A Ford apresentou na última semana a Ranger cabine simples no Brasil. Apesar de não ter confirmado a chegada do modelo ao nosso mercado, normalmente as montadoras trazem – mais cedo ou mais tarde – o que costumam revelar em solo brasileiro. O Volkswagen Golf GTI está aí para não nos deixar mentir.
De acordo com fontes ligadas à marca, a Ranger cabine simples faz pare de uma estratégia da Ford de encostar ainda na Toyota Hilux em vendas. Recentemente, como parte deste plano de ataque, a marca norte-americana passou a comercializar a Ranger Black, que passou a ser a nova versão de entrada, custando R$ 219.990.
A chegada da cabine simples poderá, sim, fazer a Ranger encostar um pouco mais na Hilux. Ultrapassar? Talvez não. Segundo fontes de mercado consultadas pelo WM1, o canal de notícias da Webmotors, esse mercado de picapes médias com cabine simples representa pouco no mix de vendas.
No caso da Hilux, por exemplo, está em cerca de 5% market share, somente. O mesmo acontece com a Chevrolet S10. Por isso, dentro do atual número de emplacamentos da Ranger, que em outubro, de acordo com a Ford, registrou recorde com 3.817 unidades, estamos falando de um incremento de 300 a 500 unidades comercializadas da picape média por mês, aproximadamente.
Não é muito, mas é mais um passo importante para ao menos incomodar a Hilux, que há anos não tem uma adversária a altura no segmento das picapes médias.
A Ranger cabine simples se torna uma arma fortíssima da Ford em vendas diretas. Caminhonetes nesta configuração têm grande utilidade para frotistas e até mesmo áreas governamentais. Na cidade de São Paulo (SP) agentes de tráfego da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) utilizam muito este tipo de picape pois têm uma caçamba mais volumosa que as caminhonetes pequenas, como Fiat Strada e Volkswagen Saveiro.
Importante destacar que além da opção picape, existe a possibilidade de a Ranger ter uma configuração chassi-cabine, aquela que permite instalar um implemento, como um baú para cargas ou mesmo uma plataforma para o transporte de carros, por exemplo.
A Ranger cabine simples, caso seja confirmada para o Brasil realmente (e nossa aposta é que sim), será importada da Argentina, onde hoje é fabricada as demais configurações da picape médias vendida por aqui.
A base mecânica será a mesma da XL, ou seja, motor 2.0 turbodiesel de quatro cilindros, que desenvolve 170 cv de potência máxima, tem transmissão manual e tração 4x4. A capacidade de carga é de 1.250 quilos para uma caçamba com 1.876 litros.
O mercado de picapes médias cabine simples é pequeno no Brasil, se limitando a apenas dois players: Chevrolet S10 e Toyota Hilux.
A S10 cabine simples é oferecida apenas na versão de entrada WT, com motor 2.8 turbo-diesel de 207 cv de potência, câmbio manual de seis marchas e tração 4x4. O preço: R$ 236.690.
A Hilux tem duas variações sem cabine dupla: a cabine simples (R$ 231.290) e cabine chassi (R$ 223.490). Nas duas, o motor é o mesmo 2.8 turbo-diesel de 204 cv de potência, câmbio manual de seis marchas e tração 4x4.
Um dos pontos fortes desta Ranger cabine simples poderá, sim, ser o preço. E preço no segmento de picapes focadas no trabalho sempre é um grande benefício. Hoje, a versão de entrada da caminhonete da marca norte-americana, a Black, parte de interessantíssimos R$ 219.990 – valor inferior às opções cabine simples das rivais, como vimos acima.
Portanto, uma Ranger cabine simples na casa dos R$ 200 mil ou mesmo abaixo deste valor não chega a ser algo impossível. E sim, caso chegue com esse preço, será um duro golpe na concorrência. Vamos ver...