A Ford Ranger Raptor 2024 está oficialmente no Brasil. A picape média desenvolvida para entregar “alt(íssim)a” performance começa a ser vendida em dezembro por R$ 448.600, e as primeiras unidades serão entregues em fevereiro de 2024.
Ainda não tivemos, infelizmente, a oportunidade de acelerar a bruta fabricada na Tailândia, mas o que você irá ler nos próximos parágrafos vai, com certeza, deixá-lo com a mesma impressão que tivemos: a Ranger Raptor é insana!
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Poderíamos começar a descrever a Raptor de várias maneiras. Mas vamos pelos números que deixam qualquer esportivo com (muita) inveja.
A versão extrema da Ranger é equipada com motor 3.0 V6 biturbo, que bebe apenas gasolina, e entrega 397 cv de potência a 5.650 rpm e torque de 59,4 kgf.m a 3.500 rpm.
Atrelado a um câmbio automático de 10 marchas com relações exclusivas, a Raptor acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,8 segundos e atinge a velocidade máxima de 180 km/h (limitada eletronicamente).
Muitos vão dizer que o “dono de uma Raptor não se preocupa com isso”, mas é nossa obrigação informar. O consumo de combustível, de acordo com a própria Ford, é de 8,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada. Ok, não dá para chamar de econômica, mas feio também não faz...
Mas, definitivamente, o que faz a Ranger Raptor especial são outros elementos que, assim como o motor e câmbio, estão escondidos.
O ponto alto da “insana” está na suspensão, que é ativa. Isso mesmo. O conjunto se adapta constantemente às necessidades do motorista. Com amortecedores Fox Live Valve Shocks de 2,5 polegadas que poderiam ser usados em carros de competição, a Raptor tem uma capacidade absurda de enfrentar – em baixas e altas velocidades – qualquer tipo de terreno.
Por meio de câmaras de compressão que fazem a leitura individual de cada um dos quatro amortecedores, mais acelerômetro e sensores posicionados em locais da carroceria, centenas de leituras (500, para sermos mais precisos) são feitas a cada segundo para entregar exatamente o que é necessário.
Vale destacar que na dianteira a suspensão da Raptor utiliza Double Wishbone com braços em liga de alumínio, e na traseira Watts Link com mola helicoidal.
Automaticamente, os amortecedores podem assumir dois perfis: “Salto”, para encarar trilhas em alta velocidade, e “Máxima Aceleração”, para garantir estabilidade.
No entanto, o próprio motorista também pode fazer os ajustes a partir de três configurações pré-definidas: Normal (on road), Sport (on road) e Baja (off road). Basta o condutor acionar um botão posicionado no lado direito do volante multifuncional, que tem excelente empunhadura.
Além das inúmeras personalidades da suspensão, a Ranger Raptor oferece sete modos de condução. Todos atuam diretamente no motor, na transmissão, suspensão (claro), direção, freios, tração e escapamento.
Alguns já são conhecidos e encontrados em muitos outros modelos: Normal, Escorregadio, Lama/Terra e Esportivo.
No caso da bruta desenvolvida pela Ford Performance, outros dois foram criados pela altíssima capacidade off road: Rock Crawl, que tem como principal foco encarar terrenos extremamente acidentados em velocidades baixas, e Baja, que é para entregar o máximo de desempenho – neste modo, o turbo, por exemplo, continua funcionando por 3 segundos após o motorista tirar o pé do acelerador para eliminar o turbo lag e garantir máxima performance assim que ele cravar novamente o pé no pedal da direita.
Bloqueio do diferencial dianteiro e traseiro, capacidade para encarar 850 mm de áreas alagadas (sem snorkel), ângulo de entrada, saída e transposição de rampa de 32°, 27° e 24°, respectivamente, elevam a capacidade fora-de-estrada da Ranger Raptor.
Até Piloto Automático Off-Road a picape média tem! Segundo o time de engenharia da marca, a tecnologia funciona com velocidade até 32 km/h, e busca a melhor tração em subidas e descidas, deixando o motorista focado apenas em controlar o volante.
E parece que “modos” foram o mantra dos engenheiros da marca norte-americana durante o desenvolvimento, pois a direção também tem quatro “modos” (Normal, Conforto, Esporte e Off-Road), e até o escapamento (com duas saídas) tem quatro “modos” (Silencioso, Normal, Esporte e Baja – este último é o famoso “acorda vizinho”).
A Raptor impressiona muito pelo porte. A configuração insana (não nos cansamos de usar essa palavra para definir essa picape) é maior, mais larga, mais alta, e tem bitolas maiores em comparação com a opção “comum” da Ranger. As duas dividem apenas a mesma distância entre os eixos.
E apesar de estarmos falando de uma caminhonete, a caçamba (ponto que não falamos até o momento) tem capacidade para 736 kg. Sim, é pouco, mas a Raptor não foi feita para trabalhar, mas para divertir. Se a intenção é colocar uma Ranger para trabalhar, essa, definitivamente, não é a versão.
Por dentro, a Ranger Raptor tem requinte, conforto e personalidade. A começar pelos bancos dianteiros com formado inspirado nos bancos dos caças da Força Aérea dos Estados Unidos. Aliás, todos os assentos são revestidos com uma mistura de couro, suede, e detalhes em laranja – independente do tom da carroceria (cinco disponíveis).
O painel de instrumentos é totalmente digital, tem tela de 12,4 polegadas, e além de possibilitar inúmeros configurações a partir do gosto do motorista, os “modos” de condução também alteram a cor da iluminação. Ah, o volante multifuncional, que já mencionamos ter excelente pegada, tem enormes aletas – algo que alguns carros esportivos deveriam ter, mas apelam para botões pequenos.
O console central é elevado. Tem a manopla de câmbio e o seletor dos modos de condução e tração. E não tem como não notar a enorme central multimídia posicionada na vertical e com 12 polegadas – algo que a Ranger “comum” possui também.
Vale destacar ainda a lista de equipamentos, que mais parece a lista de compras do mês de uma família com cinco crianças:
Se você chegou até aqui, com certeza já viu todas as fotos da Ranger Raptor. Ok, gosto é algo extremamente pessoal, mas dizer que a picape da Ford é feia é pesar demais a mão...
A Raptor, claro, segue muito a linha da F-150 Raptor. E isso é excelente. Chama a atenção a grade frontal com o escrito “Ford” e a ausência do símbolo da marca, o tradicional oval azul. Faróis em LED meio que contornando a grade frontal, para-choque com linhas fortes e com um peito de aço gigante foram o cartão de visitas.
Nas laterais as rodas de 17 polegadas e os pneus para todo terreno bem borrachudos assinam o visual da Ranger extrema. Vale destacar ainda os adesivos que funcionam como tatuagem na carroceria.
Na traseira, o grafismo das lanternas em LED, o “Raptor” destacado na tampa da caçamba junto com o símbolo da Ford na cor preta, e especialmente as duas saídas de escape dão personalidade ao picapona.
Com certeza! O preço de R$ 448.600 não será uma barreira para todas as unidades sumirem das concessionárias da marca mais rápido que o 0 a 100 km/h dela, pois neste valor, além de tudo o que você leu, tem algo que a Raptor leva na caçamba sem dificuldade nenhuma, chamado exclusividade.