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Fiat Fastback quer dominar segmento de SUVs-cupês

Marca do Grupo Stellantis lança modelo feito sobre a plataforma do Pulse e mira em Nivus, Creta, Tracker e até no HR-V

por André Deliberato

Finalmente nasce o Fiat Fastback no Brasil. O SUV-cupê foi apresentado por meio de uma anteprima nos últimos dias em solo brasileiro e argentino e teve preços revelados em uma live nesta quarta (14).
Tabela: Preços do Fiat Fastback 2023
Com proposta de design acupezado e feito sobre a plataforma do Pulse - portanto bem menor que o conceito de mesmo nome apresentado no Salão de 2018 -, chega para roubar clientes de utilitários compactos e criar uma nova dobradinha de sucesso com o Pulse - da mesma forma que a dupla Jeep Compass e Renegade faz por aqui desde 2016.
O Fastback, portanto, nada mais é do que um segundo utilitário que usa a base do Pulse, só que bem maior, alongado, com porta-malas gigante e estilo arrojado. É quase a mesma coisa oferecida pela dupla Nivus e T-Cross, só que no caso da Fiat o SUV com estilo de cupê é o mais sofisticado. E caro.
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Fiat Fastback e suas três versões

O carro será lançado em três versões de acabamento, por ora sem teto solar. "Ele vai ter o teto solar, mas isso ainda depende de uma fase de adaptação da produção. Chega agora, mas depois vamos incorporar o equipamento à ótima lista de itens que já compõe as versões do modelo", me garantiu Herlander Zola, vice-presidente da Fiat América do Sul.
As duas versões iniciais vão utilizar o conjunto 1.0 turboflex da família GSE, de três cilindros - também utilizado pelo Pulse nas configurações mais caras -, com 130 cv e 20,4 kgf.m de torque com etanol (e 125 cv  e 20,4 kgf.m com gasolina), acoplado a uma caixa CVT com emulação de sete marchas.
Já a topo de gama Limited Edition Powered by Abarth - que, veja só, não é limitada e também não recebe preparação da divisão Abarth, só o motor maior usado por Toro, Renegade, Compass e Commander, que será utilizado pela versão esportiva do Pulse -, passa a utilizar o 1.3 turboflex de quatro cilindros, que tem 185 cv e 27,5 kgf.m de torque. Nela, o câmbio é automático de seis marchas.

Fastback: tamanho de Compass, entre-eixos de Pulse

O carro é grande, apesar de ser feito sobre base de um SUV compacto. São 4,43 m de comprimento, 1,78 m de largura, 1,54 m de altura e 2,53 m de entre-eixos - para termos noção, ele é 1 cm maior que um Jeep Compass, embora tenha o mesmo espaço entre os eixos que o Fiat Pulse. Isso se traduz em espaço para bagagem.
Segundo a Fiat, o Fastback terá incríveis 600 litros de capacidade no porta-malas, podendo chegar a 1.087 litros se os bancos traseiros forem rebatidos.
A meta da Fiat é vender de 2.500 a 3.000 carros por mês. Acha pouco? Talvez seja, mas lembre-se que junto com o Pulse os números da dupla prometem ser tão bons quanto os registros de emplacamento de Jeep Renegade e Compass, outra dobradinha de sucesso do... Grupo Stellantis.
É isso mesmo que você pensou, serão quatro SUVs vendendo muito e acumulando dinheiro para uma mesma empresa.
O Fiat Fastback terá nove opções de cores, três tipos de revestimento interno, uma série de opções de costuras para o acabamento, três tipos de rodas e, claro, toda a oferta gigantescas de possibilidades oferecidas pela Mopar, a linha de acessórios da Fiat e do Grupo Stellantis.

Agora, vamos conhecer cada uma das variantes:

Fastback Audace 1.0 T200 CVT - R$ 129.990

Vem de série com faróis e lanternas full LED; freio de estacionamento eletrônico por botão com função auto hold; ar-condicionado digital automático; rodas de liga leve aro 17"; central multimídia com tela tátil colorida de 8,4 polegadas com CarPlay e Android Auto sem fio; carregador de smartphone por indução; sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré; seletor de modo de condução; Isofix para cadeirinhas infantis; controle de tração e estabilidade; seis airbags (dois frontais, dois laterais, de tórax e de cabeça para motorista e passageiro) e o pacote ADAS de tecnologia de auxílio à condução, que vem com comutação automática dos faróis, alerta de mudança de faixa com corretor (que pode ser desligado) e sistema de frenagem autônoma de emergência.

Fastback Impetus 1.0 T200 CVT - R$ 139.990

A segunda versão traz tudo que já foi citado, mas a central multimídia passa a ter 10,1" (também com pareamento sem fio); o quadro de instrumentos ganha tela 100% digital; o teto recebe pintura preta; as rodas passam a ser de 18 polegadas e ganham novo acabamento; bancos vêm com revestimento de couro e o SUV também passa a oferecer sensor de estacionamento dianteiro.

Fastback Limited Edition T270 AT6 - R$ 149.990

A versão mais cara, curiosamente a que andamos, recebe o motor utilizado pelos carros da Jeep e ainda uma nova caixa de câmbio, automática convencional, de seis marchas. Não tem sistema de tração 4x4, mas traz todos os itens que já foram citados e ainda adereços que remetem à Abarth, embora não receba diretamente uma preparação da divisão esportiva.
Vem, portanto, com insígnias expostas por toda a carroceria, rodas diferenciadas e com a simbologia do escorpião que representa a divisão esportiva.

Como anda?

O WM1 teve oportunidade de acelerar o Fastback por alguns quilômetros na semana passada e por isso podemos afirmar que ele manteve o que de melhor existe no Pulse, com o acréscimo de oferecer um visual diferenciado que muita gente gosta (o de SUVs-cupês) com o benefício de ter um porta-malas gigantesco.
E de fato sim, o bagageiro é MUITO grande. De acordo com o método VDA (medido por cubos), são 516 litros. Mas os dados oficiais da Fiat garantem 600 litros na medição tradicional e até 1.087 litros se os bancos traseiros forem rebatidos. E esse é o maior feature do carro, sem dúvida.
Apesar disso, não vai tão bem quem sentar atrás dos bancos dianteiros que estiverem posicionados para pessoas mais altas. Dois adultos até têm certa folga para a cabeça, por incrível que isso possa parecer por conta do design, mas o espaço para os joelhos não é tão bacana. Exatamente como no Pulse.

Ponto positivo também para o conjunto mecânico, acertado e bem calibrado para a proposta do carro. Não falta fôlego no Fastback com motor 1.3 turboflex, que também move os carros da Jeep que são feitos no Brasil e a picape Toro. Ainda não podemos dizer o mesmo sobre o conjunto 1.0 turbo, mas apostamos em uma boa entrega de torque e potência, assim como no Pulse, já que ele pesa 1.304 kg.
Na percepção sobre o comportamento em curvas, o carro também vai muito bem, mas é sensível a falta que faz uma suspensão traseira independente - inviável, infelizmente, em carros feitos sobre a plataforma MLA, feita sobre a base MP1, que constrói o Fiat Argo por aqui.
Ponto positivo, no entanto, para os números de desempenho e consumo (dessa versão testada). O carro consegue fazer de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos, com etanol, e chegar a 210 km/h de máxima. E segundo a Fiat, ele consegue fazer 11,3 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada com gasolina (são 7,9 km/l e 9,7 km/l, respectivamente, com etanol).
Em nossa medição, o carro oscilou entre 8,5 e 9 km/l, com etanol no tanque, três pessoas a bordo e ar-condicionado sempre ligado.
Vamos encerrar falando super bem também do nível de acabamento, que lembra bastante o que é oferecido pela versão mais sofisticada do Pulse, a Impetus, e até supera o nível de refinamento das configurações mais simples da picape Toro.
Nossa aposta é de que o carro vai, sim, fazer sucesso e emplacar o que a Fiat espera. Ele parece que chega para entrar em um espaço que precisa de uma oferta desse tipo.

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