Após anunciar o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, a Ford confirma a tendência de investir mais na dupla Ka e EcoSport, na mesma medida que o Fiesta sai completamente de cena.
A prova está no anúncio feito nesta terça-feira, 28. O compacto de entrada ganhou a configuração FreeStyle 1.0. Antes só era possível contar com a versão aventureira com motor 1.5. Vale lembrar que a Ford fez algo parecido na antiga versão Trail, que não está mais disponível.
O modelo chega com preço sugerido de R$ 56.690, bem próximo do recém-lançado Fiat Argo Trekking. O visual é exatamente o mesmo das versões mais caras. Isso quer dizer que o interior ganhou acabamento marrom exclusivo e rodas de 15 polegadas em liga leve, enquanto o rack de teto suporta até 50 kg de carga. A diferença fica para o motor. Neste caso, embaixo do capô está o 1.0 de três cilindros e até 85 cv e 10,5 kgfm se torque.
Apesar da troca da motorização, o Ka FreeStyle segue bem equipado. São itens de série, além das rodas de 15 polegadas: direção elétrico, sensor de estacionamento traseiro, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, faróis de neblina e central multimídia Sync 2.5 compatível com Android Auto e Apple CarPlay.
Importante destacar que toda linha 2020 do Ford Ka deixa de contar com a excelente central multimídia Sync 3, passando a adotar a Sync 2.5. Outro ponto importante é que o Ka Freestyle com motor 1.5 perde dois airbags, passando de seis para quatro bolsas infláveis.
Apesar da posição mais alta de dirigir, o Ka FreeStyle agrada ao volante, especialmente na hora de passar em buracos, lombadas e valetas. O conjunto de suspensão trabalha bem, mesmo que seja mais firme que as demais versões 1.0.
O acerto mais "duro" é feito para compensar o centro de gravidade mais alto, que facilita a inclinação da carroceria e, consequentemente, eleva o risco de capotamento em situações extremas. Além desse setup, há um controle eletrônico que impede esse capotamento contando com dados de inclinação, aceleração e posição da direção.
O acabamento do Ka está na média do segmento, mas o tom marrom do painel da uma sensação estranha de desbotamento. A montagem e encaixe, no entanto, foram bem executados, além de não contar com rebarbas aparentes.
A motorização é mais que suficiente para as cidades, garantindo um compacto esperto no trânsito diário e ainda bom em enfrentar a buraqueira das grandes cidades. O posicionamento, R$ 2 mil abaixo do Fiat Argo Trekking, promete esquentar a briga nesse segmento.