas com aros de 18 polegadas pintadas de preto, aerofólio traseiro e escapamento esportivo duplo, além do teto bicolor.
Também há faróis e lanternas full-LED, chave inteligente e botão de partida. Por fim, são só quatro cores: branco, cinza, vermelho e preto.
Por dentro, há detalhes pertinentes à variante esportiva (que a Fiat gosta de chamar de "envenenada"), como volante e bancos revestidos em couro com costura vermelha, base do painel com acabamento esportivo e peças em fibra, teto escurecido, escorpiões em baixo relevo nos bancos e uma animação exclusiva no quadro de instrumentos no momento da ignição.
O cockpit, aliás, oferece o que a Fiat considera a linha mais top de qualidade e tecnologia que os carros da marca podem ter, incluindo instrumentos voltados para o motorista, acabamentos de altíssima qualidade e tecnologia avançada.
Entre os itens, destacam-se o cluster digital customizável de sete polegadas, o volante multifuncional com o botão "poison" em posição destacada, as borboletas atrás do volante para trocas de marchas, a central multimídia Uconnect de 10,1 polegadas com CarPlay e Android Auto sem fio, o carregador de celular por indução, as duas portas USB (A e C) e a plataforma de serviços e app "Connect Me".
Na parte de segurança, há bons recursos de segurança passiva, como alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência e aviso em caso de mudança involuntária de faixa.
O carro também tem acendimento automático dos faróis, sensor de chuva e itens básicos em um modelo desse valor, como os controle de tração e estabilidade e os freios com ABS com EBD.
Mas faltaram, de fato, controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e um teto solar, não acham?
Como é o Pulse Abarth, outro foguetinho?
E como anda o Fastback Abarth?
Para quem curte esportividade e engenharia, o carro é uma delícia de guiar. Testamos o Fiat Fastback Abarth na pista do autódromo da Capuava, em Indaiatuba (SP).Na "mão", demonstrou muito equilíbrio em entradas e saídas de curvas e muito fôlego nas retas, ainda que a principal dessa pista seja uma subida.
Só que nada é perfeito.
A carroceria, apesar de rolar "menos" se comparada à do Fastback Limited, ainda rola muito. É preciso lembrar que estamos falando de um utilitário, que tem corpo e centro de gravidade mais "alto" que os dos carros esportivos.
E que hoje em dia até mesmo modelos de natureza esportiva precisam ser macios para rodar no dia a dia.
Não é diretamente comparável com o Pulse Abarth - que hoje vale R$ 149.990 -, mas não temos como evitar essa comparação: e nesse sentido, gosto mais do Pulse, que é mais curto e tem menos rolagem de corpo. E ainda custa R$ 10 mil a menos.
Em resumo, o Fastback Abarth é mais uma arma da Fiat no disputado - e querido - segmento de SUVs compactos brasileiro. Vai chegar para fazer exatamente o que a Stellantis quer: aumentar ainda mais o share de modelos do Grupo nessa área do mercado.
Quem tem dinheiro sabe como fazer dinheiro.
Comentários