Ford lança Mustang Mach1 no Brasil

Marca troca a versão importada do muscle car: deixa de trazer a Black Shadow e passa a oferecer a Mach1 por R$ 499 mil

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André Deliberato
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A Ford inaugura nesta sexta-feira (16) um site no Brasil para quem quiser fazer a reserva do novo Mustang Mach1. Com sua chegada, o modelo tira de linha a versão Black Shadow - que por sua vez havia aposentado a configuração GT, a mais tradicional do esportivo com motor V8. Embora a Mach1 seja uma edição limitada, por ora não há planos de qual será o próximo Mustang a ser importado.

Equipado com motor V8 Coyote ainda mais forte que o das outras duas versões, o Mustang Mach1 faz, segundo a Ford, uma "ponte" entre a versão GT e os modelos preparados pela Shelby, já que reúne componentes das configurações GT350 e GT500 em um corpo moldado pela divisão tradicional da montadora. É, também, mais uma clássica versão do pony car que volta a ser feita após décadas.

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Mustang Mach1: o que muda

Antes de falar sobre as mudanças, vamos voltar um pouco no tempo. O Mustang Mach1 foi criado em 1969 e viveu até 1971, portanto nasceu há mais de 50 anos. Desde então, foi revivido em 1974 e depois em 2003, quando o muscle car estava em sua quarta geração. E agora volta para ocupar uma lacuna entre os Mustangs tradicionais e os Shelby lá fora - por aqui, passa a ser a única opção da Ford no segmento.

O preço é uma das grandes mudanças. Saem de cena os R$ 396.900 cobrados pelo Mustang Black Shadow para entrar em vigor os R$ 499 mil da nova versão, que também é mais forte e tem diversas recalibrações. O Mustang Mach1 utiliza o mesmo V8 da família Coyote, mas oferece 483 cv e 56,7 kgf.m de torque - são 17 cv a mais se comparado ao Black Shadow, apesar do mesmo torque.

Para isso, o Mach1 utiliza uma série de componentes de versões mais fortes, como o sistema de indução de ar, coletor de admissão, corpo de borboleta maior, sistema de arrefecimento e radiador do câmbio do Shelby GT350; e escapamento, difusor traseiro, conjunto de braços e buchas de suspensão traseira e sistema de arrefecimento do diferencial traseiro do GT500.

 Mustang Mach1 é um meio termo entre a versão GT tradicional e a linhagem mais esportiva da Shelby
Ford Mustang Mach1
Legenda: Mustang Mach1 é um meio termo entre a versão GT tradicional e a linhagem mais esportiva da Shelby
Crédito: Divulgação
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Além disso, para receber a potência extra, o carro ganhou novas saídas de ar no capô, para dar um respiro ao V8. Esteticamente, para identificar as novidades, os vincos são contornados por adesivos personalizados em cores diferentes - preto e laranja no carro cinza; preto e vermelho em unidades brancas, pretas ou pratas; e preto e branco quando o modelo for azul, laranja, vermelho ou amarelo.

Mas não foi só o motor e o conjunto de suspensão e escape que receberam incrementos. O câmbio automático de dez marchas, segundo a Ford, também está mais rápido graças a um novo conversor de torque. Os freios, da grife Brembo, agora têm pinças de alumínio com pastilhas de pistas; as barras estabilizadoras das suspensões são maiores nos dois eixos e houve um acerto na maciez do conjunto.

Parece que falamos em outra língua, mas tudo isso serve para otimizar o comportamento do carro, que segundo a Ford é muito superior ao do modelo anterior - no caso, nos referimos à versão Black Shadow. Um exemplo: o sistema de arrefecimento do diferencial traseiro do Shelby GT500 aumenta em até 3 kW a rejeição do conjunto ao calor, o que evita que o carro fatigue.

Mach1 tem motor V8 de 483 cv e 56,7 kgf.m de torque acoplado a uma caixa de câmbio de dez marchas
Crédito: Divulgação
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O que altera no visual?

Como dissemos, a mudança não é apenas mecânica. O Mach1 tem novo design, que é mais agressivo que o do modelo anterior. Na frente, dois círculos na parte de dentro da grade reforçam o apetite do carro por velocidade, ainda que sejam apenas estéticos - são, também, homenagens aos primeiros Mach1 dos anos 1960. Para-choques e rodas também são novos, assim como saias e spoilers.

Na traseira, o muscle car ganha saídas duplas de escapamento ainda maiores, agora cromadas - antes eram pretas. O logo "GT" dá lugar ao símbolo da série especial "Mach1", que é numerada, e a asa traseira que era mais alta foi substituída por uma integrada à tampa do porta-malas. O interior é onde o carro menos muda: painel, console e formato do cockpit permanecem iguais.

Os bancos, vale dizer, são inspirados no Mach1 do final dos anos 1960, com couro frisado de cima a baixo e uma listra colorida no topo do acabamento. A soleira das portas, iluminada, é outro diferencial: abra-as e seja recebido com o belo emblema da série Mach1.

Mach1 tem mudanças visuais quando comparado ao Black Shadow: repare como a traseira é mais invocada
Crédito: Divulgação
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Mustang Mach1 é semi-autônomo

As novidades não acabam por aí. O Mustang agora também oferece sistemas semi-autônomos de condução em um estágio mais avançado, como já era de se esperar. O Mach1 virá de série com assistente de permanência em faixa com corretor automático e detector de fadiga e alerta de colisão com detecção de pedestres e sistema de frenagem de emergência.

Fora isso, traz uma série de equipamentos que um carro de meio milhão precisa ter, como sensor de ponto cego; sensor de chuva; controles eletrônicos de estabilidade e tração; oito airbags; câmera de ré; sensor de monitoramento individual da pressão dos pneus; assistente de partida em rampa e farol alto automático, entre outros itens.

Na parte de dentro, o painel de instrumentos digital tem tela de 12 polegadas configurável com adaptações diferentes para cada modo de condução e medidores de tempo, torque, potência, arrancada de 0 a 100 km/h e uma série de outros detalhes que podem ser captados em um carro esportivo.

O sistema de escape, que também é novo, é ajustável. São quatro modos: silencioso, normal, esportivo e pista. Já os modos de condução são sete (seis oficiais e um personalizável de acordo com o gosto do motorista, chamado "My mode"): "Normal", "Esportivo", "Esportivo+", "Pista", "Drag" e "Neve/Molhado".

Ford Mustang Mach1 tem o mesmo formato de painel que as outras versões, mas essa edição é limitada e numerada
Crédito: Divulgação
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Conectado

Por fim, vale destacar ainda que o Mach1 é o mais conectado entre todos os Mustang que a Ford já vendeu no Brasil. Já como linha 2022, o modelo passa a oferecer conexão com o aplicativo Fordpass Conect, o que permite que o carro possa receber comandos pelo celular, como travamento e destravamento das portas; partida remota para climatização da cabine e acionamento do alarme para localização.

O app, segundo a Ford, também ajuda o carro a planejar o reabastecimento de forma automática, agendar revisões na concessionária e informar em tempo real situações de tráfego por meio de notificações, bem como oferecer a última localização do veículo no momento em que foi desligado e até verificar a pressão dos pneus.

A central multimídia Sync3 oferece uma série de recursos especiais - como sistema de navegação (GPS) integrado, comandos de voz em português e assistente para emergências - e ainda trabalha diretamente com um som premium da grife Bang&Olufsen que tem 12 alto-falantes, um subwoofer de oito polegadas e 1.000W de potência. Há, por fim, conexão por Bluetooth, CarPlay, Android Auto e App Link e duas entradas USB.

Ford Mustang Mach1 traz os mesmos bancos frisados com faixa colorida no topo que o modelo dos anos 1960
Crédito: Divulgação
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